A questão dos usos e costumes tem
sido tema de discussões sempre presente em convenções. Certo é que
paulatinamente alguns estão caindo em desuso e revogados seja oficialmente, partindo das decisões da liderança, seja espontaneamente
pela mudança de comportamento dos fieis.
O sensato neste caso, acredito,
ser a manutenção da coerência e do bom senso a fim de se evitar descambar para
os extremos do radicalismo fundamentalista ou da liberdade sem limites.
O apóstolo Paulo, em carta sua aos
Colossenses (2.20-23), alerta:
“Se morrestes com Cristo quanto
aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se
vivêsseis no mundo, tais como: não
toques, não proves, não manuseies (as quais coisas todas hão de perecer pelo
uso), segundo os preceitos e doutrinas dos homens? As quais têm, na verdade, alguma aparência de
sabedoria em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o
corpo, mas não têm valor algum no combate contra a satisfação da carne. “
O segredo neste caso é a firme
convicção de se estar morto para o mundo. Os dogmas humanos tomam uma dimensão
menor a partir daí. O viver com Cristo
passa a ser mais importante, até mesmo para não se correr o perigo de se
invalidar a Palavra de Deus pela tradição humana. Leia Marcos 7.3-13.
Vale lembrar neste caso que a
transgressão não seria o ato de tão somente quebrar um dogma mas sim a quebra do princípio da obediência e submissão às autoridades
e e regulamentos estabelecidos pela Igreja local á qual o membro é filiado.
Temos identificado diferenças de
usos e costumes no tocante a vestimentas, adereços, linguajar na mesma entre congregações
da mesma denominação até no mesmo bairro, fruto de uma cultura deixada pelos
antecessores e que os crentes do momento conservam.
A bendita bateria é ou já foi o foco
de acaloradas discussões, bem como o retroprojetor, a TV, sandália de dedo, certo refrigerante, as luzes coloridas, o grupo
de coreografia, as saias, os cabelos dos homens e das mulheres, a maquiagem, os
brincos e colares, as barbas, ...
Mesmo com a evolução da sociedade
e de alguns valores e práticas caírem em
desuso, mesmo assim estes ainda permanecem importantes para alguns que assim
foram educados, criados e formados e que passam para as gerações atuais e novos
convertidos.
Paulo neste aspecto também
ressalta o equilíbrio pelo cuidado que se deve ter com outro que crê e pratica a fé de maneira
diferente da nossa:
“Portanto não nos julguemos mais
uns aos outros; antes o seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao
vosso irmão. Eu sei, e estou certo no
Senhor Jesus, que nada é de si mesmo imundo a não ser para aquele que assim o
considera; para esse é imundo. Pois, se pela tua comida se entristece teu
irmão, já não andas segundo o amor. Não faças perecer por causa da tua comida
aquele por quem Cristo morreu. Não seja
pois censurado o vosso bem; porque o
reino de Deus não consiste no comer e no beber, mas na justiça, na paz, e na
alegria no Espírito Santo. Pois quem nisso serve a Cristo agradável é a Deus e
aceito aos homens. Assim, pois, sigamos as coisas que servem para a paz e as
que contribuem para a edificação mútua.
Não destruas por causa da comida
a obra de Deus. Na verdade tudo é limpo, mas é um mal para o homem dar motivo
de tropeço pelo comer. Bom é não comer
carne, nem beber vinho, nem fazer outra coisa em que teu irmão tropece. A fé que tens, guarda-a contigo mesmo diante
de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que
aprova. Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque o que faz
não provém da fé; e tudo o que não provém da fé é pecado. “ Romanos 14.13-23.
A unidade da fé e do amor
fraternal entre os irmãos no tocante a este assunto, penso eu, reside na
prática máxima paulina que regula e
incita a harmonia do convívio e comunhão em meio às diferenças da cultura
religiosa produzida pelo modo de crer, sem extremismos e muito menos
pensamentos facciosos, de ambos os lados:
Quem come não despreze a quem não
come; e quem não come não julgue a quem come; pois Deus o acolheu. Romanos 14.3.
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