Marketing é marketing. Filantropia é filantropia. Quando as coisas se misturam algo de errado pode acontecer. E foi o que aconteceu quando da programada e divulgada visita dos atletas da equipe do Santos a um lar de caridade mantido por uma instituição espírita. A intenção era distribuir ovos de páscoa doados pelo patrocinador do clube. Um marketing social com direito à mão esquerda e lentes das câmeras e fotógrafos previamente convocados, acompanharem, filmarem e fotografarem o ato de generosidade para todo mundo ver. Já a Bíblia diz que a mão esquerda não precisa saber do que a direita fizer.(Mateus 6.3)
Alguns jogadores evangélicos se sentiram constrangidos, pois “ só ficaram sabendo quando chegaram ao local que se tratava de um ambiente espírita”, e recusaram-se a participar do evento. Depois se desculparam em público.Um desconforto que poderia ser evitado com a comunicação verdadeira; se houvesse a compreensão e respeito pelas convicções pessoais de quem professa a sua fé; a prática de filantropia de verdade, sem propaganda; e também avaliação do valor das crianças que não tem nada a ver com câmeras, diferenças, patrocínios e fofocas.
Não faltam oportunidades aos jogadores para praticarem gestos de amor (os necessitados sempre temos conosco), fora da agenda dos dirigentes e patrocinadores e da pauta dos jornalistas. Isso foi querer jogar para a torcida. Será que estes últimos estavam verdadeiramente interessados no bem estar das crianças ou apenas defendiam a máxima de que “o show deve continuar”?
Vale lembrar, conforme alertou Tiago, “a religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” (Tiago 1.27). E para quem gosta de falar muito, vale o conselho do irmão do Senhor: “Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã.” (Tiago 1.27)
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