Crescendo na graça e no conhecimento

21 de outubro de 2011

Vencendo o inimigo da dúvida


E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de DEUS, manda que estas pedras se transformem em pães. Mateus 4.2 e 3.

 O inimigo, satanás, conhecia bem a Jesus e de fato sabia que era o o filho de Deus. Ele queria insinuar que Jesus, na condição de filho de Deus, deveria fazer coisas mirabolantes. 
Mas esta dúvida pode surgir como uma das tentações à que somos expostos, principalmente, na condição de filhos de DEUS, principalmente quando as circunstâncias adversas querem nos fazer questionar a nossa condição de filhos de DEUS.
Ao nos atrair engodando a nossa própria concupiscência (Tiago 1:14), o inimigo de nossas almas fala mansamente, dizendo com voz aveludada que nada daquilo faz mal. Quando ocorre a fatalidade de cedermos, ele se volta contra nós com a voz berrante de um trio elétrico despejando mega-watts de acusações e culpas sobre nós.
Porém, mesmo quando alguém tropeça e cai em pecado, este não perde a condição de ser filho de DEUS. Muito embora possa passar a condição de bastardo. Hebreus 12:8. Porque o escape de DEUS existe, simplesmente porque somos Seus filhos. 
Para a restauração da comunhão com o Pai, a Igreja aplica como remédio a disciplina, porque não somos bastardos, sem correção, mas somos filhos pois “o pai corrige o filho a quem ama” e assim o Senhor nos corrige porque nos quer bem. Hebreus 12:6 a 10.
Desta maneira somos então restaurados e não ficamos prostrados, porque somos filhos de DEUS, conforme o apóstolo João testificou:

Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de DEUS; e, de fato, somos filhos de DEUS. 1 João 3:1

Nada portanto do que possa nos acontecer muda a nossa condição de filho de DEUS. Existe ex-patrão, ex-vizinho, ex-empregado, ex-marido, ex-amigo, ex-tanta coisa, porém, não existe ex-filho, repito, não existe ex-filho. Uma vez filho, sempre filho.  Exceto em condição extrema quando alguém apostata da fé. 1 Timóteo 4:1.
Pois todos somos filhos de DEUS mediante a fé em Cristo Jesus (Gálatas 3:26), ratificado pelo testemunho do próprio Espírito de DEUS:

Pois todos os que são guiados pelo Espírito de DEUS são filhos de DEUS. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de DEUS. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de DEUS e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. Romanos 8.14-17.

O inimigo tentou a Jesus justamente por este ser filho de DEUS, pois ele bem o sabia (Lucas 8:28). O Senhor Jesus feriu a cabeça da serpente e esmagará definitivamente a satanás debaixo dos seus pés. Gênesis 3:15; Romanos 16:20.
A dúvida é a inimiga número um da fé e parceira do inseparável do pecado:

"Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outra coisa em que teu irmão tropece. A fé que tens, guarda-a contigo mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque o que faz não provém da fé; e tudo o que não provém da fé é pecado." Romanos 14.21 a 23.


Nesta era presente o adversário tenta atingir a Deus procurando derrubar os salvos, porém nada pode contra o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Apocalipse 17:14, visto maior ser Aquele que está com a Igreja do que aquele que está no mundo. 1 João 4:4. 
Precisamos como cristãos autênticos socorrer àqueles que estão à beira do abismo da dúvida, conforme o conselho de Judas :

Apiedai-vos de alguns que estão na dúvida,e salvai-os, arrebatando-os do fogo; e de outros tende misericórdia com temor, abominação até a roupa manchada pela carne. Judas 1.22 e 23. 
 .

Graças portanto a DEUS que nos dá a vitória em Cristo Jesus, nosso Senhor.  1 Coríntios 15:57.

20 de outubro de 2011

Vencendo a Tentação do Ter


           Um dos grandes conflitos da Igreja na sociedade pós-moderna está na busca incessante de manter o sabor de sal para adubar a terra e o nível de luminosidade em meio às densas trevas, em meio ao crescimento desordenado e desfigurado dos evangélicos em nosso país, muitos sem raízes plantadas junto ao ribeiro de águas.
            O problema reside no fato de que a filosofia do TER agasalhada na teologia moderna e professada nos púlpitos com palavras de ordem e slogans que estão mais para produto de campanha de marketing do que um “Assim diz o Senhor”, mascarou a necessidade do ser.
            Ter milhares e milhares de crentes evangélicos no rol de membros da denominação não produz necessariamente crentes que queiram ganhar outros para Cristo, quem sabe alguns apenas ávidos consumidores de bênçãos materiais: como montar a empresa, comprar o apartamento, alcançar a cura.
            Quando esta busca se torna um fim e razão de ser de uma Igreja local, isto se torna um dogma a ser combatido a fim de o discípulo voltar a condição de ser simplesmente um crente, um cristão autêntico, o que não é pouca coisa. Independentemente se a conta bancária tem muito mais ou muito menos zeros à direita, sendo pobres mas enriquecendo a muitos. 2 Coríntios 6:10. E se as vossas riquezas aumentam, não colocando nelas a confiança. Salmos 62:10
            Nessa busca do TER, as denominações racham e racham em dissensões, pelejas e contendas que fazem multiplicar as placas de igreja, no entanto, a apagar a luz ao ponto de o pavio ficar apenas a fumegar. Um remanescente que quer vencer a própria visão do que é ser vitorioso aos olhos humanos e carnais e que nos querem empurrar mente adentro, coração abaixo.
            No campo da individualidade, o TER domina a teologia neopentecostal. Doutrina-se o fiel a buscar a vitória financeira, sinônimo para eles de aprovação de Deus, muitas vezes em troca de um “sacrifício” através de uma oferta desafiadora.  A bênção maior da salvação é esquecida ou menosprezada em troca de uma pregação das bênçãos aqui na terra. Santidade, nem se cogita.
            Mas, à exemplo de Tomás de Aquino que confrontou a posição cômoda e regalada da Igreja abastada de sua época, não podemos dizer que não temos prata nem ouro porque temos os recursos, temos os megatemplos, temos as multidões, mas precisamos ser vitoriosos continuando a dizer aos aleijados do corpo e da alma: - Levanta-te, e anda! E o coxo levantar, andar, glorificar a DEUS e seguir a Jesus conforme as Escrituras, brilhando e temperando o mundo com um testemunho de fidelidade de busca do reino de Deus.

19 de outubro de 2011

Mais de 300 jovens serão assassinados no RN até 2013 | Editora Ultimato

Mais de 300 jovens serão assassinados no RN até 2013 | Editora Ultimato

Conhecendo o adversário de nossas almas


Antes de enfrentar a batalha, a Igreja militante precisa identificar e conhecer seu verdadeiro inimigo: a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo (Apocalipse 12:9), estando atenta às suas investidas, ciladas e modo de agir.
Esta inimizade começou nas regiões celestiais quando da rebelião frustrada de Lúcifer, então querubim ungido que quis usurpar o lugar de DEUS e a Ele ser semelhante. Ezequiel 28.14-19; Apocalipse 12.4.

Frustrado em seu intento, o inimigo deixa os céus e arregimentando os anjos rebeldes para investir contra agora contra a criação de DEUS – o homem, a feito imagem e semelhança de DEUS. Gênesis 1:26.

Enganado o casal pelo adversário no jardim do Éden, este passou a ser escravo do pecado (Genesis 3:13 a 15).

Mas Jesus, a verdade que liberta, veio a este mundo para esmagar a cabeça da serpente  e desfazer as obras do diabo (1 João 3:8), resgatando os homens do império das trevas cegou o entendimento dos incrédulos para que não lhes resplandeça a luz do evangelho de Cristo. 2 Coríntios 4:4.

Este adversário tentou de todas as formas conter o cumprimento do plano da salvação da humanidade através de Cristo, ferindo o calcanhar da semente da mulher quando da morte na cruz mas que foi vencida pelo poder esmagador do Cordeiro de DEUS. Gênesis 3:15.
Desde então esta guerra passou a ser nossa, e está declarada, a qual Paulo intitulou de bom combate. 2 Timóteo 4:7.

Para fazer frente aos ataques do inimigo nesta peleja se requer um posicionamento de sobriedade e vigilância, porque o adversário anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar. 1 Pedro 5:8.

Sobriedade fala de preservar o estado de lucidez em meio a um mundo encantador, sedutor, enganador e embriagador com todos os seus encantos passageiros do presente.

O consumismo, a prática do sexo ilícito, a busca pelo poder, o amor às riquezas, os valores morais invertidos, a pós-moderna cultura pagã e idólatra centrada no homem e até a religião sectária e dogmática embriagam a muitos. São apenas algumas das circunstâncias utilizadas das pelo inimigo para atrair e escravizar o homem.

A saída é cingir os lombos do entendimento, sendo sóbrios e a esperar inteiramente na graça que se ofereceu na revelação de Jesus Cristo. 1 Pedro 1:13.    

O entendimento e bom siso são concebidos através da sabedoria concedida por DEUS (Provérbios 1:1 a 5), gerado no crente o fruto do Espírito no aspecto da temperança que controla suas atitudes e reações. Gálatas 5:22.

O outro aspecto a ser observado no campo de batalha é a vigilância.  Devemos vigiar e orar, sempre. Mateus 26:41, Marcos 13:33, Lucas 21:36.

O serviço monótono da vigilância onde parece que nada acontece, permite-nos pensar que tudo está bem e assim relaxar um pouco, tirar um cochilo, e até dormir. A ausência de problemas no cotidiano parece mais motivo para negligenciar e baixar a guarda ao invés de se redobrar a vigilância. O inimigo por sua vez não desistiu.

Lembrando sempre que precisamos não subestimar ou sobreestimar o nosso adversário. Achando que ele é invencível pois a Bíblia nos mostra que devemos “resistir ao diabo firme na fé e ele fugirá de nós”. Nem tripudiar do adversário, como alguns que, por exemplo, brincam de entrevistar o inimigo. Fica a aqui a recomendação de  que diz:  o Senhor te repreenda. Mas confiar que em Cristo Jesus somos mais do que vencedora e assim o maligno não nos toca.

Já é chegada a hora portanto de nós, que já conhecemos e seguimos a Cristo há um bom tempo, despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos. Romanos 13:11.

Não há lugar para o comodismo, como Paulo alertou aos Filipenses:

Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de DEUS em Cristo Jesus. Filipenses 3.13 e 14

Assim, ao final da jornada, poderemos proclamar como o combatente atleta Paulo:

Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda. 2 Timóteo 4.7 e 8.

Corroborando com a palavra do anônimo escritor aos Hebreus:

Corramos, portanto, com perseverança, a carreira espiritual que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da nossa fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de DEUS. Hebreus 12:2

Conservando-nos no amor de DEUS, alcançaremos o alvo, pois esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna. 1 João 2:25, cruzando assim a linha de chegada na carreira da fé, na confiança de que o Senhor Jesus Cristo já nos preparou um lugar na casa do Pai onde há muitas moradas. João 14.1 a 3.

Enquanto isso, “vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” Mateus 26:41. Vejamos pois o alerta de Paulo que trata do descuido no vigiar:

“Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.”  Efésios 5:14.

Imagine agora a cena de um soldado em pleno campo de batalhas, cansado após um combate onde vários companheiros morreram na trincheira, deita-se dentre os mortos no combate e adormece. Os adversários vão embora. Mais tarde chega uma tropa aliada para prestar apoio aos feridos. Alguns gemem, choram, contam o que se passou. Aquele soldado, no entanto, continua dormindo em meios aos mortos e não é identificado como sobrevivente da peleja. Os aliados vão embora, e ele ficou dormindo.

Alguns apesar de soldados de Cristo permanecem a dormir em meio aos mortos, as pessoas deste mundo praticando as suas práticas, vivendo como estes. Cansaram da peleja e agora descansam em meio aos mortos, que coisa! E quando o Senhor vier? Daí o brado do apóstolo.
É mister portanto seguir o exemplo de Paulo a exercer a boa milícia da fé e assim acabar a carreira guardando a fé (II Timóteo 4:7), em meio às lutas que a Igreja enfrenta e enfrentará ainda mais até alcançar a vitória final, ao chegar à pátria futura. 

Coisas da idade

Fui criado com hábitos interioranos.
Coisas simples, mas que percebo o grande valor para meus dias de hoje.
O point da galera nunca se imaginou um ambiente virtual. Era, no meu tempo, a pracinha central da cidade, de bancos de cimento, coreto, bandinha, conversas, muitas conversas.
Hoje a febre está nas redes sociais. O mundo mudou mesmo.
O parquinho montado na rua lateral da praça anunciava através da difusora, o serviço de alto-falante, uma canção enviada de um alguém para outro alguém de vestido cor tal. Uma beleza.
Sorrisos e boas conversas. Pura amizade. 
Hoje me surpreendo com o aparelho da moda e seu novo aplicativo que me disseram que conversa com o usuário. Um dos jovens com que conversei achou a novidade fantástica. O aplicativo responde quase tudo, em inglês, claro, mas às vezes nem sempre a resposta certa.
Acho que vou desistir por enquanto de querer usar um troço desses. Não por tecnofobia, mas por saber das minhas limitações, por isso preciso me vigiar.
Este blog, por exemplo, me dá muita alegria em manter, mas sei o quanto me custa.  Imagino eu com uma engenhoca dessas. Melhor esquecer por enquanto. Mas os tablets estão chegando.
Não posso fugir do mundo, mas enquanto posso preciso guardar a mim mesmo. Já que o mundo virtual me deu a oportunidade de interagir com pessoas, mesmo sem lhes abraçar, apertar a mão, já que não posso sentar no banco da praça, visto não ter mais banco nem praça, pelo menos não quero ficar agora conversando com uma voz virtual de um smart.
Prefiro meus amigos reais, na igreja, no trabalho, nas redes sociais, mas que são pessoas de verdade.
 Será um sinal da idade avançando?
Desculpem-me os mais jovens, mas acredito que é assim o que dizem ficar mais experiente.       
 Pois é, acho que estou ficando experiente demais.

18 de outubro de 2011

VENCENDO AS TENTAÇÕES DO INIMIGO


Introdução 
Para ser de fato vitoriosa, a Igreja precisa da ajuda de DEUS para combater e vencer as tentações. Ser cheia do Espírito Santo, a exemplo de Cristo (Lucas 4.1). O consolo do apóstolo João aos jovens era reafirmar que eles são fortes, e estavam vencendo o maligno. Qual o segredo? “A palavra de DEUS está em vós”! A fonte de força do cristão contra as tentações está no Senhor e na força do Seu poder. Efésios 6:10.
Mas antes vale explicar o que é tentação que leva ao pecado. Tiago explica em sua carta:

Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por DEUS; porque DEUS não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Tiago 1:13-15.

Ninguém, portanto, surpreenda-se por ser tentado. O importante é não ser surpreendido ao ceder às tentações. O próprio Senhor Jesus “em tudo foi tentado, mas sem pecado.” Hebreus 4:15.
A tentação tem duas componentes. O elemento externo, a isca da ação sedutora do inimigo com seus atrativos coloridos, perfumados, a querer nos influenciar e enganar para a queda.
E o elemento interno, a natureza humana, a fraca carne  inclinada para o mal, faminta pelo erro que só pode ser vencida quando crucificada com Cristo e reduzida à servidão a fim de não cair.
Vejamos agora algumas maneiras de como o inimigo de nossas almas usa para nos tentar.
Vamos destacar primeiramente aquelas que o Senhor Jesus venceu quando conduzido ao deserto, conforme relatado em Mateus 4.1-11 e Lucas 4:1:

Jesus foi guiado pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo diabo durante quarenta dias.
            Precisamos ter a consciência de que existe um mundo sobrenatural que não enxergamos através da visão natural, comum, mas que é real.
Muitas pessoas vivem ser ter a noção deste universo espiritual onde atuam a Trindade excelsa, DEUS Pai, DEUS Filho e DEUS Espírito Santo e seus anjos; o império das trevas dominado por satanás e os demônios; a humanidade sem DEUS; o povo de Israel e a Igreja do Senhor.
A partir desta compreensão discernimos que estamos em meio a uma guerra em que a Igreja foi alistada para ser vencedora por Cristo Jesus, nosso Senhor.
            É interessante destacar que foi o próprio Espírito de DEUS que guiou a Jesus Cristo para o deserto.
            Nós igualmente também atravessamos o deserto desta vida como peregrino e forasteiros buscando a pátria futura (Hebreus 11:13, 13:14), passíveis de sofremos as tentações, não somos portanto imunes aos ataques do reino das trevas. Mas nos resta a provisão do socorro que vem do céu em meio à jornada do deserto,  mas DEUS é fiel e não permitirá que sejamos tentados além das nossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, proverá livramento, de sorte que a possamos suportar. 1 Coríntios 10:13

Vencendo quando postos em dúvida

E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. Então, o tentador, aproximando-se, lhe disse: Se és Filho de DEUS, manda que estas pedras se transformem em pães. Mateus 4.2 e 3.


O inimigo conhecia bem a Jesus e de fato sabia que era o o filho de Deus. Ele queria insinuar que Jesus, na condição de filho de Deus, deveria fazer coisas mirabolantes.
Mas esta dúvida pode surgir como uma das tentações à que somos expostos, principalmente, na condição de filhos de DEUS, principalmente quando as circunstâncias adversas querem nos fazer questionar a nossa condição de filhos de DEUS.
Ao nos atrair engodando a nossa própria concupiscência (Tiago 1:14), o inimigo de nossas almas fala mansamente, dizendo com voz aveludada que nada daquilo faz mal. Quando ocorre a fatalidade de cedermos, ele se volta contra nós com a voz berrante de um trio elétrico despejando mega-watts de acusações e culpas sobre nós.
Porém, mesmo quando alguém tropeça e cai em pecado, este não perde a condição de ser filho de DEUS. Muito embora possa passar a condição de bastardo. Hebreus 12:8. Porque o escape de DEUS existe, simplesmente porque somos Seus filhos. 
Para a restauração da comunhão com o Pai, a Igreja aplica como remédio a disciplina, porque não somos bastardos, sem correção, mas somos filhos pois “o pai corrige o filho a quem ama” e assim o Senhor nos corrige porque nos quer bem. Hebreus 12:6 a 10.
Desta maneira somos então restaurados e não ficamos prostrados, porque somos filhos de DEUS, conforme o apóstolo João testificou:

Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de DEUS; e, de fato, somos filhos de DEUS. 1 João 3:1

Nada portanto do que possa nos acontecer muda a nossa condição de filho de DEUS. Existe ex-patrão, ex-vizinho, ex-empregado, ex-marido, ex-amigo, ex-tanta coisa, porém, não existe ex-filho, repito, não existe ex-filho. Uma vez filho, sempre filho.  Exceto em condição extrema quando alguém apostata da fé. 1 Timóteo 4:1.
Pois todos somos filhos de DEUS mediante a fé em Cristo Jesus (Gálatas 3:26), ratificado pelo testemunho do próprio Espírito de DEUS:

Pois todos os que são guiados pelo Espírito de DEUS são filhos de DEUS. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de DEUS. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de DEUS e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados. Romanos 8.14-17.

O inimigo tentou a Jesus justamente por este ser filho de DEUS, pois ele bem o sabia (Lucas 8:28). O Senhor Jesus feriu a cabeça da serpente e esmagará definitivamente a satanás debaixo dos seus pés. Gênesis 3:15; Romanos 16:20.
Nesta era presente o adversário tenta atingir a Deus procurando derrotar os salvos, porém nada pode contra o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Apocalipse 17:14, visto maior ser Aquele que está com a Igreja do que aquele que está no mundo. 1 João 4:4. Graças portanto a DEUS que nos dá a vitória em Cristo Jesus, nosso Senhor.  1 Coríntios 15:57.

O Perigo do Olhar

Neste último final de semana aconteceu uma tragédia em uma das provas de um campeonato de automobilismo dos mais populares nos Estados Unidos. Um grave acidente que levou à morte um de seus pilotos. Acidentes que não são raros neste tipo de prova. O ploto brasileiro Nelson Piquet sofreu em 1992 um grave acidente semelhante à este último, causando-lhe graves ferimentos em um treino que lhe deixaram sequelas por muito tempo.


Sem querer entrar no mérito das razões de tantos casos de acidentes, gostaria de refletir a respeito do porquê da curiosidade do ser humano por acidentes, quedas, embates, mortes.

No livro autobiográfico Confissões (Livro VI, Capítulo VIII), Agostinho, o bispo de Hipona, narrou o episódio da atração de um amigo, Alípio, pelos jogos de gladiadores no Anfiteatro romano:

“A princípio, detestava e aborrecia espetáculos semelhantes. Certa vez, encontrando-se com alguns amigos e condiscípulos que voltavam de um jantar, apesar de resistir, foi arrastado por eles com amigável violência para o anfiteatro, onde naquele dia se celebravam jogos funestos e cruéis.”

Alípio lhes resistia, dizendo:

“Mesmo que arrasteis para lá meu corpo, e o retenhais ali, podereis por acaso obrigar minha alma e meus olhos a contemplar tais espetáculos? Estarei ali como ausente, e assim triunfarei deles e de vós”.

Mas conseguiram levá-lo uma certa ocasião ao lugar que  “já fervia nas paixões mais selvagens.”

Segundo Agostinho, Alípio, ao chegar, a princípio fechou os olhos, proibiu não ver tamanhas crueldades. Porém ao ouvir o grnade clamor da multidão em determinado lance da luta, arregalou os lhos para enxergar a cena, movido pela curiosidade.
Acredito que alimentando a concupiscência dos olhos de que trata o apóstolo João em uma de suas cartas. I João 2.16. Aquele olhar lhe foi fatal:
  
 “Foi logo ferido na alma mais profundamente do que a ferida física do gladiador a quem desejou contemplar e caiu. Sua queda foi mais miserável que a do gladiador, causa de tantos gritos. Estes, entrando-lhe pelos ouvidos, abriram-lhe os olhos, para ferir e abater sua alma, mais temerária do que forte, e tanto mais fraca por apoiar-se em si mesma, em lugar de se apoiar em ti. Logo que viu sangue, bebeu junto a
crueldade, e não se afastou do espetáculo; pelo contrário, prestou mais atenção. Assim, sem o saber, absorvia o furor popular e se deleitava naquela luta criminosa, inebriado de sangrento prazer.Já não era o mesmo que ali viera, era agora mais um da turba à qual se misturara, digno companheiro daqueles que para ali o arrastaram.”

Em Agostinho não havia mais palavras para descrever tamanha queda do amigo ao ceder à curiosidade mórbida de Alípio senão relatar as armadilhas que acorrentaram o amigo a partir de então para continuamente assistir os jogos por muito tempo, até que chegou à conversão:  

“Contemplou o espetáculo, gritou, apaixonou-se, e foi contaminado de louco ardor, que o estimulava a voltar, não só com os que o haviam levado, mas à sua frente, e arrastando a outros. Mas tu te dignaste, Senhor, livrá-lo deste estado com mão forte e misericordiosa, ensinando-o a não confiar em si, mas em ti, embora isto acontecesse muito tempo depois.”

Este exemplo claro, de séculos passados, é bem atual. Porque a natureza humana inclinada ao pecado continua a mesma. Somos uma Sociedade do Espetáculo conforme lembra o filósofo alemão Christoph Türcke, que traçou em sua obra Sociedade Excitada uma linha de raciocínio para apontar a sociedade hodierna como a “Sociedade  da Sensação”, alimentada pela “tendência de espetacularização”, reforçada pelo que se veicula na mídia,  principalmente as tragédias.

“As sensações estão a ponto de se tornar as marcas de orientação e as batidas do puso da vida social como um todo.” (Türcke, 2010, p.14)

Mas este fato não é novo, ao se restringe a constatação atual do filósofo moderno, nem do antigo Agostinho, mas remonta aos tempos do Jardim do Éden. Isso mesmo.

Eva ouviu do Senhor Deus para não comer do fruto da árvore do bem do e do mal.

A astuta serpente porém resolveu então atrair a Eva alimentando-lhe a conpuscência dos olhos:

“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus,  sabendo o bem e o mal.”  Gênesis 3:1-6

A partir de então parece que se tornou mais importante ver que ouvir. Dizem até que “uma imagem vale mais do que mil palavras.”

No entanto afirmo que a Palavra de Deus vale muito mais do mil imagens.   

Eva não deu crédito à Palavra, a orientação de Deus e assim se deixou levar pelo que viu:

“E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.” Gênesis 3:6-8

O segredo do resistir à tentação, acredito, está em agir como Alípio antes de ceder à tentação: fazer um pacto com o olhar, a exemplo de Jó:

“Fiz aliança com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?”  Jó 2.17.

Ou como o Salmista Davi, ele mesmo que sofreu uma terrível experiência de queda moral por conta de um simples olhar a partir da sacada do palácio real (2 Samuel 11.1-5):

"Não porei coisa má diante dos meus olhos. Odeio a obra daqueles que se desviam; não se me pegará a mim." Salmo 101.3.

Dando ouvidos à palavra do Senhor. Priorizando o ouvir a Deus ao invés de olhar as vitrines do mundo sedutor.


Referências Bibliográficas:

AGOSTINHO, Santo. Confissões. Tradução de J. Oliveira Santos e A. Ambrósio de Pina. 10ª edição, Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1990.

TÜRCKE, Cristoph. Sociedade excitada: filosofia da sensação. Tradução Antonio Zuin e outros. 1a edição. São Paulo: Editora Unicamp, 2010.

17 de outubro de 2011

COMBATENDO O BOM COMBATE 2


Portanto quem nos irá separar do amor de Cristo? Quem impedirá o agir de DEUS em favor da Igreja? (Isaías 43:13) Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Romanos 8:35.

Atualmente quais os inimigos da obra de Deus que podemos apontar e quem intentam separar o cristão do Seu Senhor? Seria o pós-modernismo  relativista e amoral que invadir nossas igrejas? O fanatismo religioso suicida que pega nas armas, mata inocentes e persegue os cristãos? O DEUS mercado que valoriza mais o ter em detrimento do ser? O posicionamento politicamente correto que faz concessões a tudo, deixando brechas nos muros?
Não seriam as pelejas entre nós em busca de quem manda mais, pode mais, sabe mais, movidos pela sede de poder em uma igreja local ou em uma guerra interdenominacional dissimulada, um mau combate?  
Ou seria o antigo rigor ascético das ordenanças, tais como: “não toques, não proves, não manuseies, as quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens?” Colossenses 2:21.
Ou então o ascetismo, o isolamento do mundo como eremitas que fez com que a Igreja perdesse seu poder de influência no meio da sociedade?  Como, se existe a necessidade primordial de se viver em um contexto social em constante mudança, não diria evolução, quando os valores morais estão sendo relegados ou pior “renovados” ? 
Em face disto, precisamos de discernimento para nos separar não do mundo mas sim de sua influência pecaminosa, não simplesmente nos isolando e achando que tudo é pecado, mas examinando tudo e retendo o que é bom (1 Tessalonicenses 5:21), sem concessões para o pecado. Pecado é pecado, e ponto final.  
           Esta geração se encontra diante de um desafio maior. Enquanto uns poucos militam contra as trevas tentando defender a fé em regimes totalitários e anticristãos, a maior parte dos membros hoje sofre o perigo da sedução do engano do pecado da acomodação  às conveniências político-econômico-sócio-culturais.
O moderno, mas bem antigo entendimento do não faz mal, do agora vale tudo, com suas argumentações piegas de que Jesus só quer o coração ou, isso é coisa do passado, tenta nos convencer.
René Padilla, escritor que trata de assuntos ligados à missão integral da Igreja,  aponta a verdadeira frente de batalhada Igreja:

A igreja de Jesus Cristo está envolvida num conflito contra os poderes do mal entrincheirados nas estruturas ideológicas que desumanizam  o homem, condicionando-o para que relativize o absoluto e absolutize o relativo. (Padilla, 1992, p. 63).

A escritora e filósofa Nancy Pearcey, por sua vez, trata desta mesma luta tendo como pano de fundo os estudos da visão de mundo que temos, a cosmovisão e o ambiente cultural, em seu livro Verdade Absoluta: libertando o cristianismo do seu cativeiro cultural, explicando a esta necessidade, para se transformar o mundo.

O profeta Malaquias protestou contra o relativismo moral da sua época, dizendo:

Porque, quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não faz mal! E, quando ofereceis o coxo ou o enfermo, não faz mal! Ora, apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado em ti? Ou aceitará ele a tua pessoa? — diz o SENHOR dos Exércitos.  Malaquias 1:8.

Por sua vez a real necessidade de se fazer de judeus para ganhar os judeus e, assim por diante (1 Coríntios 9:20), não pode servir de cena para absorver a ideia de muitos estarem abrindo igrejas para atenderem a todo tipo de gosto com um produto ou prestação de serviço que busca alcançar um segmento de mercado.

No final da década de 80, Warren W. Wiersbe denunciou que nos últimos anos, devido a crise de integridade (Wiersbe, 1889, p. 42), “a igreja tem tido celebridades demais e servos de menos, um número demasiado de pessoas com muitas medalhas e cicatrizes de menos.”
            A Igreja através da sua liderança não pode se esquivar de ministrar todo o conselho de Deus:

Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue. Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão rebanho, e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si.
Portanto vigiai, lembrando-vos de que por três anos não cessei noite e dia de admoestar com lágrimas a cada um de vós. Agora pois, vos encomendo a Deus e à palavra da sua graça, àquele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados. Atos 20:28-32.

Essa é nossa luta. Combater o bom combate. 2 Timóteo 4:7.
Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou, parafraseando São Paulo. Romanos 8:37. O segredo está em se fortalecer no Senhor e na força do seu poder. Efésios 6:10. Tomando toda a armadura de DEUS para poder estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; e resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. Efésios 6.11,13.
Paulo cantou assim o brado de vitória contra todo o mal: 

"Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os  anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de DEUS, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." Romanos 8.38 e 39.  

E, ao final da sua jornada como apóstolo dos gentios, convicto de que cumpriu sua missão terrena, não temeu declarar que combateu o bom combate, acabou a carreira e guardou a fé. 2 Timóteo 4:7
 Escrevendo à Igreja da Galácia, Paulo expressou aos irmãos a grande luta que vinha mantendo por eles. E deixou o ensino ratificado pelo exemplo: - O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o DEUS da paz será convosco. Filipenses 4:9. Aponto de se apresentar como exemplo a ser seguido: - Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo. Coríntios 11:1
Contextualizando o evangelho de Cristo para este tempo, esta geografia, este modus vivendi,  sem corromper a verdade da doutrina, sem concessões. 
Pura ortodoxia, conforme o pensamento de G.K. Chesterton, filósofo cristão inglês da primeira metade do séc. XX, que defendeu a posição ortodoxa da Igreja, e declarou:

“A Igreja não poderia se dar ao luxo de ceder um milímetro em alguns pontos, se quisesse continuar seu grande e ousado experimento do equilíbrio irregular.” (Chesterton, 2008, p.166)

Para continuar firmes na peleja, precisamos confiar em Cristo Jesus, lembrando sempre que “todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca.” I João 5.18. 

Referências Bibliográficas:

CHESTERTON, G.K. Ortodoxia. Tradução de Almiro Pizzeta. 1a edição, 4a reimpressão. São Paulo: Mundo Cristão, 2008.
PADILLA, René C. Missão Integral: Ensaios sobre o reino e a igreja. 1ª edição, São Paulo: FTL-B Temática, 1992.
WIERSBE, Warren W. A Crise de Integridade. 2ª impressão. São Paulo: Editora Vida, 1999.



Combatendo o Bom Combate


Combate o bom combate da fé. Toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado e de que fizeste a boa confissão perante muitas testemunhas.  I Timóteo 6.12.
           
A Igreja do Senhor Jesus Cristo é uma igreja essencialmente Militante e Triunfante. São dois aspectos essências que a caracterizam. A Igreja vive em meio a uma guerra cerrada no cenário espiritual, combatendo contra o mundo, a carne e diabo. Uma verdadeira batalha.
A Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, p. 1422), em seu estudo doutrinário “A Igreja”, descreve bem o papel do exército do Senhor nesta guerra:

A Igreja é um exército engajado em um conflito espiritual, batalhando com a espada e o poder do Espírito (Efésios 6:17). Seu combate é espiritual contra satanás e o pecado. O Espírito que está na Igreja e a enche, é qual guerreiro manejando a Palavra viva de Deus, libertando as pessoas do domínio de satanás e anulando todos os poderes das trevas (Atos 26:18; Hebreus 4:12; Apocalipse 1:16; 2:16; 19:15,21)

Guerra Espiritual. Nos idos dos anos oitenta, muito se escreveu, pregou, ensinou e debateu no meio evangélico a respeito de batalha espiritual. A Igreja foi ensinada a amarrar o valente e assim por diante. Expressões do tipo “tá amarrado”, povoaram as mentes e foram professadas por muitos. O modismo passou, mas a guerra contra as hostes espirituais da maldade (Efésios 6:12), deflagrada desde os tempos da criação (Gênesis 3:14 e 15), ainda continua declarada, válida e em pleno desenvolvimento. Conforme Wiersbe (1989,p.41), “a igreja é um exército onde que se agrupa a fim de se preparar para a batalha e a fim e ouvir as ordens de Deus.”
O adversário da Igreja não mudou, continua sendo o mesmo e agindo da mesma forma:

Nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais. Efésios 6:12.

A luta do crente não é contra pessoas. Muito menos os pecadores são os adversários a serem combatidos, muito embora alguns possam estar passando neste momento por uma crise de relacionamento justamente com pessoas que não tem a natureza espiritual, ou mesmo por estarem agindo de maneira carnal.
Dificuldades de relacionamento sempre surgem em todos os lugares de nosso convívio. Seja na escola, trabalho, família, vizinhança, e até na Igreja. O pastor Elinaldo Renovato em seu livro Aprendendo Diariamente com Cristo, ressalta que não são poucos os exemplos de divisões de Igrejas causadas por crises de relacionamento (Lima, 2003, p.118.). 
Ainda mais sabendo que estes últimos dias são tempos difíceis, de homens cruéis, à medida que se aproxima o dia da Volta do Senhor para buscar a Igreja. Hebreus 10:25.
Por isso precisamos da ajuda e sabedoria de DEUS em contornar estas dificuldades, para não se bater de frente com alguém. Um dos pontos onde o inimigo mais procura agir é justamente na comunhão entre as pessoas. Vivemos dias de guerra. Este mal quer penetrar e se estabelecer também na Igreja local.
Mas a Bíblia nos leva para outro caminho, o caminho da comunhão e do amor fraternal. Hebreus 13:1; Romanos 12:10; 2 Pedro 1:7; 1 Tessalonicenses 4:9.
Inicialmente precisamos ter para com o nosso irmão o mesmo sentimento que Cristo teve para conosco:

Ora, o DEUS de constância e de consolação vos dê o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus.  Para que unânimes, e a uma boca, glorifiqueis ao DEUS e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu, para glória de DEUS. Romanos 15.5 a 7.

Isto também se reflete na simples maneira de falamos uns dos outros, conforme o alerta da Carta de Tiago, que diz:

Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; ora, se julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz. Tiago 4.11.

Não vos queixeis, irmãos, uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está à porta. Tiago 5.9.

E se evidencia ao mundo os sinais do discipulado autêntico de Cristo através do amor de uns para com os outros. (João 13:35), ratificado pelo ensino paulino:

Revesti-vos, pois, como eleitos de DEUS, santos e amados, de coração compassivo, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, suportando-vos e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como o Senhor vos perdoou, assim fazei vós também.  (Colossenses 3.12)

O amor é a base para cimentar os relacionamentos: 

"Porque esta é a mensagem que foi pregada e que ouvimos desde o princípio, que nos amemos uns aos outros." I João 3.11. 

O segredo maior para se alcançar a vitória cristã é o amor, a marca registrada dos verdadeiros discípulos de Jesus. (Lima, 2003, p. 120.), sendo a igreja local precisa ser “um ambiente riquíssimo para o bom relacionamento entre as pessoas”. (Lima, 2003, p. 122.)  
Precisamos amar uns aos outros, porque “o amor é de DEUS; e todo o que ama é nascido de DEUS e conhece a DEUS. Aquele que não ama não conhece a DEUS; porque DEUS é amor.” I João 4:7 e 8.
Como já citamos, a Bíblia nos alerta para o fato de que não é contra gente de carne e osso que devemos travar nossas batalhas, mas sim contra as hostes espirituais invisíveis que nos cercam às quais devemos estar sempre alertas para nos defender ou enfrentar.
Lutar com alguém que se vê é difícil, quanto mais contra seres que não conseguimos naturalmente enxergar. É preciso pois estar com os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal. Hebreus 5:14 Pois somente o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. 1 Coríntios 2:15.
Como sabemos o inimigo veio para roubar, matar e destruir (João 10:10); semear contendas e desunião entre as pessoas; alimentar a malícia e o mal no coração do homem; provocar divisões, separações, intrigas, invejas, porfias, intrigas, desavenças, inimizades. Provérbios 6:14.
O nosso adversário, satanás, ruge ao derredor buscando alguém a quem possa tragar. Daí é preciso estar sóbrio, atento e preparado, sujeitando-se tão somente a DEUS, e desta maneira resistindo ao diabo firme na fé. 1 Pedro 5:8; Tiago 4:7
DEUS nos orienta como alcançarmos a vitória.
O segredo para vencer o mal  e todas as astutas ciladas do maligno está em nos revestirmos como bons soldados de Cristo de toda a armadura de DEUS: o capacete da salvação, o escudo da fé, a couraça da justiça, cingidos os lombos com a verdade e calçados os pés na preparação do Evangelho da paz. Efésios 6:10 a 18. O uso desta armadura se aplica em nosso viver diário.
Qual o caminho para contornar as crises de relacionamento? O que fazer então quando constatar que alguém nos feriu, magoou, pisou o nosso pé e depois fingiu que nada aconteceu? Que atitudes tomar diante de uma afronta de uma pessoa contra nós?
A primeira reação, própria da natureza humana, é alimentar o sentimento de vingança. “- Isso não vai ficar assim, me aguarde”. A ameaça pode tomar corpo na mente e se tornar real e, na primeira oportunidade, comer o prato frio da vingança.
Porém esse não deve ser o caminho.
A Bíblia adverte que de DEUS é a vingança e a recompensarei. A vingança é uma prerrogativa divina e não uma reação humana. Deixe com DEUS, Ele cuidará disso. Hebreus 10:30; Romanos 12:19.
Uma segunda atitude não recomendada é deixar brotar a raiz de amargura no coração. O escritor aos hebreus lembra o cuidado de que ninguém se prive da graça de DEUS, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, o perturbe, e por ela muitos se contaminem. Hebreus 12:15.
Passam anos e anos remoendo a ofensa do inimigo. Perdoá-lo, jamais! Ele não merece o perdão. A Bíblia aconselha: não deixe se por o sol sobre a sua ira; irai-vos mas não pequeis (Efésios 4:26). “Eu perdoo mas não esqueço”, é o dilema de alguns. Esqueça, simplesmente esqueça! Buscar o caminho do perdão ao invés do tenebroso do reagir à afronta do outro, porque a ira do homem não opera a justiça de Deus. Tiago 1:20.
Outra postura incoerente é orar clamando a Deus por "justiça". De preferência uma “justiça” que venha acompanhada de castigo considerando a pessoa de Deus um carrasco celestial a punir que nos fez o mal. Esquecendo-se que Jeová Tsidkenu, “Justiça nossa”, em Cristo se fez justiça não apenas por nós, mas por todos, inclusive daquele nos fez o mal.   Jeremias 23:4;
A quarta atitude, bíblica, e recomendável, é vencer o mal com o bem. Romanos 12:21. Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, tanto uns para com os outros, como para com todos. 1 Tessalonicenses 5:15         Mas como?
Vejamos o exemplo de vida de José. Foi rejeitado pelos irmãos, lançado numa cova e vendido como escravo. Gênesis 39.1. Passou por dificuldades a ponto de ser lançado injustamente na prisão por conta de uma calúnia. Mas permaneceu em sua integridade. Gênesis 39.11-23. DEUS muda a sua sorte, tirando-o da prisão e nomeando como um dos maiorais do Egito. Gênesis 41:38-44.
José se reencontra com seus irmãos e se deixar revelar em uma conversa íntima. Aquele momento poderia ter sido usado para dar o troco e envergonhar os irmãos; ou como um momento de demonstrar autopiedade, lamentando o que se passou por culpa dos seus próprios familiares. Mas nada disso fez. Ele teve uma compreensão maior a respeito dos fatos acontecidos e sofridos por ele e chegou a uma conclusão espetacular: DEUS estava naquele negócio. Gênesis 45:3-5. E disse: o mal que vocês, meus irmãos, intentarem fazer contra mim, DEUS transformou em bem, para a felicidade de muitos. Gênesis 50:20.
Aprendemos com este exemplo uma grande lição. A tentativa de alguém nos prejudicar pode ser usada como combustível para vermos a ação e providência divina em nosso favor. Tudo acontece na vida do cristão para glória de DEUS. E tudo tem um fim, um por quê.
Tudo aconteceu naquela circunstância para benefício do povo hebreu que passaria dificuldades de sobrevivência caso Jeová não tivesse colocado José naquela posição.

Conclusão

Se acaso alguém lhe prejudicou, saiba, que sua luta não é contra a carne. Pode parecer difícil compreender e aceitar esta situação no momento da dor, perdoar, mas depois vai descobrir com esta circunstância o plano, o agir e a glória de DEUS na vida da Igreja Vencedora, cuja militância ilumina as almas cegas pelo império das trevas (II Coríntios 4.4):
 “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo”, para que o evangelho não venha a “lhes abrir os olhos e das trevas os converter à luz e do poder de Satanás a DEUS”, a fim de que recebam “a remissão dos pecados e sorte entre os santificados pela fé” (II Coríntios 4:4 e Atos 26:18)
Conforme Paulo ensinou, talvez venhamos a sofrer aflições. Não como malfeitores desobedientes à Palavra, nem como masoquistas espirituais, mas como bons soldados de Jesus Cristo (II Timóteo 2:3), em tudo sendo passiveis de ser atribulados: lutas por fora, temores por dentro (II Coríntios 7:5), a fim de, sendo sóbrio em todas as coisas, suportar as aflições, cumprir o ministério (II Timóteo 4:5), a favor do corpo de Cristo, que é a Igreja. Colossenses 1:24. 
O apóstolo Paulo exortou que ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, mas precisa lutar legitimamente, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra (II Timóteo 2:4).
Já estamos alistados para o bom combate, a luta que vale a pena ser travada, desde que aceitamos a Cristo como Salvador, quando DEUS nos resgatou do império das trevas para o Reino do filho do Seu amor (Colossenses 1:13).

Referência bibliográfica


Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de 1995, Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
LIMA, Elinaldo Renovato de. Aprendendo Diariamente com Cristo. 1ª edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.

WIERSBE, Warren W. A Crise de Integridade. 2ª impressão. São Paulo: Editora Vida, 1999.

Lições 4.o Trimestre 2013

Lições 4.o Trimestre 2013
Conselhos para a vida

Lição 1 - O Valor dos Bons Conselhos
Lição 2 - Advertências Contra o Adultério
Lição 3 - Trabalho e Prosperidade
Lição 4 - Lidando de Forma Correta com o Dinheiro
Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos
Lição 6 - O Exemplo Pessoal na Educação dos Filhos
Lição 7 - Contrapondo a Arrogância Com a Humildade
Lição 8 - A Mulher Virtuosa
Lição 9 - O Tempo para Todas as Coisas
Lição 10 - Cumprindo as Obrigações Diante de Deus
Lição 11 - A Ilusória Prosperidade dos Ímpios
Lição 12 - Lança o teu Pão Sobre as Águas
Lição 13 - Tema a Deus em todo o Tempo

Comentarista:

José Gonçalves - Pastor, Professor de Teologia, Escritor e Vice-presidente da Comissão deApologética da CGADB; Comentarista das revistas de Escola Dominical da CPAD.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Entre em contato conosco


Se copiar algum texto, favor citar a fonte com o nome do autor e o link deste blog.