Separar o sagrado do secular
sempre foi motivo de discussões entre os filósofos e de conflitos entre os
pobres mortais. Ao se indagar a alguma pessoa como ela está, talvez você já
tenha ouvido a seguinte resposta: minha
vida espiritual vai bem, mas ...
Compartimenta-se a vida em espiritual, emocional, profissional, social, escolar, tudo dividido, qual loja de departamentos.
Assim se consegue separar de
maneira simplista a vida devocional das demais práticas do dia-a-dia. Na
verdade mais parece encenação de teatro de máscaras, usando-se uma para cada cena da vida. Glórias a Deus e aleluias servem mais como anestésico para as
dores da vida do que propriamente uma expressão de adoração ao Senhor.
Quando
se ultrapassa a calçada do templo, tudo volta ao “normal”. Vida que não traz as
marcas de Cristo. Só vale na igreja. Abraços ternos só lá dentro.
Fora, volta a cara emburrada após retiradas as máscaras; paz do Senhor, nem pensar.
Parece-me que alguns vivem a
cultura de plateia de show de teatro ou de cinema. Uma pequena dose de
endorfina gospel e depois tudo cai na real. E a realidade é dura, muito dura. Falta bala na agulha para confrontar as piadas
dos colegas, as demandas agnósticas da sociedade pós-cristã. Resta o escapismo da desculpa politicamente correta: seja na escola ou
no trabalho, não discuto religião, só em um lugar apropriado.
Colegas, vizinhos, passam anos sem saber que
somo cristãos.
E assim o pregar a tempo e fora
de tempo fica sem tempo enquanto o tempo passa e ficamos parados no tempo
esperando o tempo passar para depois dizer que não temos mais tempo.
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