Então, Elias se chegou a todo o
povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus,
segui-o; se é baal, segui-o. Porém, o
povo lhe não respondeu nada. ( I Reis 18.21)
Introdução
A palavra chave deste
estudo trata de confrontação. Vamos primeiro definir a ação do verbo
confrontar:
1
Pôr(-se) defronte reciprocamente. vtd 2 Acarear (as testemunhas ou os
depoimentos, os réus, as vítimas do crime). vtd 3 Comparar, cotejar, conferir,
colacionar. vti e vpr 4 Defrontar(-se), fazer face, (Michaelis on line)
O confronto entre Elias
e os profetas de baal foi o divisor de águas entre a verdadeira adoração ao
Deus único e verdadeiro – Yavé Adonai, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó - ,
e a falsa adoração aos deuses de
Jezabel, - baal e Aserá -, durante o reinado de Acabe. O contexto que descreve
este confronto se encontra na narrativa do livro de I Reis, capítulo 18.
No tempo atual temos a
necessidade de confrontar, com a Palavra de Deus, os falsos profetas e suas
mensagens, à semelhança daqueles dias de Elias. Não é tempo de posições
politicamente corretas, em cima do muro, duvidosas, parciais ou fugidias diante
dos agentes do pecado. Para isto é preciso o homem e a mulher de Deus ter
comunhão com o Senhor, convicção do que fazer, saber discernir o tempo de agir,
ficar na plena dispensação do Espírito, e assim desafiar diante de Deus os
falsos profetas dos dias de hoje manejando bem a Palavra da verdade na batalha
em defesa da fé uma vez dada aos santos, com coragem e temor do Senhor,
conduzindo o povo antes duvidoso a tomar uma atitude de verdadeira adoração ao
verdadeiro Deus, Yavé. Esta necessidade é antiga. Josué ao seu tempo confrontou
o povo de Deus a tomar uma decisão diante destes dois lados do combate
espiritual:
“Agora,
pois, temei ao SENHOR, e servi-o com sinceridade e com verdade; e deitai fora
os deuses aos quais serviram vossos pais além do rio e no Egito, e servi ao
SENHOR. Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei
hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam
além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a
minha casa serviremos ao SENHOR.” Josué 24:14-15
Vale lembrar neste
momento que nossa luta não é contra a carne e o sangue, ou seja, contra as
pessoas.
Nos anos oitenta, muito
se escreveu, pregou, ensinou e debateu no meio evangélico a respeito de batalha
espiritual. A Igreja foi ensinada a amarrar o valente e assim por diante.
Expressões do tipo “tá amarrado”, povoaram as mentes e foram professadas por
muitos. O modismo passou, mas a guerra contra as hostes espirituais da maldade
(Efésios 6:12), deflagrada desde os tempos da criação (Gênesis 3:14 e 15),
ainda continua declarada, válida e em pleno desenvolvimento. Conforme Wiersbe
(1989,p.41), “a igreja é um exército onde que se agrupa a fim de se preparar
para a batalha e a fim e ouvir as ordens de Deus.” O adversário da Igreja
não mudou, continua sendo o mesmo e agindo da mesma forma:
Nossa
luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do
mal, nas regiões celestiais. Efésios 6:12.
A luta do crente não é
contra o pastor da Igreja ou o irmão que quer ocupar o espaço do outro. A
igreja não é campo de batalha e os pecadores não são os adversários a serem
combatidos, muito embora alguns possam estar passando neste momento por uma
crise de relacionamento justamente com pessoas que não tem a natureza
espiritual, ou mesmo por estarem agindo de maneira carnal.
Dificuldades de
relacionamento sempre surgem em todos os lugares de nosso convívio. Seja na
escola, trabalho, família, vizinhança, e até na Igreja. O pastor Elinaldo
Renovato em seu livro Aprendendo Diariamente com Cristo, ressalta que não são
poucos os exemplos de divisões de Igrejas causadas por crises de relacionamento
(Lima, 2003, p.118.).
Ainda mais sabendo que
estes últimos dias são tempos difíceis, de homens cruéis, à medida que se aproxima
o dia da Volta do Senhor para buscar a Igreja. Hebreus 10:25.
Por isso precisamos da
ajuda e sabedoria de DEUS em contornar estas dificuldades, para não se bater de
frente com alguém. Um dos pontos onde o inimigo mais procura agir é justamente
na comunhão entre as pessoas. Vivemos dias de guerra. Este mal quer penetrar e
se estabelecer também na Igreja local.
No final da década de
80, Warren W. Wiersbe denunciou que nos últimos anos, devido a crise de
integridade (Wiersbe, 1889, p. 42), “a igreja tem tido celebridades demais e
servos de menos, um número demasiado de pessoas com muitas medalhas e
cicatrizes de menos.”
A Igreja através da sua liderança por sua vez não pode se
esquivar de ministrar todo o conselho de Deus:
Cuidai
pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos
constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com
seu próprio sangue. Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós
lobos cruéis que não pouparão rebanho, e que dentre vós mesmos se levantarão
homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si. Portanto
vigiai, lembrando-vos de que por três anos não cessei noite e dia de admoestar
com lágrimas a cada um de vós. Agora pois, vos encomendo a Deus e à palavra da
sua graça, àquele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os
que são santificados. Atos 20:28-32.
Essa é nossa luta.
Combater o bom combate. 2 Timóteo 4:7.
Em todas estas coisas,
porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou, parafraseando
São Paulo. Romanos 8:37. O segredo está em se fortalecer no Senhor e na força
do seu poder. Efésios 6:10. Tomando toda a armadura de DEUS para poder estar
firmes contra as astutas ciladas do diabo; e resistir no dia mau e, havendo
feito tudo, ficar firmes. Efésios 6.11,13. O apóstolo Paulo cantou assim o
brado de vitória contra todo o mal:
Porque
eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas
do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade,
nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de DEUS, que está em
Cristo Jesus, nosso Senhor. E, ao final
da sua jornada como apóstolo dos gentios, convicto de que cumpriu sua missão
terrena, não temeu declarar que combateu o bom combate, acabou a carreira e
guardou a fé. 2 Timóteo 4:7
Escrevendo à Igreja da
Galácia, Paulo expressou aos irmãos a grande luta que vinha mantendo por eles.
E deixou o ensino ratificado pelo exemplo: “o que também aprendestes, e
recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o DEUS da paz será
convosco.” Filipenses 4:9. A ponto de se apresentar como exemplo a ser seguido:
“Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” Coríntios 11:1
I – CONFRONTANDO OS
FALSOS DEUSES
Aqui vale explicarmos
quem era Baal.
Baal era uma divindade
adorada e reverenciada pelo povo cananeu que habitava naquela região da terra
prometida.
Conforme define o
Dicionário Vine, o termo ba’al tem o significado comum de “senhor”.
Repetindo-se o termo 84 vezes no AT, sendo 50 vezes o termo relacionado à uma
divindade. Também tem como sentido o termo dono, possuidor, marido e uma
terceira opção o termo se refere a qualquer deidade que não seja de Israel.
Conforme Vine, “baal era um nome comum dado ao deus da fertilidade em Canaã.
Aserá (Astarte ou Asterote) era considerada a deusa
da fertilidade dos cananeus. Os cultos nos altos e nos bosques eram caracterizados
por práticas sexuais com as sacerdotisas cultuais.
PONTO DE
DISCUSSÃO: E hoje, que deuses estranhos temos ? E como devemos
agir ?
O pastor Antonio
Gilberto (Gilberto, 2006, p. 91), alerta para o perigo dos ídolos erquidos
dentro do coração, “ as coisas naturais desta vida que se tornam deuses dentro
de nós, como as riquezas, sucesso, posição ou status, trabalho extremado – de
modo a deixar-nos sem tempo de adorar a
Deus -, glutonarias, diversões e passatempos “inocentes, vaidades do espírito,
etc.”
A questão a ser
levantada neste estudo é refletir como está posto o altar do nosso coração. As
pedras estão no lugar ? O Senhor está no centro? Será que temos ídolos em nosso
coração w Ou será que estamos guardando-nos dos ídolos, conforme preveniu o
apóstolo João 9 (I Jo. 5.21)
Conhecendo
o adversário
A idolatria tem um
mentor bem antigo: a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana
todo o mundo (Apocalipse 12:9). Portanto, antes de enfrentar qualquer batalha,
a igreja precisa identificar e conhecer seu verdadeiro inimigo, e estar atento
às suas investidas, ciladas e modo de agir.
Para isso precisamos
ser sóbrios e vigilantes, pois o adversário de nossas almas “anda em derredor,
como leão que ruge procurando alguém para devorar.” (1 Pedro 5:8) Esta
inimizade começou nas regiões celestiais quando da rebelião frustrada de
Lúcifer, então querubim ungido que quis usurpar o lugar de DEUS e a Ele ser
semelhante.
Derrotado em seu
intento, o inimigo deixa os céus e arregimentando os anjos rebeldes para
investir contra agora contra a criação de DEUS – o homem, a feito imagem e
semelhança de DEUS. Gênesis 1:26.
Enganado pelo
adversário no jardim do Éden, este passou a ser escravo do pecado (Genesis 3:13
a 15). Mas Jesus, a verdade que liberta, veio a este mundo para esmagar a
cabeça da serpente e desfazer as obras do diabo (1 João 3:8), resgatando os
homens do império das trevas cegou o entendimento dos incrédulos para que não
lhes resplandeça a luz do evangelho de Cristo. 2 Coríntios 4:4.
Este adversário tentou
de todas as formas frustrar o cumprimento do plano da salvação através de
Cristo, ferindo o calcanhar da semente da mulher quando da morte na cruz mas
que foi vencida pelo poder esmagador do Cordeiro de DEUS. Gênesis 3:15.
Conforme Larry D. Pate (1987, p. 6), “faz-se referência a esta passagem como o
protoevangelho.” Desde então a verdadeira guerra está declarada, e passou a ser
nossa, a qual Paulo intitulou de bom combate. 2 Timóteo 4:7.
Para fazer frente aos
ataques do inimigo nesta peleja se requer um posicionamento de sobriedade e
vigilância, porque o adversário anda em derredor, bramando como leão, buscando
a quem possa tragar. 1 Pedro 5:8.
Sobriedade fala de
preservar o estado de lucidez em meio a um mundo encantador, sedutor, enganador
e embriagador com todos os seus encantos passageiros do presente.
O consumismo de bens,
em sua maioria desnecessários, a prática do sexo ilícito, a busca pelo poder, o
amor às riquezas, os valores morais invertidos, a pós-moderna cultura pagã e
idólatra centrada no homem e até a religião sincretista, hedonista e de
resultados embriaga a muitos. A saída é cingir os lombos do entendimento, sendo
sóbrios e a esperar inteiramente na graça que se ofereceu na revelação de Jesus
Cristo. 1 Pedro 1:13.
O entendimento e bom
siso são concebido através da sabedoria concedida por DEUS (Provérbios 1:1 a
5), gerado no crente o fruto do Espírito no aspecto da temperança que controla
suas atitudes e reações. Gálatas 5:22.
O outro aspecto a ser
observado no campo de batalha é a vigilância.
Devemos vigiar e orar, sempre. Mateus 26:41, Marcos 13:33, Lucas 21:36.
O serviço monótono da
vigilância onde parece que nada acontece, permite-nos pensar que tudo está bem
e assim relaxar um pouco, tirar um cochilo, e até dormir. A ausência de
problemas no cotidiano parece mais motivo para negligenciar e baixar a guarda
do que para se redobrar a vigilância. O inimigo não desistiu.
É já a hora de
despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do
que quando aceitamos a fé (Romanos 13:11). Vigiai e orai, para que não entreis
em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. Mateus
26:41.
Um versículo
interessante que trata do descuido no vigiar: Desperta, ó tu que dormes, e
levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá, exortou o apóstolo Paulo.
Efésios 5:14.
Imagine agora a cena de um soldado em pleno campo de
batalhas, cansado após um combate onde vários companheiros morreram na
trincheira, deita-se dentre os mortos no combate e adormece. Os adversários vão
embora. Mais tarde chega uma tropa aliada para prestar apoio aos feridos.
Alguns gemem, choram, contam o que se passou. Aquele soldado, no entanto,
continua dormindo em meios aos mortos e não é identificado como sobrevivente da
peleja. Os aliados vão embora, e ele ficou dormindo.
Alguns apesar de
soldados de Cristo permanecem a dormir em meio aos mortos, as pessoas deste
mundo praticando as suas práticas, vivendo como estes. Cansaram da peleja e
agora descansam em meio aos mortos, que coisa! E quando o Senhor vier? Daí o
brado do apóstolo Paulo: “- Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os
mortos, e Cristo te esclarecerá.” Efésios 5:14.
Seguindo o exemplo de Paulo a exercer a boa
milícia da fé e assim acabar a carreira guardando a fé (II Timóteo 4:7), em
meio à lutas que a Igreja enfrenta até alcançar a reta final, a pátria futura. Os
baalins dos tempos de hoje, à exemplo dos tempos de Elias, continuam a nos
querer seduzir para nos fazer naufragar na fé.
Assim, precisamos evitar subestimar ou superestimar o
nosso adversário, mas confrontá-lo com a Palavra de Deus. Não podemos
considerar que ele é invencível, pois a Bíblia nos mostra que devemos “resistir
ao diabo firme na fé e ele fugirá de nós”. Nem tripudiar do adversário, como
alguns, que brincam com o inimigo. Fica a aqui a recomendação de Judas que aconselhou
a dizermos: o Senhor te repreenda. (Judas
1.9; Zacarias 3.2) Nossa vitória portanto está na confiança de que em Cristo
Jesus somos mais do que vencedores (Rm. 8.37) e assim o maligno não nos toca (I
Jo. 5.18).
II – CONFRONTANDO OS
FALSOS PROFETAS
“Amados,
não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles
procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo” (I João 4.1)
Elias tinha um grande
desafio pela frente, defender e honrar o nome do Senhor Yavé em meio aos falsos
profetas de então. A Igreja do Senhor Jesus Cristo ainda tem o mesmo desafio.
Judas, irmão do Senhor Jesus Cristo e de Tiago, levantou sua voz bradando aos
cristãos do tempo da Igreja Primitiva, através de sua carta, conclamando-os para
batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Em suma vejamos os passos da
Carta de Judas alertando para o perigo dos falsos profetas infiltrados de
maneira dissimulada no meio da Igreja:
Quem
era Judas
Irmão de Jesus - Mc
3.32; Mt 13:55, mas se apresentou como Irmão de Tiago, o líder da Igreja em
Jerusalém – Judas 01
Era Servo de Cristo
(DOULOS – Escravo)
Significa “entregar-se
completamente à vontade de outro” Jo. 11:26
Quem quiser ser o maior
que seja servo, ensinou Jesus Mc. 9:33-37; Mc. 10:35-45.
Nós
como Cristãos Somos:
Chamados
por Deus para a liberdade do servir - Mt.
11:28; Jo. 8:34-35; Gál 5:1,13
Amados por Deus - João 3:16; II Tess.
2:13, I Jo. 4:16-19
Guardados em (para) Cristo - I Pedro
1:5; Rom. 8:35-39
O
combate em defesa da fé
A convocação dos
crentes é para batalhar em defesa da fé - Ef. 6:10-20;
II Tm. 2.1-5
Ao conjunto de
doutrinas de fé nada podemos acrescentar nem omitir Ap. 1:3; Ap. 22:19
Os
falsos profetas de nosso tempo
Vivem disfarçados de
cristãos - Mateus 7:15; Atos 20:27-30
Precisamos fazer o que
é certo, da maneira certa e com a motivação certa, servindo de exemplo para
depois ensinar - I Co. 9:16-27;
10:31; Fp. 1:17-20; 4:9
Características
dos falsos mestres (2 Pedro 2)
Insubordinados - Judas
8
Entraram no caminho de
Caim – Gên. 4.1-16 (murmuradores, cobiçosos e invejosos)
No engano de Balaão -
Núm. 22 (Interesseiros)
Na contradição de Coré
- Núm. 16 (Rebeldes)
Homens maus dos últimos
tempos II Tm. 3
Como
agem os falsos mestres
Banqueteiam-se com os
fieis - Judas 12
Pregam a libertinagem –
Judas 4
Apascentam-se a si
mesmos - Judas 12
Negam a Deus com as
atitudes – Tito 2.16
Agem com interesse
pessoal - Judas 16; Tito 2.16
Religiosos, parecem
justos - Mt 23:14,28
Causam divisões - Judas
19
Serão repreendidos pelo
Senhor - Judas 5 a 10
Nossa
atitude
Precisamos edificar a
nossa fé - Judas 20
Examinar as Escrituras
– Crescer na Palavra - Jo. 5:39; Atos 17:11
Guardar-se - Fp. 3:2;
Atos 20:31; Mt 24.4; Dt 4:9
Viver no amor de Deus –
Judas 21
Ter a perspectiva do
porvir - II Pe 3.14
Ajudar os duvidosos -
Judas 22
Viver em adoração ao
Senhor - Judas 24 e 25
Assim precisamos vigiar
e orar para que possamos ter o discernimento dos espíritos e reconhecer as
astutas práticas dos falsos profetas e delas tomarmos precaução e confrontá-las
em defesa da nossa salvação e de outros que pudermos ajudar.
III – CONFRONTANDO A
FALSA ADORAÇÃO
Tratando a respeito da
verdadeira adoração, o pastor Billy Graham escreveu que “o propósito desta
sociedade cristã a que se chama igreja é, primeiro, glorificar a DEUS mediante
a nossa adoração” (Graham, 1979, p. 199.). Destaca também que “Deus deseja
nossa adoração mais do que qualquer coisa e “absolutamente necessária se queremos
ter uma vida cristã feliz.”
Adorar significa muito
mais do que entoar cânticos de louvor a Deus; adorar é na verdade uma atitude
de vida de contínua de rendição aos pés do Senhor Jesus ( Leia Mateus 8.2;
9.18; 15.25; Marcos 5.6; João 9.37 e 38)
Uma das formas de
adoração ao Senhor acontece através do serviço dos cultos e suas práticas
litúrgicas nos templos das Igrejas locais, normalmente os lugares estabelecidos
pelos cristãos para prestarem o culto a Deus.
O escritor Rubem
Amorese entende a adoração como expressões de amor, um mosaico de sentimentos.
Não sendo dirigida a semelhantes, mas “só pode ser entendida em relação a uma
divindade — no caso do cristianismo, a Deus.” (Amorese, 2007, p. 25,26)
O escritor Rubem
Amorese entende a adoração como expressões de amor, um mosaico de sentimentos.
Não sendo dirigida a semelhantes, mas “só pode ser entendida em relação a uma
divindade — no caso do cristianismo, a Deus.” (Amorese, 2007, p. 25,26)
Davi se empenhou com
desvelo na construção do templo de Jerusalém que ficou a cargo de Salomão e
destruído em 70 d.C. pelos dominadores romanos.
O verdadeiro lugar de
culto foi motivo de intermináveis desavenças entre os judeus e samaritanos.
Seria Jerusalém ou o monte Jerizim o lugar de adoração aceitável a Deus? João
3:20.
O historiador hebreu Flávio
Josefo narra a questão levantada na época do reinado de Ptolomeu e Cleópatra,
sua esposa e também irmã, qual templo – de Jerusalém ou do monte Gerizim,
construídos no reino de Alexandre – seria o verdadeiro local a ser reverenciado como lugar de prática cerimonial, a ponto de
se estabelecer que os advogados que perdessem a disputa seriam mortos. (Josefo,
2004, p. 592,593)
Jesus por sua vez
desconstruiu toda a argumentação de lado a lado apontando para o interior do
ser o verdadeiro lugar de adoração. João
4.32.
Assim, poderia um
cristão estar em meio ao grupo de louvor da Igreja, cantando, sem no entanto louvar ao Senhor?; ou
poderia estar em meio a uma cerimônia secular com o espírito ligado no céu em
ato de adoração? O local do culto, o
templo, serve de base para a realização deste serviço.
A herança da cultura
judaica por sua vez levou os cristãos, que inicialmente adoravam a Deus nas
sinagogas, nas casas, e depois a construir seus próprios templos para a prática
da adoração espiritual, algo que está faltando nas igrejas locais, como afirma
o pastor Warren Wiersbe em sua obra Crise de Integridade (Wiersbe, 1989,
p.90.). Cita Wiliam Temple, conceituando a adoração:
A
adoração vai além de um momento de louvor, visto que o louvor é apenas uma das
formas de adoração. Representa a submissão total de nossa natureza a Deus. É o
despertar da consciência ante a sua santidade, a nutrição da mente com a sua
verdade, a purificação da imaginação com a sua beleza, a abertura do coração ao
seu amor, a entrega da vontade aos seus propósitos – e tudo isso elevado em
louvor, a emoção menos egoísta de que nossa natureza é capaz, e portanto, o
principal remédio para o egocentrismo que o pecado original e a fonte de todo
pecado real.
Vencendo
o deus deste século
Jesus foi conduzido
pelo Espírito pra ser tentado pelo diabo. Em umas ações, o adversário tenta
levar Jesus a lhe render adoração:
Levou-o
ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a
glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então,
Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu
DEUS, adorarás, e só a ele darás culto. Mateus 4.8- 10
Aqui andam de mãos
dadas a ambição do poder e a adoração a outros deuses.
À busca de honras e
louvores terrenos, os homens se colocam na posição de DEUS. Quando os artistas,
cantores, jogadores de futebol recebem aplausos e glórias, na verdade estão
roubando de DEUS algo que só pertence e deve ser dirigido a Ele: Apocalipse
4:11; 5:12-13; 7:12 . O pastor Antonio Gilberto (Gilberto, 2006, p. 90), alerta
para este tipo de prática no próprio ambiente do templo de adoração ao Senhor:
“Uma
Igreja com avivamento do Espírito não precisa de artistas, de atores de da
música secular e de animadores de auditório – como se a Casa do Senhor fosse um
palco para comediantes, .... A Igreja carece sim, de verdadeiros adoradores que
adorem o Pai em Espírito e em verdade, conforme Jesus disse em João 4.24. ...
Evitemos brincar de crente, de culto e de Igreja.”
Aqui também podemos
alertar para o perigo da idolatria a pessoas que tem um dom de Deus e o usam em
proveito próprio. Vale lembrar:
Eu
sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem
o meu louvor, às imagens de escultura. Isaías 42:8
Os louvores provam o
homem assim como o fogo prova a prata e o ouro. (Provérbios 27:21). Herodes
morreu por se ensoberbecer quando vestindo as vestes reais, dirigiu da tribuna
a palavra aos presentes. Ao ouvi-lo, o povo exclamou:
-
Voz de DEUS, e não de homem! No mesmo instante, feriu-o o anjo do Senhor,
porque não deu glória a DEUS; e, comido de bichos, expirou. Atos 12:21-23.
Não é de estranhar que
algumas pessoas se comprometam com as entidades malignas para alcançarem fama,
poder e riqueza, visto que o inimigo tem a autoridade e a glória do reino das
trevas sob seu domínio, e assim lhes sucede. Porém o preço a ser pago custa
muito alto. Para alguns, a própria alma.
Satanás mesmo queria
receber glórias e louvores nos céus. Mal sucedido em seu intento, de lá foi
expulso e busca agora atender seus frustrados anseios de reconhecimento na
Terra, junto aos homens que cedem às seduções, tornando-se prisioneiros seus.
Daí as práticas mais sinistras. Matança de animais em pleno palco, oferendas aos
demônios, o uso de vestimentas sempre de determinada cor, orgias cultuais,
mantras, palavras de ordem, pactos velados com inimigo.
Mas o Senhor Jesus,
sendo o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hebreus 13:8), veio para desfazer as
obras do diabo (1 João 3:8) e dar conhecimento aos ignorantes da verdade que
liberta. João 8:32.
Os louvores e a
adoração pertencem unicamente a DEUS. Apocalipse 7:12. Nada mais tentador do
que realizar algo na vida almejando agradar os homens a fim de receber seus
elogios e louvores que lhes serve de prova. Provérbios 27:21.
Agostinho reconhecia a
força da tentação do louvor dos homens (Agostinho, 1990, p. 258):
Os louvores humanos são
a fornalha onde quotidianamente somos postos à prova. Também nesta miséria nos
ordenais a continência.
Paulo e Silas foram
tentados por lisonjas quando uma jovem que tinha um espírito maligno de
adivinhação, os exaltava, dizendo: “- Estes homens são servos do DEUS Altíssimo
e vos anunciam o caminho da salvação”, clamava. Atos 16:17.
A jovem, sob o domínio
de satanás, dava lucros aos seus senhores e, ignorando a ação do Espírito
Santo, repetiu esta expressão por muitos dias. Mas Paulo não se deixou levar
pela sedução do maligno. Indignado, disse ao espírito: - Em nome de Jesus
Cristo, eu te mando: retira-te dela, e imediatamente saiu.
Eles foram parar na
prisão, mas não ficaram cativos da conveniência da acomodação e tolerância com
o pecado se deixando seduzir pelos elogios. Atos 16:18 a 23.
O alerta se faz
necessário neste momento. Não podemos idolatrar pessoas por mais carismáticas,
usadas por Deus, agradáveis ou vistas como espiritualmente o suprassumo da
espiritualidade humana. O exemplo pode
ser imitado, mas jamais reverenciado em lugar do Deus que usa este ou aquele
como quer, tão somente para Sua glória.
Adoração
com reverência
A Igreja Vitoriosa
adora o Pai em espírito e em verdade porque o Pai procura tais que assim o
adorem. João 4.23,24. Quando interrogado acerca do local propício para a
adoração, Jesus destacou a relevância da intenção de um coração que anela
adorar ao seu Senhor acima da importância de cerimônias praticadas em uma
edificação terrena visto que o Senhor não habita em templos feitos por mãos
humanas.
Oferecer os nossos
corpos, a nossa vida, em sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS, este é o
nosso culto racional. Os verdadeiros adoradores se entregam sem reservas ao
Senhor como supremo e soberano DEUS único e verdadeiro, aproximando–se Dele não
com honras de lábios, com o coração longe, e o temor que consiste só em
mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu, isto não é adoração, é
religiosidade, sem religação com DEUS. Isaías 29:13.
Na essência da alma
humana está o anelo por DEUS. Nossa alma tem sede do DEUS vivo e
verdadeiro. Fomos feitos para adorar.
Muitos sem saber adoram a artistas, atletas, pessoas, mitos e ídolos criados
para satisfazer a necessidade de adoração que é canalizada para o alvo
errado. Adorar a DEUS com nossa vida.
Warren W. Wiersbe
declara:
A adoração bíblica
verdadeira satisfaz a nossa personalidade integral de modo que não precisamos
procurar substitutos fabricados pelo homem (Wiersbe, 1989, p. 93.)
Adorar a DEUS com nossa
atitude de reverência, submissão, dependência, serviço, louvor, contribuição,
hospitalidade, ética, integridade, retidão, probidade, honestidade, humildade,
amor, mansidão, domínio próprio, enfim, através do fruto do Espírito gerado em
nosso viver diário e não apenas como uma manifestação natural ou sobrenatural
de momento.
CONCLUSÂO
Oração,
o segredo da vitória de Elias
A prática da oração é a
prova da comunhão do cristão com Deus.
Precisamos orar para
enfrentar as tentações do inimigo que tenta nos tragar (I Pedro 5:8); fazer
súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens (I
Timóteo 2:1); por livramentos (Filipenses 1:19); orar em favor dos enfermos;
para que portas para pregação do evangelho sejam abertas (Colossenses 4:3),
orar em ações de graças a DEUS por tudo (Colossenses 4:3).
Aquele que se encontra
sem forças para a caminhada encontra na oração a saída para recarregar suas
baterias espirituais e prosseguir dando glória a DEUS. Por causa da necessidade
de ver Cristo entronizado nos corações, Paulo dobrava seus joelhos perante o
Pai (Efésios 3.14)
Cheguemos, portanto com
ousadia ao trono da graça a fim de alcançarmos misericórdia e acharmos graça
para socorro em ocasião oportuna (Hebreus 4.16).
Pois o Senhor está
sempre atento às orações que se fizer na santa congregação e dá a resposta. A
porta se abre para quem bate; acha aquele que procura e recebe aquele que pede
com confiança e certo de que o Senhor escuta o clamor e, segundo a sua vontade,
atende às petições. Mateus 7:8; 1 João 5:14.
“Está aflito alguém
entre vós? Ore.” Tiago 5.13
Este apelo de Tiago
fala a respeito do efeito da oração feita por um justo. A oração restaura a
saúde do enfermo e sana a dor do aflito.
Tiago também ressalta
que o profeta Elias era um homem sujeito às mesmas paixões que nós, e orou para
que caísse chuva sobre a terra e assim se sucedeu. Tiago 5:17.
Elias não cedeu às
paixões humanas, mas perseverou em seu testemunho como fiel servo de DEUS
fazendo a diferença no meio da sua geração. Uma mulher cujo filho Elias
ressuscitou, disse: “- Agora sei que tu és homem de DEUS, e que a palavra do
Senhor na tua boca é verdade.” 1 Reis 17:24
Ao desafiar os 450
profetas de Baal no Monte Carmelo para fazer cair fogo sobre o altar, Elias
orou assim:
Ó
Senhor, DEUS de Abraão, de Isaque, e de Israel, seja manifestado hoje que tu és
DEUS em Israel, e que eu sou teu servo, e que, conforme a tua Palavra, tenho
feito todas estas coisas. Responde-me, ó Senhor, responde-me para que este povo
conheça que tu, ó Senhor, és DEUS, e que tu fizeste voltar o seu coração. I
Reis 18.17-39.
Então caiu fogo do
Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e ainda lambeu a
água que estava no altar. Quando o povo viu isto, prostraram-se todos com o
rosto em terra e disseram: “- O Senhor é DEUS! O Senhor é DEUS!” O milagre da
ação de DEUS através da sua oração serve para que o mundo reconheça em adoração
que só o Senhor é DEUS. Tão perigoso quanto adorar deuses falsos é adorar de
maneira falsa ao Deus verdadeiro.
A Igreja Vitoriosa, assim
como Elias, age em verdadeira adoração a Deus, ora com fé, para benefício de
muitos, mesmo sendo particularmente beneficiada, mas tão somente com o intuito
de glorificar o Santo nome do Senhor, para que todos
reconheçam não a nossa performance mas sim, que o Senhor é Deus.
Referências
Bibliográficas:
AMORESE, Rubem Martins. Louvor, adoração e liturgia.
1ª edição, Viçosa, MG : Ultimato, 2004.
GILBERTO, Antonio. Verdades Pentecostais: Como receber
e manter o genuíno avivamento pentecostal nos dias de hoje. 1ª edição, Rio de
Janeiro: CPAD, 2006.
GONÇALVES, José. Elias e Eliseu: m Ministério de Poder
para toda a Igreja. Série Lições Bíblicas. Lições Bíblicas do 1.o Trimestre de
2013. Rio de Janeiro: CPAD, 2012;
JOSEFO, Flavio. Historia dos Hebreus. 8ª Ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2004;
LIMA, Elinaldo Renovato de. Aprendendo Diariamente com
Cristo. 1ª edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
PATE, Larry D. Missiologia: a missão transcultural da
Igreja. 1ª edição, São Paulo: Editora Vida, 1987.
VINE, W.E e tal. Dicionário Vine: O Significado
Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento. Tradução
Luis Aron de Macedo. 8ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002;
WIERSBE, Warren W. A Crise de Integridade. 2ª
impressão. São Paulo: Editora Vida, 1999.
Um comentário:
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Att.
Prof. Érick Freire
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