Os filhos enchem os quatro cantos da casa de sons indecifráveis.
Sussurros secretos para a gente não descobrir segredos traquinos.
De gargalhadas fartas de janelinhas que não se cansam de ficar abertas.
Ou mesmo gritos de furor quando brigam entre si,
De raivas que duram não mais que um minuto.
Filhos refletem como espelho pais orgulhosos, ou às vezes, encabulados.
Fazem coisas que Deus não duvida;
Perguntam como delegados:
- O que é isso? Por quê? Por que não pode?
E respondem como criança, sem comparações.
Filhos cobram, mas é melhor que cobrem.
Se não, já ocuparam o espaço vazio dos pais em alguma atividade.
Filhos regam nossos olhos de lágrimas quando passam à noite no pronto socorro.
E nos enchem de alívio quando pedem um biscoito.
Filhos, melhor é tê-los, mesmo em meio a fraldas coloridas e mal cheirosas;
Mesmo que tomem o querosene da garrafa de guaraná;
Quando engulam comprimidos como se fossem balas;
Mesmo que joguem bola quebrando o vaso da sala.
E desenhem quadros de arte moderna nas paredes do corredor.
Sempre filhos quando apertam a nossa mão para atravessar a rua,
Quando choram rios no primeiro dia de aula;
Ao balançar o dentinho que os desafia ao primeiro ato de bravura.
Ao pronunciar um monossílabo ou fazer um discurso sem legendas;
Primeiros passos em tombos seguidos e depois carreiras incansáveis;
Das pedaladas na calçada tentando desafiar a lei de Newton:
Choques inevitáveis.
Escritores dos primeiros garranchos em desobedecendo as linhas.
Dos dedos ágeis no controle dos jogos
Que só sei controlar quando vou guardar.
Filhos das primeiras orações, curtas, sinceras, e eficazes.
- Deixai vir a mim as criancinhas, carinhosamente Jesus falou.
Crianças enchem a casa, a minha, a Igreja, mesmo que sendo um só:
Filhos, sobrinhos, primos, vizinhos, não importa.
São suficientes para nos fazer sorrir por qualquer ato.
Pai e mãe são bobos mesmo. Por isso que são pais.
Filhos são presentes do Pai Eterno que nos deu Seu filho único
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