Crescendo na graça e no conhecimento

28 de dezembro de 2012

APOSTASIA


OS PASSOS PARA A APOSTASIA

A apostasia (no grego apostásis, afastamento), caracteriza-se pelo abandono premeditado e consciente da fé cristã. Não se trata portanto de uma queda por motivo de um pecado de maneira inconsciente por falta de vigilância, por exemplo. Trata-se neste caso de uma rejeição e negação deliberada da fé, de maneira consciente.

Mas como acontece o processo de apostasia? Começa com uma onda ! Um dos caminhos que podem conduzir à apostasia consiste em dar ouvidos aos falsos mestres.
Mas, como alguém que serve a Deus pode se deixar levar por falsos argumentos?  Primeiramente rejeitando a orientação da Palavra de Deus e assim deixando de crescer na graça e no conhecimento do Senhor, não  mais meditar na Sua palavra, deixar de conferir com a Palavra os ensinos que recebe.e buscar fontes alternativas de águas rotas.
Para tentar exemplificar, lembrei-me de um filme aparentemente despretensioso que assisti na década de 80 (muitos dos meus alunos sequer haviam nascido). O filme se chama The Wave - A Onda - , produzido em 1981 e depois feito uma nova versão em 2008 (esta última não tive oportunidade de ver). Uma versão pode ser encontrada no link abaixo:

O filme é baseado em uma experiência pedagógica real aplicada por Ron Jones, professor de História  da Cubberley High School em Palo Alto, Califórnia, em 1967, ao ministrar sobre as políticas da Alemanha nazista e suas consequências. No início das aulas da disciplina, surgiu o seguinte questionamento: Como o povo alemão deixou isto acontecer ? Como se deixou levar pelos argumentos dos líderes a ponto de se tornarem coniventes com os atos praticados pelos nazistas.
Durante a semana seguinte, o professor começou a mobilizar os alunos do colégio, formando uma comunidade sob sua liderança, baseado na força, poder e sucesso pela disciplina. O resultado? Bem, o final do filme tem um desfecho surpreendente que pode nos esclarecer como ocorre um processo de manipulação e, no caso do relacionamento com Deus, levar as pessoas à apostasia.

As Diferenças Entre o Cair e o Apostatar

Uns encurvam-se e caem, mas nós nos levantamos e estamos de pé. Salmo 20.8

O cair em alguma falta não deve fazer parte da caminhada natural do cristão. Mas, em sua falibilidade, pode se lhe ocorrer algum percalço (pisar na bola). A falta de vigilância pelas práticas devocionais da oração, jejum, meditação na Palavra, momentos de fragilidade emocional,estresse, hábitos não completamente vencidos, negligência à prática dos ensinos recebidos, falta de atendimento aos conselhos do pastor, dos pais, da esposa, dos próprios filhos; enfim, inúmeras causas podem corroborar para a queda.
Às vezes, sequer percebemos quando enredamos por tais práticas. Nada, porém, justifica tais atitudes. Porém o levantar para a retomada da caminhada sempre está disponível pelo arrependimento. Bem aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro. (Apocalipse 7.14; 22.14)
O apostatar por sua vez ultrapassa os limites do mal praticado por ignorância, negligência ou descuidado. Torna-se, como o sentido da palavra original sugere, em atitude deliberada, intencional, opção refletida e tomada não apenas sob a influência do engano, mas uma escolha consciente de associação a este engano; não se caracterizando com uma falha pontual, mas uma tomada de posição de rebelião consciente contra Deus, sua Palavra e também contra quem professa a fé.
O homem caído sente a dor das feridas do tropeço; o apóstata se satisfaz em promover, incentivar e aceitar esta queda provocada pelo ensino de doutrinas de demônios.
O caído muitas vezes chora e geme anelando voltar à restauração da comunhão com Deus (veja o Salmo 51) enquanto que o apóstata quer distância de Deus. Um está desviado por ceder à determinadas circunstâncias; o outro é desviado por opção.
Quando se está caminhando, sem se observar o caminho, corremos o risco de tropeçar em pedra. Quando isto acontece, ficamos feridos, doloridos sujamos as vestes, mas imediatamente nos levantamos e nos pomos de pé. Isto é o cair.
Os apóstatas por sua vez deliberadamente, passo a passo se encurvam diante dos ensinos e doutrinas e falsos mestres que lhes conduzem ao caminho da apostasia em um processo contínuo e muitas vezes irreversível, tornando-se igual ou pior do que eles.
Aos caídos devemos demonstrar compaixão, visto que estamos sujeitos ás mesmas paixões, e estender as mãos; aos apóstatas, conforme a orientação de Judas, “apiedai-vos de alguns, usando de discernimento; E salvai alguns com temor, arrebatando-os do fogo, odiando até a túnica manchada da carne.”  Precisamos no entanto condenar suas práticas e guardando-nos a nós mesmos e ao rebanho de sua influência maligna, e outros até evitar..
"Pois a terra que embebe a chuva, que cai muitas vezes sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção da parte de Deus;  mas se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada, e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada." Hebreus 6.7 e 8.
"Porque é impossível que os que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo vindouro, e depois caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério". Hebreus 6.4 a 6.
Porém, confirmados pelo Senhor são os passos do homem em cujo caminho ele se deleita; ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor lhe segura a mão. Salmo 37.23-24.
Ao passo que os apóstatas que deliberadamente caíram e ficaram prostrados em seus conceitos e valores, sem dar lugar a palavra de exortação ao arrependimento, crucificam para si mesmos o filho de Deus, expondo-o à ignomínia, sendo impossível serem renovados para o arrependimento. Hebreus 6.6.

24 de dezembro de 2012

A APOSTASIA NO REINO DE ISRAEL


Texto-base: Introdução da história do reinado de Acabe – Leitura bíblica em classe - I Rs 16.29-34 - ARC)

“E Acabe, filho de Onri, começou a reinar sobre Israel no ano trigésimo oitavo de Asa, rei de Judá; e reinou Acabe, filho de Onri, sobre Israel em Samaria, vinte e dois anos.
E fez Acabe, filho de Onri, o que era mal aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele.

E sucedeu que (como se fora coisa leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate), ainda tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi, e serviu a Baal, e se encurvou diante dele. (Texto-Áureo – grifo nosso)

E levantou um altar a Baal, na casa de Baal que edificara em Samaria.
Também Acabe fez um bosque, de maneira que Acabe fez muito mais para irritar ao SENHOR, Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele.
Em seus dias, Hiel, o betelita, edificou a Jericó; morrendo Abirão, seu primogênito, a fundou; e, morrendo Segube, seu último, pôs as suas portas; conforme a palavra do SENHOR, que falara pelo ministério de Josué, filho de Num.
Conforme o texto áureo da lição alerta, em uma avaliação preliminar, pode-se deduzir que Acabe já andava por um caminho de distanciamento dos preceitos de Jeová ao considerar normal seguir o exemplo de Jeroboão e se distanciou de vez do Senhor, praticando a apostasia ao celebrar um casamento de conveniência política, contraindo matrimônio com a estrangeira Jezabel, mulher imersa em uma cultura pagã e idólatra, sob cuja influência reinou e por isso pereceu assim como fez sofrer o povo de Israel, sob o protesto profético de Elias, o tisbita.

Objetivos da lição:
·         Identificar as causas e os agentes da apostasia em Israel;
·         Conscientizar-se sobre os perigos da apostasia;
·         Compreender as consequências da apostasia para Israel.

APOSTASIA

Para melhor situar o aluno no tema da lição, poderíamos começar a discussão levantando o conceito do que seja APOSTASIA.


PONTO DE DISCUSSÃO:
Inicialmente podemos indagar aos alunos - O que é apostasia?
 




Usando o Auxílio Bibliográfico da lição, apostasia (do grego apostásis, afastamento), caracteriza-se pelo abandono premeditado e consciente da fé cristã. Não se trata portanto de uma queda por motivo de um pecado de maneira inconsciente por fala de vigilância, por exemplo. Trata-se neste caso de uma rejeição e negação deliberada da fé, de maneira consciente.

No subsídio à lição 12 do 4.o trimestre de 2005, a CPAD forneceu a seguinte conceituação:


O apóstata é o “desertor” (Tg 2.11), “aquele que se rebela ou provoca rebelião” (At 21.21; 2 Ts 2.3), enquanto a apostasia, é a “rebelião, o abandono ou divórcio com uma antiga crença ou credo”. O apóstata abandona e rebela-se contra a sua antiga crença. O genitivo objetivo “da fé” (tēs pisteōs) quer dizer “da doutrina cristã”. Em sentido estrito, é aquele que uma vez tendo crido em Deus, abandona-o e se volta contra Ele. Há, no escrito neotestamentário, diversos termos e expressões que indicam esse afastamento e revolta, a saber: 

 TERMO SENTIDO REFERÊNCIA
aperchomai voltar atrás Jo 6.66
apostrepho desviar; desertar2 Tm 4.4
arnéomai negar 2 Tm 2.13; 3.5
astocheōerrar o alvo; desviar1 Tm 1.6; 6.21
enauageōnaufragar na fé1 Tm 1.19 
mē menē   não permanecer  Jo 15.6
              A apostasia é uma conseqüência da ação diabólica sobre o crente a fim de que o mesmo atenda e obedeça os “enganos dos espíritos enganadores” e a “doutrina dos demônios”. 


Fonte:  http://www.cpad.com.br/4trim05/sub_licao_012_4trim05.htm:

Já o autor da Carta aos Hebreus, no capítulo 6, alerta para tal perigo:


“Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas e de fé em Deus, e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos mortos, e do juízo eterno. E isso faremos, se Deus o permitir.  Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e as virtudes do século futuro, e recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério. Porque a terra que embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela e produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada recebe a bênção de Deus; mas a que produz espinhos e abrolhos é reprovada e perto está da maldição; o seu fim é ser queimada. Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos.”

Aqui o autor se refere a uma condição de juízo  irreversível por conta do abandono da fé. Mas serve-nos de alerta quando o escritor aconselha: Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a salvação, ainda que assim falamos.” Hb 6.9
Por outro lado, a bênção genuína de Deus é produzida na vida do cristão que ouve a Palavra e esta produz frutos de arrependimento para a glória de Deus em benefício de muitos.

INTRODUÇÃO

Após a morte de Davi ocorreu a divisão do reino entre o Reino do Norte - Israel (composto por dez tribos) e o Reino de Sul – Judá (composto pela tribo de Judá e Benjamim). O reino do Norte foi caracterizado por uma maioria de reis desobedientes ao Senhor e Acabe foi o pior deles até então ( I Rs 16.30), cujo governo foi caracterizado pela introdução de práticas religiosas dos cultos cananeus idólatras, sobretudo a adoração ao Deus Baal.
Aqui vale explicarmos quem era Baal.
Baal era uma divindade adorada e reverenciada pelo povo cananeu que habitava naquela região da terra prometida.
Conforme define o Dicionário Vine, o termo ba’al tem o significado comum de “senhor”. Repetindo-se o termo 84 vezes no AT, sendo 50 vezes o termo relacionado à uma divindade. Também tem como sentido o termo dono, possuidor, marido e uma terceira opção o termo se refere a qualquer deidade que não seja de Israel. Conforme Vine, “baal era um nome comum dado ao deus da fertilidade em Canaã. “


AS CAUSAS DA APOSTASIA
      
Casamentos mistos


A influência das pessoas ao nosso redor pode refletir em nossa tomada de decisão e as consequentes ações praticadas. Podemos influenciá-las e deixarmo-nos influenciar. Se para o bem, teremos benefícios; se para o mal, as consequências podem ser danosas. Jesus conviveu com poder de influência graciosa entre publicanos e pecadores. O perigo está em fazer alianças e compactuar com práticas pecaminosas, assim como fez Acabe.
Daí o alerta ao povo de Deus para não se comprometer com casamentos mistos. Os povos ao redor de Israel eram pagãos e idólatras. Tomar filhos ou filhas em casamento dentre os cananeus teria consequências funestas, assim como ocorreu com Jezabel. Uma pergunta pode surgir na sala: então um crente não pode se casar com o descrente? O comentarista aponta dois textos, um no NT e outro no AT para respaldar esta posição: Deut. 7.3 e 2 Co. 6.14,15. Vejamos o contexto em Deuteronômio 7.1-4:

Quando o SENHOR, teu Deus, te tiver introduzido na terra, a qual passas a possuir, e tiver lançado fora muitas nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu;  e o SENHOR, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas concerto, nem terás piedade delas;nem te aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos e não tomarás suas filhas para teus filhos;  pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do SENHOR se acenderia contra vós e depressa vos consumiria.

O motivo maior portanto em o Senhor proclamar o alerta contra casamentos mistos seria o fato de que os filhos dos estrangeiros fariam desviar os filhos de Israel dos caminhos do Senhor, para servirem aos deuses estranhos. Foi isto justamente o que ocorreu com Acabe.

PONTO DE DISCUSSÃO: UM CRENTE PODE CASAR-SE COM UM DESCRENTE?

O Senhor levanta o profeta Malaquias para protestar contra o perigo do adultério contra o Senhor devido aos casamentos com filhos nações de deuses estranhos:

"Judá tem sido desleal, e abominação se cometeu em Israel e em Jerusalém; porque Judá profanou o santuário do SENHOR, o qual ele ama, e se casou com a filha de deus estranho.
O SENHOR destruirá das tendas de Jacó o homem que fizer isto, o que vela, e o que responde, e o que apresenta uma oferta ao SENHOR dos Exércitos."  Malaquias 2:11-13

Na volta do cativeiro, Esdras propõe uma reforma religiosa, orientando o povo de Deus a resolverem a questão do casamento celebrado em terras estranhas:

Então se levantou Esdras, o sacerdote, e disse-lhes: Vós tendes transgredido, e casastes com      mulheres estrangeiras, aumentando a culpa de Israel Agora, pois, fazei confissão ao SENHOR Deus de vossos pais, e fazei a sua vontade; e apartai-vos dos povos das terras, e das mulheres estrangeiras.E respondeu toda a congregação, e disse em altas vozes: Assim seja, conforme às tuas palavras nos convém fazer. Porém o povo é muito, e também é tempo de grandes chuvas, e não se pode estar aqui fora; nem é obra de um dia nem de dois, porque somos muitos os que transgredimos neste negócio. Ora, ponham-se os nossos líderes, por toda a congregação sobre este negócio; e todos os que em nossas cidades casaram com mulheres estrangeiras venham em tempos apontados, e com eles os anciãos de cada cidade, e os seus juízes, até que desviemos de nós o ardor da ira do nosso Deus, por esta causa.Porém, somente Jônatas, filho de Asael, e Jaseías, filho de Ticva, se opuseram a isto; e Mesulão, e Sabetai, levita, os ajudaram.
E assim o fizeram os que voltaram do cativeiro; e o sacerdote Esdras e os homens, chefes dos pais, segundo a casa de seus pais, e todos pelos seus nomes, foram apontados; e assentaram-se no primeiro dia do décimo mês, para inquirirem neste negócio. E no primeiro dia do primeiro mês acabaram de tratar com todos os homens que casaram com mulheres estrangeiras. E acharam-se dos filhos dos sacerdotes que casaram com mulheres estrangeiras: Dos filhos de Jesuá, filho de Jozadaque, e seus irmãos, Maaséias, e Eliezer, e Jaribe, e Gedalias. E deram as suas mãos prometendo que despediriam suas mulheres; e, achando-se culpados, ofereceram um carneiro do rebanho pelo seu delito. Esdras 10:10-20

Na verdade tudo de bom ou mal que um cônjuge pratica pode afetar diretamente o outro. Se não houver firmeza de propósito em rejeitar uma tomada de posição contrária aos princípios bíblicos, pode tornar o outro cônjuge conivente no pecado do outro. Daí o alerta do apóstolo Paulo: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” 2 Coríntios 6:14.


A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA IDOLATRIA

Primeiramente podemos tentar explicar o que seja idolatria. Conforme o teólogo José Luis Sicre, na obra Profetismo em Israel (p. 345), “ a atitude idólatra é descrita em duas linhas: uma afetiva, de acordo com a concepção dos deuses como amantes e da idolatria como adultério; outra de confiança, segundo a concepção dos deuses como ponto de apoio e refúgio.”
A institucionalização de práticas religiosas significa que o Estado aceita, torna oficial ou mesmo impõe uma prática religiosa para os seus cidadãos. O regime monárquico escolhido por Israel não era do agrado do Senhor, mas foi-lhe permitido, muito embora que o povo soubesse de suas consequências. (I Sm. 8). O problema se tornou mais grave quando alguns líderes abraçaram práticas idólatras dos povos pagãos e assim passaram a aprová-las ao povo enquanto governo oficial. Os líderes respondem pelos caminhos que traçam para o povo, muito embora esteja neste povo o livre arbítrio de obedecer ou não.
Os governos modernos escolheram o caminho do Estado laico, separado da influência da religião. Aqui pode-se encontrar pontos positivos e negativos. Esta distância não pode servir de pretexto para a prática da discriminação e perseguição por conta desta posição. Vivemos dias da antirreligião o que pode sutilmente dar brechas a institucionalização do agnosticismo, outra forma de “religião oficial”. O uso de recursos públicos para promover eventos religiosos precisa ser visto com as devidas reservas, bem como cultos pagãos travestidos de evento cultural. Por sua vez, leis que mantém a distância do comprometimento do Estado com a Igreja não podem ultrapassar os limites e se tornarem obstáculo à liberdade religiosa a que temos direito em nosso país.

PONTO DE DISCUSSÃO:
Podemos levantar entre os alunos outras razões que podem
levar uma pessoa um mesmo um grupo a apostatar da fé.
Acabe enquanto líder político-religioso oficializou as práticas pagãs de Jezabel, provocando a ira do Senhor, e trazendo transtornos irreparáveis ao povo de Deus, quando levanta a voz o profeta Elias, o tisbita, que irá confrontá-lo e enfrentar as terríveis oposições de Jezabel, o que será alvo dos estudos posteriores.





Os jovens amigos de Daniel no exílio babilônico, Sadraque, Mesaque, e Abednego, são exemplos de resistência a um sistema político-religioso comprometido com a idolatria, ao não se curvarem perante o rei, o que lhes acarretou serem lançados na fornalha de fogo ardente, da qual milagrosamente foram salvos. (Leia Daniel 3)

PONTO DE DISCUSSÃO: Você já passou por situação
de precisar defender sua fé ?
Aqui podemos destacar a importância da tomada de posição em relação a ceder ou não a uma prática mesmo oficial porém abominável ao Senhor. Importa agradar mais a Deus ou aos homens? (Gl. 1.10)



O líder sucessor de Moisés, Josué, confrontando a dubiedade da relação do povo israelita com o seu Deus, lançou o ultimato:   Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR. (Josué 24.15)

OS AGENTES DA APOSTASIA

Tem um ditado popular que diz: “o diabo quando não vem, manda o secretário”. Pois bem, existem pessoas que servem de verdadeiros instrumentos de satanás para trazer malefícios para as demais pessoas. Tentados pela sede de poder, riquezas, status, muito se comprometem com entidades satânicas a fim de alcançarem o sucesso a todo custo. O casamento de Acabe e Jesabel tinha um pano de fundo de uma aliança política que traria benefícios materiais para os dois reinos. Porém Acabe estava abrindo mão de um preceito ordenado por Deus para que não se casassem com estranhos. Como dissemos no inicio, esta proibição visava garantir a integridade espiritual do povo de Deus, o que acabou lamentavelmente ocorrendo. Como agentes do mal, o historiador judeu  Flavio Josefo assim avalia a inclinação do casal para a prática da idolatria: (Josefo, 2004, p. 414)

“Acabe, rei de Israel, estabeleceu residência em Samaria e reinou 22 anos, Em vez de mudar as abomináveis instituições feitas pelos reis seus predecessores, inventou ainda outras, tanto se comprazia em superá-los na impiedade, particularmente a Jeroboão, porque adorou, como ele, bezerros de ouro que havia mandado fazer e acrescentou outros crimes a esse. Desposou Jezabel, filha de Etbaal, rei dos tiros e sidônios,, e tornou-se idólatra, adorando falsos deuses. Jamais mulher alguma foi mais ousada e insolente. Tão horrível era a sua impiedade que ela não se envergonhou de edificar um templo a Baal, de plantar madeiras de todas as espécies e de estabelecer falsos profetas para prestar um culto sacrílego a essa falsa divindade. Como Acabe sobrepujava a todos os seus antecessores, em maldade, ele tinha prazer em manter sempre essa espécie junto de si.” 

Inocentemente, muitos em nossa geração têm absorvido ensinos, práticas, modelos de pessoas comprometidas com satanás, enredam seus pés em caminhos de idolatria e assim são aprisionados muitas vezes pelos ritos da “cultura” pós-moderna que de novo não tem nada.


PONTO DE DISCUSSÃO:
Você já tomou conhecimento de personalidades
que fizeram pactos Satânicos para alcançar o poder e a fama?
Tomou conhecimento de falsos mestres
que adulteram a Palavra de Deus para benefício próprio?

 







O apóstolo Paulo alertou ao jovem pastor Timóteo quanto ao perigo da pregação destes agentes do mal que através de falsos ensinos tentariam corromper a fé de alguns: (I Tm. 4.1-5):

Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência, proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças, porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificada.

A APOSTASIA, PORTANTO, É UM PERIGO REAL E UM GRANDE MAL A SER EVITADO.

CONCLUSÃO

A apostasia pode acontecer de maneira gradual. Alguns se encurvam e caem, conforme alerta o salmista (Sl. 20.8. Conceitos e valores revestidos de religiosidade muitas vezes ferem a Palavra de Deus. Para isso muitos agentes do mal ensinam ou sugerem práticas de heresias, que podem nos levar a tomar como verdade seus falsos conceitos e valores. Ainda que se nos apresente como uma vantagem pessoal no âmbito da sociedade, em um determinado momento da vida. Mas será que vale a pena trocar a bênção da primogenitura por um prato de lentilhas, a eternidade com Deus elo gozo momentâneo do pecado?
O acolhimento de fábulas, falsos ensino, pode levar a um processo irreversível de negação da fé e a concretização da apostasia que leva à morte e destruição.
Nós, professores da EBD, como defensores da fé,e agentes de formação para edificação do corpo de Cristo, precisamos primeiramente não nos deixar influenciar por conceitos e valores que contrariem os princípios bíblicos, alguns até revestidos de uma roupagem teológica atraente.
Em seguida, pedirmos a graça do Senhor para levantar a voz  em ajuda aos amados alunos, orientando-os dentro das Escrituras a combaterem pela fé que uma vez foi dada aos santos, assim como fez Judas em sua epístola.

Referências Bibliográficas:

GONÇALVES, José. Elias e Eliseu: m Ministério de Poder para toda a Igreja. Série Lições Bíblicas. Lições Bíblicas do 1.o Trimestre de 2013. Rio de Janeiro: CPAD, 2012;
JOSEFO, Flavio. Historia dos Hebreus. 8ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004;
SICRE, José Luis. Profetismo em Israel. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.
VINE, W.E e tal. Dicionário Vine: O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento. Tradução Luis Aron de Macedo. 8ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002;

9 de outubro de 2012

A ATUALIDADE DOS PROFETAS


O OFÍCIO DO PROFETA - Ezequiel 33:

1 Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2 Filho do homem, fala aos filhos do teu povo, e dize-lhes: Quando eu fizer vir a espada sobre a terra, e o povo da terra tomar um dos seus, e o constituir por seu atalaia;
3 se, quando ele vir que a espada vem sobre a terra, tocar a trombeta e avisar o povo;
4 então todo aquele que ouvir o som da trombeta, e não 
se der por avisado, e vier a espada, e o levar, o seu sangue será sobre a sua cabeça.
5 Ele ouviu o som da trombeta, e não se deu por avisado; o seu sangue será sobre ele. Se, porém, se desse por avisado, salvaria a sua vida.
6 Mas se, quando o atalaia vir que vem a espada, não tocar a trombeta, e não for avisado o povo, e vier a espada e levar alguma pessoa dentre eles, este tal foi levado na sua iniqüidade, mas o seu sangue eu o requererei da mão do atalaia.
7 Quanto a ti, pois, ó filho do homem, eu te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; portanto ouve da minha boca a palavra, e da minha parte dá-lhes aviso.
8 Se eu disser ao ímpio: O ímpio, certamente morrerás; e tu não falares para dissuadir o ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniqüidade, mas o seu sangue eu o requererei da tua mão.
9 Todavia se advertires o ímpio do seu caminho, para que ele se converta, e ele não se converter do seu caminho, morrerá ele na sua iniqüidade; tu, porém, terás livrado a tua alma.
10 Tu, pois, filho do homem, dize à casa de Israel: Assim falais vós, dizendo: Visto que as nossas transgressões e os nossos pecados estão sobre nós, e nós definhamos neles, como viveremos então?
11 Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que morrereis, ó casa de Israel?
12 Portanto tu, filho do homem, dize aos filhos do teu povo: A justiça do justo não o livrará no dia da sua transgressão; e, quanto à impiedade do ímpio, por ela não cairá ele no dia em que se converter da sua impiedade; nem o justo pela justiça poderá viver no dia em que pecar.
13 Quando eu disser ao justo que certamente viverá, e ele, confiando na sua justiça, praticar iniqüidade, nenhuma das suas obras de justiça será lembrada; mas na sua iniqüidade, que praticou, nessa morrerá.
14 Demais, quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se converter do seu pecado, e praticar a retidão
15 se esse ímpio, restituir o penhor, devolver o que ele tinha furtado, e andar nos estatutos da vida, não praticando a iniqüidade, certamente viverá, não morrerá.
16 Nenhum de todos os seus pecados que cometeu será lembrado contra ele; praticou a retidão e a justiça, certamente viverá.
17 Todavia, os filhos do teu povo dizem: Não é reto o caminho do Senhor; mas o próprio caminho deles é que não é reto.
18 Quando o justo se apartar da sua justiça, praticando a iniqüidade, morrerá nela;
19 e, quando o ímpio se converter da sua impiedade, e praticar a retidão e a justiça, por estas viverá.
20 Todavia, vós dizeis: Não é reto o caminho do Senhor. Julgar-vos-ei a cada um conforme os seus caminhos, ó casa de Israel.
21 No ano duodécimo do nosso cativeiro, no décimo mês, aos cinco dias do mês, veio a mim um que tinha escapado de Jerusalém, dizendo: Caída está a cidade.
22 Ora a mão do Senhor estivera sobre mim pela tarde, antes que viesse o que tinha escapado; e ele abrirá a minha boca antes que esse homem viesse ter comigo pela manhã; assim se abriu a minha boca, e não fiquei mais em silêncio.
23 Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
24 Filho do homem, os moradores destes lugares desertos da terra de Israel costumam dizer: Abraão era um só, contudo possuiu a terra; mas nós somos muitos; certamente nos é dada a terra por herança.
25 Dize-lhes portanto: Assim diz o Senhor Deus: Comeis a carne com o seu sangue, e levantais vossos olhos para os vossos ídolos, e derramais sangue! porventura haveis de possuir a terra?
26 Vós vos estribais sobre a vossa espada; cometeis abominações, e cada um contamina a mulher do seu próximo! e haveis de possuir a terra?
27 Assim lhes dirás: Assim disse o Senhor Deus: Vivo eu, que os que estiverem em lugares desertos cairão à espada, e o que estiver no campo aberto eu o entregarei às feras para ser devorado, e os que estiverem em lugares fortes e em cavernas morrerão de peste.
28 E tornarei a terra em desolação e espanto, e cessará a soberba do seu poder; e os montes de Israel ficarão tão desolados que ninguém passará por eles.
29 Então saberão que eu sou o Senhor, quando eu tornar a terra em desolação e espanto, por causa de todas as abominações que cometeram.
30 Quanto a ti, ó filho do homem, os filhos do teu povo falam de ti junto às paredes e nas portas das casas; e fala um com o outro, cada qual a seu irmão, dizendo: Vinde, peço-vos, e ouvi qual seja a palavra que procede do Senhor.
31 E eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois com a sua boca professam muito amor, mas o seu coração vai após o lucro.
32 E eis que tu és para eles como uma canção de amores, canção de quem tem voz suave, e que bem tange; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra.
33 Quando suceder isso (e há de suceder), saberão que houve no meio deles um profeta.

24 de agosto de 2012

O pragmatismo no meio cristão evangélico


O pragmatismo é um princípio filosófico que consiste em validar e aprovar um método usado para atingir um determinado objetivo através da constatação dos resultados alcançados, ou seja, o famoso “O fim justifica os meios”.

O pragmatismo no meio cristão evangélico me parece ser um dos maiores males bem mais próximos à Igreja nos dias atuais, um cristianismo de resultados.

O planejamento estratégico, as técnicas de marketing e persuasão, as ferramentas de gestão,  as estatísticas e gráficos de controle, a identificação dos “membros-clientes” e a busca de sua satisfação plena, as palavras persuasivas de sabedoria humana de que fala o apóstolo Paulo têm dado lugar em muitos lugares ao ouvir a voz de Deus e obedecê-la.

Confia-se mais nos dotes da intelectualidade humana do que na ação de Deus; os modelos administrativos humanos são mais importantes do que se cumprir a vontade de Deus que assim passa a ser manipulada para atender às intenções pessoais. As Igrejas se tornam meras empresas.

Importa mais a consolidação e crescimento da organização religiosa à edificação do organismo vivo, o Corpo de Cristo: a Igreja do Senhor. E para se crescer e vencer a concorrência no "mercado da fé" muitas vezes se recorre às concessões ao pecado, conceito agora relativizado sob a máscara do politicamente correto, sejam estas mínimas, sutis ou muitas vezes escancaradas. O que importa são os resultados, os princípios e meios se tornam meros detalhes.

Mas não se pode esquecer que a vida cristã é essencialmente feita de detalhes, de pequenas coisas baseadas em princípios inegociáveis que tem significação e reflexo na vida cotidiana e no porvir. Assim não podemos desprezar o valor das coisas pequenas, sob pena de se perder o sentido do significado da essência do evangelho transformador de Cristo.

Não vale a pena nos tornarmos os homens mais miseráveis da terra. Resultados materiais não superam os tesouros nos céus.

Assim, acreditamos ser necessária uma volta ao ouvir a voz do Senhor. Melhor deixar as muitas invenções, sejam pós-modernas ou do tempo da minha bisavó, e procurar ouvir no sentido de entender e praticar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Isto sim é o que importa. O resto é perfumaria. 

31 de maio de 2012

O GOVERNO DO ANTICRISTO


PARTE I - O PERFIL DO ANTICRISTO

A formação da palavra anticristo utiliza o prefixo grego anti – “contra” ou “em lugar de” e a palavra Cristo. O termo no sentido bíblico se refere a uma oposição ao Senhor Jesus Cristo.

Esta oposição na verdade foi deflagrada nos céus quando Lúcifer, o querubim ungido (Ezequiel 28.11-19), rebelou-se no céu contra Deus querendo tomar o lugar do Eterno, e de lá foi expulso juntamente com os seus anjos:

            "Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva do dia? Como foste cortado por terra, tu        que debilitavas as nações? E tu dizias no teus coração: Eu subirei ao céu, por cima das estrelas de       Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados do Norte.        Subirei sobre as alturas das nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo derribado serás no            inferno, aos lados da cova. Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão e dirão: É este o varão          que fazia estremecer a terra e que fazia tremer os reinos? Que punha o mundo como deserto e assolava as suas cidades? Que a seus presos não deixava soltos para suas casas?" Isaías 14:12-17.

Esta guerra foi evidenciada na Terra quando o inimigo agora se volta para seduzir e derrubar com o engano do pecado os filhos de Deus, Adão e Eva, que viviam em perfeita comunhão com Ele, abalada pela desobediência do casal levado pela astúcia de satanás. Não conseguindo vencer a Deus, o inimigo ataca aos homens. A herança do pecado, a morte, perpetuou-se assim em toda a humanidade.

Em seu plano da salvação, no entanto, Deus envia seu filho para resgatar o ser humano do império das trevas. Conforme constatamos através da mensagem profética que previu que  a semente da mulher – Jesus Cristo - viria para esmagar a cabeça da serpente – satanás – o adversário de Cristo. Gênesis 3.15.

A filósofa cristã Nancy Pearcey em sua obra Verdade Absoluta ressalta esta luta do bem contra o mal:

            O Inimigo foi fatalmente ferido; o resultado da guerra é certo; contudo, o território ocupado ainda não foi             desocupado. Hoje, há um período em que o povo de Deus é chamado para participar na batalha subsequente,             repelindo o Adversário e recuperando o território para Deus. Este é o período em que vivemos - entre a ressurreição de Cristo e a vitória final sobre o pecado e Satanás. Nossa chamada é aplicar à nossa vida e ao               nosso mundo a obra consumada de Cristo na cruz, sem esperar resultados perfeitos até que Ele venha.


Cristo, em Sua morte e ressurreição, cumpre o projeto do Pai reconciliando a humanidade com Deus. 2 Coríntios 5:19 e Efésios 2:16
A nossa luta maior é nos livrar das astutas ciladas do inimigo, bem como alcançar, com o poder do evangelho de Cristo, aqueles que estão sob a influência do mal.
A esta influência o apóstolo Paulo chama de o mistério da injustiça que já opera (2 Tessalonicenses 2:7). Um estado de espírito contrário às coisas de Deus que vem sendo exercido sobre as pessoas estão sob o domínio do maligno.

O apóstolo João em suas cartas e no próprio evangelho tinha uma preocupação fundamental: a tomada de posição apologética no combate às heresias que negavam a encarnação do verbo  de Deus, Jesus Cristo. A estes que se levantam contra Deus negando a Cristo, João os denomina de anticristos.

Conforme o teólogo J. Dwight Pentecost em sua obra Manual de Escatologia, a palavra anticristo aparece somente nas Epístolas de João. (l João 2.18,22,4.3 e 2 João 1:7).

Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora. Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós. E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo. Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade. Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho. 1 João 2:18-22

E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo.
1 João 4:3

Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo.
2 João 1:7

Dwight não considera o uso deste termo usado nas cartas joaninas como uma pessoa do futuro, mas todo aquele que negava à Cristo já à sua época, negando o Pai e o Filho. Porém acreditamos que o Anticristo  também se levantará contra o Cristo com base nos mesmo princípios e as mesmas motivações.    

Esta predisposição contra o Cristo já operava portanto desde os dias apostólicos e será alargada com o estabelecimento da figura do Anticristo, o homem do pecado, o filho da perdição, o iníquo, conforme vaticinou o apóstolo Paulo:

                Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e         se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que          se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo     parecer Deus. 2 Tessalonicenses 2:3-4

Assim comenta o teólogo pentecostal Stanley Horton em sua obra Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal::

            Paulo deixa subentendido que os últimos dias da presente era incluirão um aumento da revelação do        mal neste mundo, através do aparecimento do "iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua   boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda" (2 Ts 2.8). Essa figura do Anticristo comandará um    novo surto da iniquidade nos últimos tempos.

Esta corrente de pensamento de negação à Deus e seus valores, o espírito que agora opera nos filhos da desobediência, conforme escreveu o apóstolo Paulo (Efésios 2:2),  tem preparado o caminho para estabelecimento definitivo do governo do Anticristo, “o governante mundial blasfemo, que é fortalecido e habitado por satanás, e cujo falso profeta realiza falsos milagres (Ap 13.1-17)”

O Anticristo, portanto, e seu sistema de governo político-econômico-religioso, será estabelecido na Terra em um determinado período da história, com poder e autoridade consentida pela maioria dos homens, formando um governo hegemônico, sob a influência e domínio de satanás. Mas que será definitivamente derrotado pelo cordeiro de Deus,  Jesus Cristo.

Referências bibliográficas:


PEARCEY, Nancy. Verdade Absoluta: Libertando o cristianismo de seu cativeiro cultural, Tradução de Luis Aron de Macedo, 1ª edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática Pentecostal. 1ª edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.
PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. 5. ed. São Paulo: Editora Vida, 2006.

19 de maio de 2012

LAODICEIA, UMA IGREJA MORNA


Introdução

Laodiceia era uma cidade da província romana da Ásia menor, situada  no vale do Lico, próximo à Éfeso, Colosso e Hireápolis, e hoje se encontram ruínas da antiga cidade na Turquia ocidental.  Foi fundada por Antíoco II que deu à cidade o nome de sua esposa, Laodice. No grego tem o significado de “juízo” ou “costume”.
Com excelente localização geográfica, a cidade servia de via de acesso para três áreas daquela  região. Ainda hoje se veem os vestígios dos aquedutos que transportavam água até a cidade.
Quanto à situação econômica, a cidade era próspera. Reconhecida como um centro financeiro da região, também produzia roupas, lã  e era reconhecida pela sua atuação na área medicinal. Não é à toa que o Senhor Jesus traça um paralelo entre esta condição material e o estado espiritual da igreja.
A igreja em Laodiceia foi possivelmente fundada quando da viagem de Paulo a região de Éfeso, sendo alvo do cuidado de Paulo ao lhe enviar uma carta circular ou mesmo uma carta particular que se perdera. (Colossenses 2.1; 4.16). O zeloso obreiro Epafras, discípulo de Paulo, possivelmente pastoreou aquela Igreja antes do período em que foi escrito a carta de Apocalipse. (Colossenses 4.12,13)

Laodiceia, a Igreja indiferente

  A Igreja de Laodiceia foi repreendida pelo Senhor por ser uma igreja morna, indiferente. Alguns teólogos a tomam como modelo da Igreja nominal dos tempos pós-modernos. Mas a lição apreendida da mensagem de Cristo aos laodicenses serve para todas as épocas. DEUS não suporta esta condição do crente com um pé na igreja e outro no mundo, um pé no mato e outro no caminho. Muitas vezes Israel foi censurado por semelhante pecado. Cometiam abominação e ao mesmo tempo sentiam prazer em ir aos templos, às sinagogas, sacrificar ao Senhor. Eram indiferentes e consideravam-se autossuficientes Leia Isaias 58:2 e 3.  

Somos ricos, de nada temos falta.

Quando confiamos em nossos recursos, na magnificência de nossos templos, nos nossos projetos humanos, no cartão do plano de saúde; nos deputados que elegemos para defender nossos interesses, na nossa estrutura organizacional, nos estrategistas do marketing religioso, assim demonstramos que nos achamos ricos, dispensando por soberba, loucamente, o auxílio e a dependência de DEUS.
Os judeus se jactanciavam com a suntuosidade do templo de Jerusalém. Jesus no entanto os alertou aos seus discípuos que daquelas edificações não ficaria pedra sobre pedra, profecia que se cumpriu no ano 70 quando o general Tito destruiu o templo onde se amotinara os rebeldes zelotes revoltados contra Roma. (Lucas 21.5 e 6; Marcos 13:1 e 2). A soberba precede a queda. (Provébios 16:18; 18:2)
Da mesma forma, à semelhança de Laodiceia, corremos o risco de fazer parte de uma organização social orgulhosa, com um grande rol de membros que celebram, festejam, comem e bebem, mas que tem pouco a oferecer ao Senhor.
Laodiceia na verdade estava escondida atrás de máscaras de conveniências e atitudes estereotipadas, sem provisão de verdade. Mas o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, aquele que conhece o oculto e o escondido, trouxe à tona o real estado de pobreza e enfermidade espiritual daquela Igreja a fim de lhe promover cura e lhe trazer a provisão celestial, que não sara com produtos medicinais nem se compra com prata ou ouro.
As roupas dominicais, o linguajar de um crentês irretocável, as palavras de ordem, nada servirá diante da falta de consistência interior de um propósito de verdadeira adoração ao Senhor. A cegueira espiritual escondia a verdadeira condição de pobreza, nudez, uma condição miserável e desgraçada de. Laodiceia que, diz o Senhor, eu sei as tuas obras.
As riquezas serviam de anestesia para a sua indiferença. Não que ser próspero seja pecado mas sim o problema reside no amor do dinheiro e não o dinheiro em si que Deus nos dá para glorificarmos a Ele quando quando trabalhamos retamente e dele usamos para compartilhar, socorrer, ajudar, contribuir com a obra,  e usufruir sabiamente.  

Uma esperança para a mornidão

Mas ainda há saída, existe solução para Igrejas do perfil de Laodiceia:

Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas. Apocalipse 3.18

Conselho de DEUS é bom e é de graça. Compre ouro provado no fogo. Pois onde está o vosso tesouro aí estará o vosso coração. Lucas 12:34
O Evangelho é como um tesouro escondido em um campo que uma pessoa decide vender tudo que possui a fim de adquiri-lo. Nosso tesouro não é mais os bens e coisas passageiras e efêmeras que os ladrões minam e roubam aqui na terra, mas sim o verdadeiro depósito divino onde a traça não corrói nem podem ser roubadas, reservados nos céus para nós. Mateus 13:44; Mateus 6:19, 20.
Mesmo sem dinheiro e sem preço, compre vinho e leite. Isaías 55:1. Mas como comprar sem dinheiro? Com certeza no supermercado, na farmácia ou no posto de gasolina sem dinheiro ou cartão de crédito o vendedor não me vende o produto desejado.
Mas no reino de DEUS o processo de compra e venda é diferente. A moeda corrente é a necessidade da alma.
“Por que gastar o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do trabalho naquilo que não pode satisfazer?” Questionou o Senhor por intermédio de Isaías. (Isaías 55:2.)  
Ele bem sabe o que se passa conosco, como gastamos os nossos talentos, vigor, recursos que Ele mesmo nos concedeu. Então, o que estou fazendo com os recursos que DEUS me deu para viver e compartilhar com os outros, deixando de ser miseráveis e desgraçados?
Será que acumular riquezas, gastar energia em busca de reconhecimento, título e posições, é agradável e útil ao Senhor? Então, porque gastar nossa vida com aquilo que não pode satisfazer, não pode agradar a DEUS ?
Quem tem sede venha a mim e beba, conclamou Jesus.  Apocalipse 22:17
A alma humana tem sede de DEUS, do DEUS vivo e verdadeiro (Apocalipse 22:17; João 7:37). Existe dentro de si um vazio simplesmente do tamanho de DEUS. Daí porque tantos correm desenfreadamente gastando o fruto do seu trabalho naquilo que não pode satisfazer-lhes a alma. A indústria do entretenimento, da prostituição, a indústria cultural, o consumo das drogas lícitas como as bebidas e o cigarro, e ilícitas como a cocaína e o êxtase, cresce assombrosamente.
Simplesmente porque se tenta preencher um vazio. Que somente DEUS pode saciar.
Uma mulher samaritana teve um encontro junto a um poço. João 04. Jesus lhe pede água. E inicia uma conversa que vai mudar o rumo da história de vida daquela senhora. Jesus afirma que quem bebesse da água daquele posso tornaria a ter sede ao passo que quem beber da água que Ele Jesus lhe der jamais terá sede. Pelo contrário além de ser plenamente satisfeito, ainda geraria em seu interior uma fonte a jorrar para a vida eterna. Ela a princípio mão o compreendeu. Jesus toma outro caminho na conversa. – Chama teu marido! A mulher responde não tenho marido. Jesus agora desvenda os segredos da samaritana. Disseste bem, não tenho marido. Porque já tivesses cinco maridos e agora aquele que tens não é teu marido.
Jesus agora chega ao âmago do conflito interior daquela mulher marcada por uma sede intensa de viver a qual tentou matar com relacionamentos conjugais frustrados, um após o outro. Reconhecendo a mulher Sua condição de profeta, Jesus revela-se como o Messias prometido e tão aguardado pelo povo de Israel e também pelos samaritanos. Cheia de alegria, aquela mulher parte agora para a cidade para falar que encontrou a verdadeira fonte da água da vida que sacia a sede de todo o homem, esquecendo-se do cântaro ao pé da fonte, que agora pouco lhe importa. Aleluia.
Além de água para saciar a sede, é preciso igualmente comprar vestes para cobrir a nudez. Adão e Eva reconheceram sua condição de pecado ao perceberem que estavam nus (Gênesis 3:9-13). O pecado deixa o homem despido diante de DEUS. Os laodicenses estavam tão cegos espiritualmente que não reconheciam tal condição. Foi preciso a mensagem de exortação do Espírito ao anjo da Igreja.
Quando aceitamos a Cristo como Salvador, trocamos de vestimentas. Efésios 4:24. Somos motivados a largar as velhas vestimentas adereçadas da prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. E a nos vestirmos do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou; a revestir-mo-nos do Senhor Jesus Cristo, de vestes de salvação e de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. (Leia Efésios 4:22-32)
Quando o profeta Josué esteve diante do Senhor com vestes sujas, o inimigo passou a acusá-lo diante de DEUS (Zacarias 3:1-4). E ainda hoje acusa os santos. Ele também fala alto querendo dizer que não tem mais jeito para nós. DEUS repreendeu o inimigo e orientou o profeta a trocar as vestes e a prestar mais atenção nos seus ensinos. Ainda tem uma saída para aqueles que porventura pecaram sujaram as suas vestes espirituais, tem jeito. A Palavra de DEUS que é fie e verdadeira nos afirma que em Apocalipse 22:14: “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que lhes assista o direito à árvore da vida, e entrem na cidade pelas portas”. 
A Palavra é bem clara. O verbo se encontra no presente. Bem-aventurado os que lavam as suas vestiduras. Ou seja, a vida cristã é um processo contínuo de purificação e aperfeiçoamento. Nós não somos daqueles que se encurvam e caem, mas, quando porventura tropeçamos, logo levantamos e ficamos de pé (salmo 20:8). Conheço exemplos de pessoas que passaram por processos de disciplina e que retomaram seus ministérios renovados em sua comunhão com DEUS. O cair é do homem, o levantar é de DEUS.
O importante é não nos conformarmos, ou seja, tomarmos a forma do mundo com suas práticas, valores e conceitos. Os laodicenses cegos e nus corriam perigo por que ainda achavam que gozavam da plena comunhão do Seu Senhor. À semelhança de Sansão que não percebera que tinha perdido a fonte de suas forças em cedendo aos encantos da sedução do pecado (Juízes 16).
 Assim como Davi ao ser repreendido pelo profeta Natã quando pecou gravemente e continuou com o senso de juízo, ética e integridade de princípios morais interiores sem se dar conta de que estava debaixo de juízo por conta da insensibilidade à extensão do erro que cometera. (2 Samuel 12:1-13)
Diante deste perigo, precisamos buscar ser transformados pela renovação do nosso entendimento, como aconselhou Paulo aos Romanos, a fim de experimentarmos a boa, perfeita e agradável vontade de DEUS para conosco (Romanos 12.1 e 2). A Igreja de Cristo aponta para a necessidade de arrependimento e conversão e se apresenta como agente de DEUS na restauração os feridos, em admoestando os desordeiros, consolando os de pouco ânimo, sustentando os fracos e pacientes para com todos (I Tessalonicenses 5:14), para que tornem a levantar as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados, e façam veredas direitas para os pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente; antes, seja sarado. Hebreus 12.12. (grifos nossos.)
Era preciso também voltar a ver as coisas como elas verdadeiramente são. A visão espiritual dos laodicenses estava cega. Na verdade o DEUS deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de DEUS. 2 Coríntios 4:4. Mas o Senhor tem a cura :

Porque DEUS, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de DEUS, na face de Cristo. 2 Coríntios 4:6 

E será através da ação da Igreja que o colírio celestial estará ao alcance daqueles que sentirem a necessidade de tornar a ver porque o Espírito Santo que ungiu ao Senhor Jesus também guia e esta sobre a Igreja para evangelizar os pobres; proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor. Quando tirarmos com o colírio celestial a trave do nosso olhar, poderemos tirar o argueiro dos demais. Mateus 7:3.
O estado de indiferença pessoal  em relação às necessidades espirituais dos outros dará lugar ao comprometimento com a prática do evangelho genuíno de amor e ação.
Esta foi a convocação do Senhor Jesus a Paulo quando da sua conversão e também é a nossa comissão:

Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci, para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda, livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para DEUS, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim Atos 26:16-18.

A partir desta atitude Laodiceia poderia agir como Igreja militante e triunfante que mostra sua cara no meio da sociedade corrompida no meio da qual precisava resplandecer como luz do mundo. (Filipenses 2:15; Mateus 5:14). E nós igualmente.

Restaurando a comunhão.

Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo. Apocalipse 3.20

Muitas vezes usamos esta expressão para convencer os pecadores do apelo Senhor Jesus batendo à porta dos corações, anelante por participar de suas vidas. Totalmente coerente.
No entanto, analisando bem, Jesus estava batendo à porta dos corações de um grupo de pessoas que já confessava o Seu nome, os cristãos de Laodiceia que, de alguma maneira, tinham deixado Jesus do lado de fora do seu viver.
O livro de Cantares de Salomão ilustra esta postura através da cena da noiva, cheia de si com suas desculpas esfarrapadas,  recusando-se a abrir a porta e dar entrada ao esposo que estava a chamar do lado de fora. Este vai embora:

Eu dormia, mas o meu coração velava; e eis a voz do meu amado que está batendo: abre-me, minha irmã, meu amor, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite.
Já despi a minha roupa; como as tornarei a vestir? Já lavei os meus pés; como os tornarei a sujar? O meu amado pôs a sua mão pela fresta da porta, e as minhas entranhas estremeceram por amor dele.
Eu me levantei para abrir ao meu amado, e as minhas mãos gotejavam mirra, e os meus dedos mirra com doce aroma, sobre as aldravas da fechadura.
Eu abri ao meu amado, mas já o meu amado tinha se retirado, e tinha ido; a minha alma desfaleceu quando ele falou; busquei-o e não o achei, chamei-o e não me respondeu. Cantares 5:3-6

O resultado desta posição impensada foi o abandono, o sofrimento, a dor, a perda do amado e dos frutos da comunhão com ele. Senhor, tenha misericórdia de nós!

A comunhão verdadeira com Cristo

Jesus ainda hoje quer entrar em algumas vidas resolutas. E não apenas ficar na sala de estar, como um visitante, não. Jesus quer sentar à nossa mesa. Nós não convidamos qualquer pessoa almoçar em nossa casa no domingo depois da escola dominical. Quando fazemos uma festinha, apesar de desejar convidar muitas pessoas, somente as pessoas mais chegadas são convidadas para compartilhar conosco deste momento.
Se alguém ouvir a Sua voz, e abrir a sua vida para Jesus dela participar, a intimidade com o Senhor é estabelecida.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz à Igreja. DEUS ainda fala com o seu povo, ainda se revela para o homem pecador, e ainda busca o que se havia perdido. DEUS fala através da Sua Palavra. Mesmo em meio aos avanços tecnológicos, a predominância da era da informação transmitida pelos mais diferentes e modernos meios de comunicação. Milhões e milhões de palavras ao vento, imagens, postagens, sons, torpedos, e-mails, impressos.
Alguém disse certa vez que uma imagem vale mais do que mil palavras; parafraseando, podemos dizer que a Palavra de DEUS vale muito mais do que milhões de imagens.
A Palavra de DEUS ainda fala para o homem a mesma mensagem de amor de João 3.16 e faz toda a diferença
Jesus quer participar também como nosso amigo dos melhores momentos de nossa vida. E dos piores também. E porque não dizer de todos, visto que Ele, como disse, não quer se tornar apenas um visitante, mas veio habitar em nós pelo Espírito Santo. (Leia  João 14:16 e 17; 2 Timóteo 1:14. Tiago 4:5; 2 Pedro 3:13)
Quem mora com alguém não fica apenas na superficialidade de um relacionamento cordial, simpático do trato de um hóspede. Quem mora conosco entra em todas as dependências da casa, tem acesso a todos os compartimentos. Passa pela sala de estar, entra nos quartos às vezes desarrumados, senta à nossa mesa e come conosco. Interfere em nossas vidas, orienta, sugere, reclama, sorri e também chora conosco. Isto é sinônimo de comunhão.
Cristo quer ter acesso àquele quartinho de despejo onde guardamos tudo que não nos serve, mas que fazemos questão de preservar. Carrinho de mão com pneu furado, bicicleta sem rodas, maleta de ferramentas enferrujadas, bola murcha, pá quebrada, balde furado, ...  pecados.
Jesus quer entrar neste compartimento que alguém faz questão de que ninguém conheça. Sentimentos de amargura, revolta, vingança, rancor, inveja, malícia, concupiscência, arrogância, soberba, maledicência, maus pensamentos, corrupção, ambição, avareza, luxúria, falsidade, intrigas, concorrências, disputas de poder, fofocas, intrigas, enfim, as obras infrutíferas e descartáveis da carne. Gálatas 5:10-21. Jesus quer entrar para fazer uma faxina geral limpando o interior de toda e qualquer tralha que porventura esteja ocupando lugar e poluindo a alma, restaurando a perfeita intimidade com DEUS.
            Quando da decisão divina de destruir Sodoma e Gomorra, DEUS enviou mensageiros até Abraão para comunicar-lhe a decisão. A explicação maior do porque desta atitude do DEUS soberano que não depende do homem para agir, baseia-se nas bases do relacionamento entre o patriarca e DEUS, baseada na comunhão. 

Ocultarei eu a Abraão o que faço, visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra? Gênesis 18:17

Jesus ao se relacionar com os seus discípulos elevou-os da posição de servos à condição de amigos:

Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer. João 15:13-15

Os amigos que desfrutam de perfeita comunhão com DEUS ouvem primeiramente a Sua voz e obedecem-na não por um tão de autoritarismo ou abuso de poder divino, mas porque assim poderiam sentir os efeitos da amizade verdadeira com o Senhor, ponto de entregar a sua própria vida pelos seus amigos.
Amigos convidam amigos para suas festas. Quando do grande banquete das núpcias do Cordeiro, Jesus identifica um amigo que queria entrar sem as devidas vestimentas: E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu. . Mateus 22:12
Mesmo àqueles que por algum motivo estão com o coração distante do Senhor, Jesus ainda concede uma última oportunidade de reconciliação para reaver a amizade abalada pelo muro de separação, o pecado, que faz divisão entre o homem de DEUS. Assim ocorreu com Judas Iscariotes, No último ato, na hora em que entregou o mestre Jesus, Judas ouviu um apelo de mudança, quando o Senhor lhe perguntou: - Amigo, a que vieste?  Jesus chamou Judas de amigo. Que atitude de amor! Jesus nunca fala da boca para fora, não age com dissimulação ou falsidade. Não dá abraços de jacaré, não chora lágrimas de crocodilo nem sorri como as hienas. Em Suas palavras sempre a expressão da verdade é revelada. Amigo Judas! Em outras palavras, ainda há chance para ti. Não que Jesus tivesse argumentando uma mudança do quadro da Sua morte iminente da qual já estava consciente. Jesus queria reaver aquela alma perdida que estava preste a se destruir. Amigo Judas, arrepende-te! Mas Judas infelizmente não lhe deu ouvidos perdendo a chance de restaurar a intimidade com Seu Senhor, que morreu também por este, embora já contado como filho da perdição. (João 17:12).
Foi justamente a respeito de sua morte e ressurreição que Jesus falou aos seus discípulos revelando-lhes os segredos que ouviu de Seu Pai e que lhes deu a conhecer.
Amigos compartilham de segredos. Ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos Certa ocasião Jesus se alegrou Espírito Santo e disse: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste às criancinhas; assim é, ó Pai, porque assim te aprouve”. Mateus 11:25.
Que segredo seria esse que muitos profetas e reis desejaram ver e não o viram; e ouvir e não o ouviram e que estava sendo revelado aos seus amigos? A promessa da redenção para a vida eterna ! (Efésios 3.9; Colossenses 1:26)
E, ao fim da jornada, ou começo de uma nova etapa, participarmos daquele grande banquete, sentados à Sua mesa a celebrarmos as bodas do Cordeiro na condição de noiva, a Igreja vitoriosa que Ele apresentará a si mesmo, como a igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível (Efésios 5:27), usufruindo assim da intimidade e comunhão com o noivo, Jesus Cristo, estando para sempre com o Senhor.

P.S.: Com a Nova Reforma Ortográfica o acento agudo de Laodiceia caiu, à exemplo de assembleia. Maiores  detalhes veja também o texto do link http://eclesianet.blogspot.com.br/2010/04/percamos-o-acento-jamais-os-fundamentos.html

Lições 4.o Trimestre 2013

Lições 4.o Trimestre 2013
Conselhos para a vida

Lição 1 - O Valor dos Bons Conselhos
Lição 2 - Advertências Contra o Adultério
Lição 3 - Trabalho e Prosperidade
Lição 4 - Lidando de Forma Correta com o Dinheiro
Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos
Lição 6 - O Exemplo Pessoal na Educação dos Filhos
Lição 7 - Contrapondo a Arrogância Com a Humildade
Lição 8 - A Mulher Virtuosa
Lição 9 - O Tempo para Todas as Coisas
Lição 10 - Cumprindo as Obrigações Diante de Deus
Lição 11 - A Ilusória Prosperidade dos Ímpios
Lição 12 - Lança o teu Pão Sobre as Águas
Lição 13 - Tema a Deus em todo o Tempo

Comentarista:

José Gonçalves - Pastor, Professor de Teologia, Escritor e Vice-presidente da Comissão deApologética da CGADB; Comentarista das revistas de Escola Dominical da CPAD.

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