E sucedeu que, depois
de muitos dias, a palavra do SENHOR veio a Elias, no terceiro ano, dizendo:
Vai, apresenta-te a Acabe; porque darei chuva sobre a terra.
A soberania de Deus rege toda as situações, O tempo do silêncio
do Senhor é tão importante quanto o seu falar, visto que Deus fala no silêncio.
Passaram-se três anos da oração de Elias para que os céus se cerrassem, Mas
cumprindo-se o tempo, chegou o momento da promessa ser renovada. A chuva estava
por vir. Ele controla a natureza e sua intervenção sobre ela e sobre a história, usando de maneira individual ou coletiva pessoas para que se cumpram os seus santos propósitos.
E foi Elias
apresentar-se a Acabe; e a fome era extrema em Samaria.
Elias se refugiou às margens do ribeiro de Querite e depois
em Sarepta por providência divina, pois também bem conhecia qual seria a reação
de Acabe depois de sua profecia de estiagem sobre Israel. Longos três anos e meio de severa estiagem provocou fome extrema em
Samaria. Mas o tempo do encontro com Acabe estava chegando e
Elias não recuou, o tempo de confrontação estava prestes a acontecer.
E Acabe chamou a
Obadias, o mordomo; e Obadias temia muito ao SENHOR, Porque sucedeu que,
destruindo Jezabel os profetas do SENHOR, Obadias tomou cem profetas, e de
cinqüenta em cinqüenta os escondeu numa cova, e os sustentou com pão e água.
Havia no reino de Acabe um servidor temente a Deus, que
buscava de alguma forma amenizar os efeitos da perseguição de Jezabel aos
profetas do Senhor, chegando a prover esconderijo e sustento a cem destes
profetas, evitando-lhes a morte.
E disse Acabe a
Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água, e a todos os rios; pode ser
que achemos erva, para que em vida conservemos os cavalos e mulas, e não
percamos todos os animais. E repartiram entre si a terra, para a percorrerem:
Acabe foi à parte por um caminho, e Obadias também foi sozinho por outro
caminho.
Obadias também se revelou um servo obediente ao seu senhor e
cumpridor de suas obrigações. O rei lhe mandara procurar pastagens para os
animais do palácio real que estavam passando fome e assim o fez.
Estando, pois,
Obadias já em caminho, eis que Elias o encontrou; e Obadias, reconhecendo-o,
prostrou-se sobre o seu rosto, e disse: És tu o meu senhor Elias? E disse-lhe ele: Eu
sou; vai, e dize a teu senhor: Eis que Elias está aqui.
Qual não fora a surpresa de Obadias quando no caminho se
encontra com o profeta Elias. Nele identifica o homem de Deus, sabia que Elias
tinha orado a Deus para conter as chuvas, reconhecia nele um profeta do Senhor.
Porém ele disse: Em
que pequei, para que entregues a teu servo na mão de Acabe, para que me mate?
Obadias temeu por sua própria vida porque tinha o
compromisso de comunicar ao rei que o encontrara.
Vive o SENHOR teu
Deus, que não houve nação nem reino aonde o meu senhor não mandasse em busca de
ti; e dizendo eles: Aqui não está, então fazia jurar os reinos e nações, que
não te haviam achado. E agora dizes
tu: Vai, dize a teu senhor: Eis que aqui está Elias.
O rei decretara a busca por todos os quatro cantos do reino até
acharem o profeta que se tornou o inimigo número um do reino. Ser perseguido e
se tornar minoria ao significa estar errado. Elias na verdade estava tomando
posição para não ser conivente com os pecados de Acabe.
E poderia ser que,
apartando-me eu de ti, o Espírito do SENHOR te tomasse, não sei para onde, e,
vindo eu a dar as novas a Acabe, e não te achando ele, me mataria; porém eu,
teu servo, temo ao SENHOR desde a minha mocidade.
A razão do temor de Obadias decorre simplesmente da certeza
de que o Senhor era com o profeta e que proveria meios para se livrar da morte.
O Espírito na vida de Elias poderia tomá-lo de repente e levá-lo para outro
lugar. E assim, a ira do rei se acenderia e seria aplicada sobre aquele que
trouxe a informação do paradeiro do homem de Deus e depois não o achariam mais
ali, recorrendo o peso da culpa para Obadias, que se apresentou como servo de
Elias e um homem temente a Deus desde a sua mocidade e assim permanecera fiel,
mesmo em meio ao desgoverno idólatra de Acabe.
Porventura não
disseram a meu senhor o que fiz, quando Jezabel matava os profetas do SENHOR?
Como escondi a cem homens dos profetas do SENHOR, de cinqüenta em cinqüenta,
numa cova, e os sustentei com pão e água? E agora dizes tu:
Vai, dize a teu senhor: Eis que Elias está aqui; ele me mataria.
Obadias testemunha de sua posição de defesa dos profetas em
meio à perseguição de Jezabel. Apesar de esta servindo aos iníquos do palácio,
Obadias mantinha sua fidelidade a Deus comprovada por sua ação em favor dos
verdadeiros profetas do Senhor.
E disse Elias: Vive o
SENHOR dos Exércitos, perante cuja face estou, que deveras hoje me apresentarei
a ele. Então foi Obadias encontrar-se com Acabe, e lho anunciou; e foi Acabe
encontrar-se com Elias.
Elias garantiu em nome do Senhor Deus que o temor de Obadias
não se concretizaria. Naquele mesmo dia iria se apresentar perante Acabe, serenando
o coração do servo do rei. Que de pronto comunicou ao rei o paradeiro do
profeta.
E sucedeu que, vendo
Acabe a Elias, disse-lhe: És tu o perturbador de Israel?
O encontro entre Elias e Acabe foi tenso. Acabe tinha uma
pesada acusação contra o servo do Senhor. O considerava perturbador de Israel,
acusando-o como o culpado pelo caos da miséria e fome ocorrente em Israel como consequência
de sua oração pedindo por estio.
Então disse ele: Eu
não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os
mandamentos do SENHOR, e seguistes a Baalim.
Sereno, o profeta aponta o rei como o verdadeiro causador de
toda aquela situação. A idolatria institucionalizada no reino de Israel, sob o
aval do rei Acabe, atraíra o juízo de Deus sobre a nação. E Elias teve a coragem de lhe dizer isto cara
a cara.
Agora, pois, manda
reunir-se a mim todo o Israel no monte Carmelo; como também os quatrocentos e
cinqüenta profetas de Baal, e os quatrocentos profetas de Asera, que comem da
mesa de Jezabel.
Apenas palavras diante de argumentos tão fortes de ambos os
lados não seriam suficientes. Era preciso provas que demostrassem de que lado
estava a verdade. Assim, Elias propõe um
desafio a Acabe, que aceita prontamente. Elias confiava em seu Deus. Acabe
tinha esperança em seus baalins representados por seus profetas.
Então Acabe convocou
todos os filhos de Israel; e reuniu os profetas no monte Carmelo. Então Elias se chegou
a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o
SENHOR é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu.
O lugar escolhido para o desafio entre Elias e os profetas
de baal fora o monte Carmelo. Em lá chegando, o homem de Deus lança o questionamento
que viria a ser a razão de todo o embate universal: a escolha entre o bem e o mal; o Deus único e verdadeiro ou os demais deuses sejam interiores ou exteriores, visíveis ou invisíveis, palpáveis ou metafísicos. Não importa. O importante era que o povo reconhecesse o Deus de Elias como o seu verdadeiro Deus e servisse de exemplo para todas as demais nações.
Então disse Elias ao
povo: Só eu fiquei por profeta do SENHOR, e os profetas de Baal são
quatrocentos e cinqüenta homens.
A visão pessoal de Elias só enxergava a si mesmo como estando
sozinho naquela batalha. Ele não conseguia perceber a resistência dos cem
profetas escondidos por Obadias e muito menos os três mil que cão se dobraram
diante de baal. Quando estamos sozinhos no campo de batalha, só enxergamos a nós
mesmo e o problema.
Dêem-se-nos, pois,
dois bezerros, e eles escolham para si um dos bezerros, e o dividam em pedaços,
e o ponham sobre a lenha, porém não lhe coloquem fogo, e eu prepararei o outro
bezerro, e o porei sobre a lenha, e não lhe colocarei fogo.
Mesmo se sentindo só. Elias não desiste da peleja: faz o que
tem que ser feito, fez sua parte, fez o que estava em suas mãos a fazer
conforme as suas forças. O resto era com Deus.
Então invocai o nome
do vosso deus, e eu invocarei o nome do SENHOR; e há de ser que o deus que
responder por meio de fogo esse será Deus. E todo o povo respondeu, dizendo: É
boa esta palavra.
Intrepidamente, Elias lançou desafio aos profetas de baal
diante de Acabe e do povo duvidoso. Às vezes as pessoas precisam ser desafiadas
para que a fé possa brotar no coração. Elias lançou o desafio não para aparecer
com sua performance e assim tirar proveito pessoal da situação. Elias queria
ver o agir de Deus par que o povo reconhecesse que só p Senhor é Deus. E esta fora
a maneira que o Senhor lhe inspirou a agir e assim o Seu nome ser glorificado.
E disse Elias aos
profetas de Baal: Escolhei para vós um dos bezerros, e preparai-o primeiro,
porque sois muitos, e invocai o nome do vosso deus, e não lhe ponhais fogo. E
tomaram o bezerro que lhes dera, e o prepararam; e invocaram o nome de Baal,
desde a manhã até ao meio dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém nem havia
voz, nem quem respondesse; e saltavam sobre o altar que tinham feito. E sucedeu que ao meio
dia Elias zombava deles e dizia: Clamai em altas vozes, porque ele é um deus;
pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que
intente alguma viagem; talvez esteja dormindo, e despertará. E eles clamavam em
altas vozes, e se retalhavam com facas e com lancetas, conforme ao seu costume,
até derramarem sangue sobre si. E sucedeu que,
passado o meio dia, profetizaram eles, até a hora de se oferecer o sacrifício
da tarde; porém não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma.
Os pobres profetas de baal serviam a um deus mudo,
inoeprante, morto. Os esforços, o autoflagelo não tocava neste baal porque
simplesmente não poderia atender aos seus pedidos. Elias zombou deles porque
sabia em quem cria, o Deus verdadeiro.
Então Elias disse a
todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e restaurou o
altar do SENHOR, que estava quebrado.
Elias convoca o povo a se chegar a ele. Era um momento todo
especial para a vida dos isrelitas. Era uma convocação para que eles se
aproximassem não apenas do profeta, do homem de Deus, mais do próprio Deus. Era
a hora do povo se reencontrar com o Seu Deus. Aleluia !
E Elias tomou doze
pedras, conforme ao número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual veio a
palavra do SENHOR, dizendo: Israel será o teu nome.E com aquelas pedras
edificou o altar em nome do SENHOR; depois fez um rego em redor do altar,
segundo a largura de duas medidas de semente.Então armou a lenha,
e dividiu o bezerro em pedaços, e o pôs sobre a lenha. E disse: Enchei de
água quatro cântaros, e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. E disse:
Fazei-o segunda vez; e o fizeram segunda vez. Disse ainda: Fazei-o terceira
vez; e o fizeram terceira vez;
De maneira que a água
corria ao redor do altar; e até o rego ele encheu de água.
O altar precisou ser rearrumado, ser colocado no lugar, ser edificado
em unidade de pensamento e de espírito diante de Deus. É preciso colocar ordem
na devoção, na adoração, na invocação, na busca da resposta de Deus através de
uma atitude de reverência, temor e tremor diante do Seu altar. Chega de brincar
de crente, de Igreja, de reuniões solenes desprovidas de reverência, humildade,
comunhão horizontal e graça diante do Senhor. Chega de entrar e sair dos
templos e não acontecer nada Just amante por falta de ordem do altar, da falta
de um coração contrito diante do Senhor, de falta de comunhão entre os irmãos. É
preciso arrumar a vida em todos os sentidos para se ver à resposta de Deus com
fogo do céu.
Sucedeu que, no momento
de ser oferecido o sacrifício da tarde, o profeta Elias se aproximou, e disse:
O SENHOR Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és
Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme à tua palavra fiz todas
estas coisas.
Elias conhecia bem o Deus a quem servia, o Deus dos seus
antepassados, o Deus dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó. E assim clamou para que reconhecessem que o
Senhor não havia abandonado ao seu povo a despeito da sua inclinação à
idolatria estimulada pela influência de jezabel e oficializada por Acabe. Deus
continua sendo o Deus de Seu povo. Outro ponto seria ratificar que Elias era
servo deste Deus verdadeiro, único e presente em meio do Seu povo. E que o que
aconteceria em seguida seria a confirmação da autoridade soberana da palavra de
Deus. E todas as coisas que estavam por acontecer seria o carimbo de autenticação
de todas estas verdades.
Responde-me, SENHOR,
responde-me, para que este povo conheça que tu és o SENHOR Deus, e que tu
fizeste voltar o seu coração.
Elias clama por uma resposta de Deus. Seu interesse não era
que Deus atendesse a um pedido mesquinho, egoísta, para que seu ministério
tivesse repercussão em melo ao povo. Elias estava interessado era que o coração
do povo se voltasse para Deus e assim reconhecessem que o Senhor era o
verdadeiro Deus.
Então caiu fogo do
SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu
a água que estava no rego.
Notemos que caiu fogo do Senhor fogo do alto fogo da céu. O
altar não foi incendiado com fogo estranho, fogo humano como fizeram Nadabe e Abiu
(Deut. 9), que trouxeram fogo estranho ao altar de Deus e pro este motivo foram
consumidos pelo Senhor. Deus Não precisa de ajuda para manifestar Sua glória no
meio da congregação. Não precisa palavras de ordem, pirotecnias, gritos de
guerra, macaqueações, modismos, nada disso. Deus precisa de homens no altar
clamando ao Senhor para dele sair fogo do céu, pois Ele é quem faz isso para
louvor da Sua glória.
O que vendo todo o
povo, caíram sobre os seus rostos, e disseram: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR
é Deus!
Em meio a uma cultura politeísta, esta declaração soou como
uma revolução e quebra de paradigmas religiosos dentre os demais povos de
origem estrangeira e de renovo da aliança do povo israelita com o único e
verdadeiro Deus que haviam esquecido e abandonado em virtude a atitude
tresloucada do seu rei.
E Elias lhes disse:
Lançai mão dos profetas de Baal, que nenhum deles escape. E lançaram mão deles;
e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom, e ali os matou.
O mal precisou ser cortado pela raiz: aqueles que abraçaram
a defesa de deuses estranhos pagaram com a própria vida como preço da
idolatria. Desta forma se procurava evitar a continuação da influência pagã no
meio do povo através dos falsos profetas.
Então disse Elias a
Acabe: Sobe, come e bebe, porque há ruído de uma abundante chuva.
Elias era um profeta de Deus. Ao contrário dos videntes da época,
ele era usado por Deus através de ações sobrenaturais operadas não por pelo profeta, mas
pelo Senhor, em resposta da busca de Deus através da oração. Em meio ao desespero
da seca, ele trazia a esperança de novo tempo, a vinda de chuvas abundantes. Aleluias
!
E Acabe subiu a comer
e a beber; mas Elias subiu ao cume do Carmelo, e se inclinou por terra, e pôs o
seu rosto entre os seus joelhos.
Acabe atende ao conselho de Elias e agora se esquece de achar
que ele era um perturbador de Israel e passa descansar na promessa do homem
de Deus, voltou a comer e beber. Enquanto isso, Elias retoma sua posição de homem de oração e busca ao Senhor sobre o monte Horebe, clamando por chuvas a cair
sobre a terra.
E disse ao seu servo:
Sobe agora, e olha para o lado do mar. E subiu, e olhou, e disse: Não há nada.
Então disse ele: Volta lá sete vezes.
Após orar, Elias agora olha para o relógio do tempo e
conclama seus servo a aprender a ver o invisível. A buscar o que se espera, as
chuvas, na direção certa, o lado do mar, e continuar persistindo, sete vezes, número
de plenitude, número de mergulhos de Naamã, número da perseverança até o fim,
até alcançar a vitória. O segredo é não desistir e continuar crendo na promessa
de Deus. Aleluias!
E sucedeu que, à
sétima vez, disse: Eis aqui uma pequena nuvem, como a mão de um homem, subindo
do mar. Então disse ele: Sobe, e dize a Acabe: Aparelha o teu carro, e desce,
para que a chuva não te impeça.
Pequenos sinais representam o primeiro degrau para grandes
feitos do Senhor em nossas vidas. A princípio a porta pode parecer pequena mas
vai se enlarguecer e se tornar plena.
E sucedeu que,
entretanto, os céus se enegreceram com nuvens e vento, e veio uma grande chuva;
e Acabe subiu ao carro, e foi para Jizreel.
A bênção pode parecer que chegou de repente para alguns mas,
na verdade, foi fruto primeiramente da coragem e perseverança do servo de Deus em enfrentar a
tirania de Acabe, a superficialidade e desatino das práticas religiosas dos
profetas de Baal, e as dúvidas de seu próprio povo.
E a mão do SENHOR
estava sobre Elias, o qual cingiu os lombos, e veio correndo perante Acabe, até
à entrada de Jizreel.
O segredo da vitória e dos feitos miraculosos na vida de
profetas como Elias e Eliseu é que a boa mão do Senhor estava sobre homens de
Deus que viviam de lombos cingidos, prontos para a batalha para glorificar o
Nome de Jeová e em fazer a boa obra do Senhor. Não havia méritos pessoais senão a prova da fidelidade ao Senhor que responde com fogo do céu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário