Apostasia: sinal profético dos últimos tempos (1 Tm 4.1,2)
(
Este subsídio foi disponibilizado no site da CPAD para a 12.a lição do 4.o trimestre de 2005)
1. Apostasia: O sinal profético de que trata a Leitura Bíblica em Classe, a apostasia, foi descrita por Paulo nos seguintes termos: “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios”.
a) Contexto inicial: É necessário observar que últimos tempos (hysterois kairois) nesse contexto, se refere a uma palavra profética persuasiva comunicada pelo Espírito Santo. O vocábulo grego traduzido por “expressamente diz” é rhētōs. Este, por sua vez, procede do termo rhētōr, isto é, “orador”, “advogado”, “oratória”. (At 24.1). Dois conceitos são identificados nestas palavras: clareza e persuasão. O Espírito fala de modo claro e convincente, assim como um orador ou advogado eficaz.
Uma característica especial desse texto é a mudança de estilo: admonitório (3.1-16); doxologia (3.16) e profecia (4.1). O texto não é uma declaração paulina, mas trata-se de uma afirmação do próprio Espírito de Deus. O uso de kairois no lugar de chronos, indica um tempo do qual não podemos administrar ou evitar; ele é certo, determinado ou fixado por Deus e infalivelmente ocorrerá. É um tempo que somente Deus tem o controle. Neste caso específico, a apostasia antecederia os últimos dias (eschatais hēmerais), ou seja, é um sinal que precede e demarca o final dos tempos dos gentios (kairoi ethnōn), segundo Lucas 21.24: “E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem.” Sejamos, pois, atentos aos sinais que Deus estabeleceu como sinalização da aproximação de sua vinda.
b) Definição: O vocábulo apostēsontai (apostatarão), usado como verbo indicativo futuro, aponta para o termo aphistēmi (aoristo ativo), literalmente “fazer revoltar”, “enganar”, “afastar”, “desertar”, “apostatar”. O apóstata é o “desertor” (Tg 2.11), “aquele que se rebela ou provoca rebelião” (At 21.21; 2 Ts 2.3), enquanto a apostasia, é a “rebelião, o abandono ou divórcio com uma antiga crença ou credo”. O apóstata abandona e rebela-se contra a sua antiga crença. O genitivo objetivo “da fé” (tēs pisteōs) quer dizer “da doutrina cristã”. Em sentido estrito, é aquele que uma vez tendo crido em Deus, abandona-o e se volta contra Ele. Há, no escrito neotestamentário, diversos termos e expressões que indicam esse afastamento e revolta, a saber:
TERMO | SENTIDO | REFERÊNCIA |
aperchomai | voltar atrás | Jo 6.66 |
apostrepho | desviar; desertar | 2 Tm 4.4 |
arnéomai | negar | 2 Tm 2.13; 3.5 |
astocheō | errar o alvo; desviar | 1 Tm 1.6; 6.21 |
enauageō | naufragar na fé | 1 Tm 1.19 |
mē menē | não permanecer | Jo 15.6 |
A apostasia é uma conseqüência da ação diabólica sobre o crente a fim de que o mesmo atenda e obedeça os “enganos dos espíritos enganadores” e a “doutrina dos demônios”. O adjetivo “enganadores”, do grego planois, quer dizer ipsis litteris, “sedutor”, “impostor”, “ilusão”. Descreve o ato pelo qual o indivíduo é seduzido ou iludido pelo engano doutrinário. O crente, portanto, é seduzido pelas doutrinas espetaculares e falsas hermenêuticas. A expressão “espíritos enganadores” (pneumasin planois), ao que parece, trata-se de uma categoria de seres espirituais da maldade que se ocupam da difusão de falsos ensinos a fim de que o crente se desvie da fé em Cristo. Observe, no versículo 3, que o alvo dos seres malignos são os crentes “fiéis e que conhecem bem a verdade”. A história da igreja cristã e da teologia está repleta de exemplos. Esses espíritos malignos manifestam-se mediante a ação de homens hipócritas e mentirosos, que pervertem a fé dos fiéis por meio de seus falsos ensinos. Estas heresias, segundo o versículo 2 e 3, incluem a proibição do casamento e a abstinência de alimentos. Porém, não se restringe apenas a estas; incluem muitas outras heresias expostas por todo o Novo Testamento (Confira 2 Pe 2; 1 Jo 2. 18-29; 4.1-6; Jd vv. 3-19).
Champlin conta que na cidade de “Nova Iorque, na New York Bucher’s Dressed Meat Company, havia certo animal a que chamavam de “Bode Judas”. Seu trabalho consistia em escoltar as ovelhas, desde a beira do rio, onde eram desembarcadas, até ao matadouro. Esse bode começava a agir cedo pela manhã, no que continuava até o fim do dia. Seu pêlo era branco, e facilmente conduzia as ovelhas à destruição, pois não eram sábias bastante para perceber que o bode era de uma espécie animal diferente. É fato bem conhecido que, prossegue Champlin, diferentemente do gado e dos porcos, que precisam ser tangidos, as ovelhas seguem a um líder. E era isso que possibilitava o trabalho daquele bode. Aquele bode era bonito, brilhante e de aparência atrativa, servindo de líder que as ovelhas seguiam facilmente. Calcula-se que durante sua carreira ele conduziu cerca de quatro milhões e meio de ovelhas para o matadouro.”
(O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vl. 5, p.319). De modo semelhante têm feito os atuais heresiarcas, os falsos mestres. Fonte: http://www.cpad.com.br/4trim05/sub_licao_012_4trim05.htm
F
Nenhum comentário:
Postar um comentário