Crescendo na graça e no conhecimento

21 de janeiro de 2013

ELIAS E OS PROFETAS DE BAAL


Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se é baal, segui-o. Porém,  o povo lhe não respondeu nada. ( I Reis 18.21)

Introdução

A palavra chave deste estudo trata de confrontação. Vamos primeiro definir a ação do verbo confrontar:

1 Pôr(-se) defronte reciprocamente. vtd 2 Acarear (as testemunhas ou os depoimentos, os réus, as vítimas do crime). vtd 3 Comparar, cotejar, conferir, colacionar. vti e vpr 4 Defrontar(-se), fazer face, (Michaelis on line)

O confronto entre Elias e os profetas de baal foi o divisor de águas entre a verdadeira adoração ao Deus único e verdadeiro – Yavé Adonai, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó - , e  a falsa adoração aos deuses de Jezabel, - baal e Aserá -, durante o reinado de Acabe. O contexto que descreve este confronto se encontra na narrativa do livro de I Reis, capítulo 18.

No tempo atual temos a necessidade de confrontar, com a Palavra de Deus, os falsos profetas e suas mensagens, à semelhança daqueles dias de Elias. Não é tempo de posições politicamente corretas, em cima do muro, duvidosas, parciais ou fugidias diante dos agentes do pecado. Para isto é preciso o homem e a mulher de Deus ter comunhão com o Senhor, convicção do que fazer, saber discernir o tempo de agir, ficar na plena dispensação do Espírito, e assim desafiar diante de Deus os falsos profetas dos dias de hoje manejando bem a Palavra da verdade na batalha em defesa da fé uma vez dada aos santos, com coragem e temor do Senhor, conduzindo o povo antes duvidoso a tomar uma atitude de verdadeira adoração ao verdadeiro Deus, Yavé. Esta necessidade é antiga. Josué ao seu tempo confrontou o povo de Deus a tomar uma decisão diante destes dois lados do combate espiritual:

“Agora, pois, temei ao SENHOR, e servi-o com sinceridade e com verdade; e deitai fora os deuses aos quais serviram vossos pais além do rio e no Egito, e servi ao SENHOR. Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.” Josué 24:14-15

Vale lembrar neste momento que nossa luta não é contra a carne e o sangue, ou seja, contra as pessoas.
Nos anos oitenta, muito se escreveu, pregou, ensinou e debateu no meio evangélico a respeito de batalha espiritual. A Igreja foi ensinada a amarrar o valente e assim por diante. Expressões do tipo “tá amarrado”, povoaram as mentes e foram professadas por muitos. O modismo passou, mas a guerra contra as hostes espirituais da maldade (Efésios 6:12), deflagrada desde os tempos da criação (Gênesis 3:14 e 15), ainda continua declarada, válida e em pleno desenvolvimento. Conforme Wiersbe (1989,p.41), “a igreja é um exército onde que se agrupa a fim de se preparar para a batalha e a fim e ouvir as ordens de Deus.” O adversário da Igreja não mudou, continua sendo o mesmo e agindo da mesma forma:

Nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais. Efésios 6:12.

A luta do crente não é contra o pastor da Igreja ou o irmão que quer ocupar o espaço do outro. A igreja não é campo de batalha e os pecadores não são os adversários a serem combatidos, muito embora alguns possam estar passando neste momento por uma crise de relacionamento justamente com pessoas que não tem a natureza espiritual, ou mesmo por estarem agindo de maneira carnal.
Dificuldades de relacionamento sempre surgem em todos os lugares de nosso convívio. Seja na escola, trabalho, família, vizinhança, e até na Igreja. O pastor Elinaldo Renovato em seu livro Aprendendo Diariamente com Cristo, ressalta que não são poucos os exemplos de divisões de Igrejas causadas por crises de relacionamento (Lima, 2003, p.118.). 
Ainda mais sabendo que estes últimos dias são tempos difíceis, de homens cruéis, à medida que se aproxima o dia da Volta do Senhor para buscar a Igreja. Hebreus 10:25.
Por isso precisamos da ajuda e sabedoria de DEUS em contornar estas dificuldades, para não se bater de frente com alguém. Um dos pontos onde o inimigo mais procura agir é justamente na comunhão entre as pessoas. Vivemos dias de guerra. Este mal quer penetrar e se estabelecer também na Igreja local.
No final da década de 80, Warren W. Wiersbe denunciou que nos últimos anos, devido a crise de integridade (Wiersbe, 1889, p. 42), “a igreja tem tido celebridades demais e servos de menos, um número demasiado de pessoas com muitas medalhas e cicatrizes de menos.”
A Igreja através da sua liderança por sua vez não pode se esquivar de ministrar todo o conselho de Deus:

Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue. Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão rebanho, e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si. Portanto vigiai, lembrando-vos de que por três anos não cessei noite e dia de admoestar com lágrimas a cada um de vós. Agora pois, vos encomendo a Deus e à palavra da sua graça, àquele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados. Atos 20:28-32.

Essa é nossa luta. Combater o bom combate. 2 Timóteo 4:7.
Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou, parafraseando São Paulo. Romanos 8:37. O segredo está em se fortalecer no Senhor e na força do seu poder. Efésios 6:10. Tomando toda a armadura de DEUS para poder estar firmes contra as astutas ciladas do diabo; e resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. Efésios 6.11,13. O apóstolo Paulo cantou assim o brado de vitória contra todo o mal:

Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de DEUS, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.  E, ao final da sua jornada como apóstolo dos gentios, convicto de que cumpriu sua missão terrena, não temeu declarar que combateu o bom combate, acabou a carreira e guardou a fé. 2 Timóteo 4:7

Escrevendo à Igreja da Galácia, Paulo expressou aos irmãos a grande luta que vinha mantendo por eles. E deixou o ensino ratificado pelo exemplo: “o que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o DEUS da paz será convosco.” Filipenses 4:9. A ponto de se apresentar como exemplo a ser seguido: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” Coríntios 11:1

I – CONFRONTANDO OS FALSOS DEUSES

Aqui vale explicarmos quem era Baal.
Baal era uma divindade adorada e reverenciada pelo povo cananeu que habitava naquela região da terra prometida.
Conforme define o Dicionário Vine, o termo ba’al tem o significado comum de “senhor”. Repetindo-se o termo 84 vezes no AT, sendo 50 vezes o termo relacionado à uma divindade. Também tem como sentido o termo dono, possuidor, marido e uma terceira opção o termo se refere a qualquer deidade que não seja de Israel. Conforme Vine, “baal era um nome comum dado ao deus da fertilidade em Canaã.
Aserá  (Astarte ou Asterote) era considerada a deusa da fertilidade dos cananeus. Os cultos nos altos e nos bosques eram caracterizados por práticas sexuais com as sacerdotisas cultuais.

PONTO DE DISCUSSÃO:  E hoje,  que deuses estranhos temos ? E como devemos agir ?

O pastor Antonio Gilberto (Gilberto, 2006, p. 91), alerta para o perigo dos ídolos erquidos dentro do coração, “ as coisas naturais desta vida que se tornam deuses dentro de nós, como as riquezas, sucesso, posição ou status, trabalho extremado – de modo a deixar-nos sem  tempo de adorar a Deus -, glutonarias, diversões e passatempos “inocentes, vaidades do espírito, etc.”
A questão a ser levantada neste estudo é refletir como está posto o altar do nosso coração. As pedras estão no lugar ? O Senhor está no centro? Será que temos ídolos em nosso coração w Ou será que estamos guardando-nos dos ídolos, conforme preveniu o apóstolo João 9 (I Jo. 5.21)

Conhecendo o adversário

A idolatria tem um mentor bem antigo: a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo (Apocalipse 12:9). Portanto, antes de enfrentar qualquer batalha, a igreja precisa identificar e conhecer seu verdadeiro inimigo, e estar atento às suas investidas, ciladas e modo de agir.
Para isso precisamos ser sóbrios e vigilantes, pois o adversário de nossas almas “anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar.” (1 Pedro 5:8) Esta inimizade começou nas regiões celestiais quando da rebelião frustrada de Lúcifer, então querubim ungido que quis usurpar o lugar de DEUS e a Ele ser semelhante.
Derrotado em seu intento, o inimigo deixa os céus e arregimentando os anjos rebeldes para investir contra agora contra a criação de DEUS – o homem, a feito imagem e semelhança de DEUS. Gênesis 1:26.
Enganado pelo adversário no jardim do Éden, este passou a ser escravo do pecado (Genesis 3:13 a 15). Mas Jesus, a verdade que liberta, veio a este mundo para esmagar a cabeça da serpente e desfazer as obras do diabo (1 João 3:8), resgatando os homens do império das trevas cegou o entendimento dos incrédulos para que não lhes resplandeça a luz do evangelho de Cristo. 2 Coríntios 4:4.
Este adversário tentou de todas as formas frustrar o cumprimento do plano da salvação através de Cristo, ferindo o calcanhar da semente da mulher quando da morte na cruz mas que foi vencida pelo poder esmagador do Cordeiro de DEUS. Gênesis 3:15. Conforme Larry D. Pate (1987, p. 6), “faz-se referência a esta passagem como o protoevangelho.” Desde então a verdadeira guerra está declarada, e passou a ser nossa, a qual Paulo intitulou de bom combate. 2 Timóteo 4:7.
Para fazer frente aos ataques do inimigo nesta peleja se requer um posicionamento de sobriedade e vigilância, porque o adversário anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar. 1 Pedro 5:8.
Sobriedade fala de preservar o estado de lucidez em meio a um mundo encantador, sedutor, enganador e embriagador com todos os seus encantos passageiros do presente.
O consumismo de bens, em sua maioria desnecessários, a prática do sexo ilícito, a busca pelo poder, o amor às riquezas, os valores morais invertidos, a pós-moderna cultura pagã e idólatra centrada no homem e até a religião sincretista, hedonista e de resultados embriaga a muitos. A saída é cingir os lombos do entendimento, sendo sóbrios e a esperar inteiramente na graça que se ofereceu na revelação de Jesus Cristo. 1 Pedro 1:13.    
O entendimento e bom siso são concebido através da sabedoria concedida por DEUS (Provérbios 1:1 a 5), gerado no crente o fruto do Espírito no aspecto da temperança que controla suas atitudes e reações. Gálatas 5:22.
O outro aspecto a ser observado no campo de batalha é a vigilância.  Devemos vigiar e orar, sempre. Mateus 26:41, Marcos 13:33, Lucas 21:36.
O serviço monótono da vigilância onde parece que nada acontece, permite-nos pensar que tudo está bem e assim relaxar um pouco, tirar um cochilo, e até dormir. A ausência de problemas no cotidiano parece mais motivo para negligenciar e baixar a guarda do que para se redobrar a vigilância. O inimigo não desistiu.
É já a hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando aceitamos a fé (Romanos 13:11). Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. Mateus 26:41.
Um versículo interessante que trata do descuido no vigiar: Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá, exortou o apóstolo Paulo. Efésios 5:14.
Imagine agora a cena de um soldado em pleno campo de batalhas, cansado após um combate onde vários companheiros morreram na trincheira, deita-se dentre os mortos no combate e adormece. Os adversários vão embora. Mais tarde chega uma tropa aliada para prestar apoio aos feridos. Alguns gemem, choram, contam o que se passou. Aquele soldado, no entanto, continua dormindo em meios aos mortos e não é identificado como sobrevivente da peleja. Os aliados vão embora, e ele ficou dormindo.
Alguns apesar de soldados de Cristo permanecem a dormir em meio aos mortos, as pessoas deste mundo praticando as suas práticas, vivendo como estes. Cansaram da peleja e agora descansam em meio aos mortos, que coisa! E quando o Senhor vier? Daí o brado do apóstolo Paulo: “- Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.” Efésios 5:14.
Seguindo o exemplo de Paulo a exercer a boa milícia da fé e assim acabar a carreira guardando a fé (II Timóteo 4:7), em meio à lutas que a Igreja enfrenta até alcançar a reta final, a pátria futura. Os baalins dos tempos de hoje, à exemplo dos tempos de Elias, continuam a nos querer seduzir para nos fazer naufragar na fé.
Assim, precisamos evitar subestimar ou superestimar o nosso adversário, mas confrontá-lo com a Palavra de Deus. Não podemos considerar que ele é invencível, pois a Bíblia nos mostra que devemos “resistir ao diabo firme na fé e ele fugirá de nós”. Nem tripudiar do adversário, como alguns, que brincam com o inimigo. Fica a aqui a recomendação de Judas que aconselhou a dizermos:  o Senhor te repreenda. (Judas 1.9; Zacarias 3.2) Nossa vitória portanto está na confiança de que em Cristo Jesus somos mais do que vencedores (Rm. 8.37) e assim o maligno não nos toca (I Jo. 5.18).

II – CONFRONTANDO OS FALSOS PROFETAS

“Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo”  (I João 4.1)

Elias tinha um grande desafio pela frente, defender e honrar o nome do Senhor Yavé em meio aos falsos profetas de então. A Igreja do Senhor Jesus Cristo ainda tem o mesmo desafio. Judas, irmão do Senhor Jesus Cristo e de Tiago, levantou sua voz bradando aos cristãos do tempo da Igreja Primitiva, através de sua carta, conclamando-os para batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos. Em suma vejamos os passos da Carta de Judas alertando para o perigo dos falsos profetas infiltrados de maneira dissimulada no meio da Igreja:

Quem era Judas

Irmão de Jesus - Mc 3.32; Mt 13:55, mas se apresentou como Irmão de Tiago, o líder da Igreja em Jerusalém – Judas 01
Era Servo de Cristo (DOULOS – Escravo)
Significa “entregar-se completamente à vontade de outro” Jo. 11:26
Quem quiser ser o maior que seja servo, ensinou Jesus Mc. 9:33-37; Mc. 10:35-45.

Nós como Cristãos  Somos:


Chamados por Deus para a  liberdade do servir - Mt. 11:28; Jo. 8:34-35; Gál 5:1,13
Amados por Deus -  João 3:16; II Tess. 2:13, I Jo. 4:16-19
Guardados em (para) Cristo -  I Pedro 1:5; Rom. 8:35-39

O combate em defesa da fé

A convocação dos crentes é para batalhar em defesa da fé -    Ef. 6:10-20;  II Tm. 2.1-5
Ao conjunto de doutrinas de fé nada podemos acrescentar nem omitir   Ap. 1:3; Ap. 22:19

Os falsos profetas de nosso tempo

Vivem disfarçados de cristãos - Mateus 7:15; Atos 20:27-30
Precisamos fazer o que é certo, da maneira certa e com a motivação certa, servindo de exemplo para depois ensinar -     I Co. 9:16-27; 10:31; Fp. 1:17-20; 4:9

Características dos falsos mestres (2 Pedro 2)

Insubordinados - Judas 8
Entraram no caminho de Caim – Gên. 4.1-16 (murmuradores, cobiçosos e invejosos)
No engano de Balaão - Núm. 22 (Interesseiros)
Na contradição de Coré - Núm. 16 (Rebeldes)
Homens maus dos últimos tempos II Tm. 3

Como agem os falsos mestres

Banqueteiam-se com os fieis - Judas 12
Pregam a libertinagem – Judas 4
Apascentam-se a si mesmos - Judas 12
Negam a Deus com as atitudes – Tito 2.16
Agem com interesse pessoal - Judas 16; Tito 2.16
Religiosos, parecem justos - Mt 23:14,28
Causam divisões - Judas 19
Serão repreendidos pelo Senhor - Judas 5 a 10

Nossa atitude

Precisamos edificar a nossa fé - Judas 20
Examinar as Escrituras – Crescer na Palavra - Jo. 5:39; Atos 17:11
Guardar-se - Fp. 3:2; Atos 20:31; Mt 24.4; Dt 4:9
Viver no amor de Deus – Judas 21
Ter a perspectiva do porvir - II Pe 3.14
Ajudar os duvidosos - Judas 22
Viver em adoração ao Senhor - Judas 24 e 25
Assim precisamos vigiar e orar para que possamos ter o discernimento dos espíritos e reconhecer as astutas práticas dos falsos profetas e delas tomarmos precaução e confrontá-las em defesa da nossa salvação e de outros que pudermos ajudar.

III – CONFRONTANDO A FALSA ADORAÇÃO

Tratando a respeito da verdadeira adoração, o pastor Billy Graham escreveu que “o propósito desta sociedade cristã a que se chama igreja é, primeiro, glorificar a DEUS mediante a nossa adoração” (Graham, 1979, p. 199.). Destaca também que “Deus deseja nossa adoração mais do que qualquer coisa e “absolutamente necessária se queremos ter uma vida cristã feliz.”
Adorar significa muito mais do que entoar cânticos de louvor a Deus; adorar é na verdade uma atitude de vida de contínua de rendição aos pés do Senhor Jesus ( Leia Mateus 8.2; 9.18; 15.25; Marcos 5.6; João 9.37 e 38)
Uma das formas de adoração ao Senhor acontece através do serviço dos cultos e suas práticas litúrgicas nos templos das Igrejas locais, normalmente os lugares estabelecidos pelos cristãos para prestarem o culto a Deus.
O escritor Rubem Amorese entende a adoração como expressões de amor, um mosaico de sentimentos. Não sendo dirigida a semelhantes, mas “só pode ser entendida em relação a uma divindade — no caso do cristianismo, a Deus.” (Amorese, 2007, p. 25,26)
O escritor Rubem Amorese entende a adoração como expressões de amor, um mosaico de sentimentos. Não sendo dirigida a semelhantes, mas “só pode ser entendida em relação a uma divindade — no caso do cristianismo, a Deus.” (Amorese, 2007, p. 25,26)
Davi se empenhou com desvelo na construção do templo de Jerusalém que ficou a cargo de Salomão e destruído em 70 d.C. pelos dominadores romanos.
O verdadeiro lugar de culto foi motivo de intermináveis desavenças entre os judeus e samaritanos. Seria Jerusalém ou o monte Jerizim o lugar de adoração aceitável a Deus? João 3:20.
O historiador hebreu Flávio Josefo narra a questão levantada na época do reinado de Ptolomeu e Cleópatra, sua esposa e também irmã, qual templo – de Jerusalém ou do monte Gerizim, construídos no reino de Alexandre – seria o verdadeiro local  a ser reverenciado  como lugar de prática cerimonial, a ponto de se estabelecer que os advogados que perdessem a disputa seriam mortos. (Josefo, 2004, p. 592,593)
Jesus por sua vez desconstruiu toda a argumentação de lado a lado apontando para o interior do ser o verdadeiro lugar de adoração.  João 4.32.
Assim, poderia um cristão estar em meio ao grupo de louvor da Igreja,  cantando, sem no entanto louvar ao Senhor?; ou poderia estar em meio a uma cerimônia secular com o espírito ligado no céu em ato de adoração?  O local do culto, o templo, serve de base para a realização deste serviço. 
A herança da cultura judaica por sua vez levou os cristãos, que inicialmente adoravam a Deus nas sinagogas, nas casas, e depois a construir seus próprios templos para a prática da adoração espiritual, algo que está faltando nas igrejas locais, como afirma o pastor Warren Wiersbe em sua obra Crise de Integridade (Wiersbe, 1989, p.90.). Cita Wiliam Temple, conceituando a adoração:

A adoração vai além de um momento de louvor, visto que o louvor é apenas uma das formas de adoração. Representa a submissão total de nossa natureza a Deus. É o despertar da consciência ante a sua santidade, a nutrição da mente com a sua verdade, a purificação da imaginação com a sua beleza, a abertura do coração ao seu amor, a entrega da vontade aos seus propósitos – e tudo isso elevado em louvor, a emoção menos egoísta de que nossa natureza é capaz, e portanto, o principal remédio para o egocentrismo que o pecado original e a fonte de todo pecado real. 

Vencendo o deus deste século

Jesus foi conduzido pelo Espírito pra ser tentado pelo diabo. Em umas ações, o adversário tenta levar Jesus a lhe render adoração:

Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu DEUS, adorarás, e só a ele darás culto. Mateus 4.8- 10

Aqui andam de mãos dadas a ambição do poder e a adoração a outros deuses.
À busca de honras e louvores terrenos, os homens se colocam na posição de DEUS. Quando os artistas, cantores, jogadores de futebol recebem aplausos e glórias, na verdade estão roubando de DEUS algo que só pertence e deve ser dirigido a Ele: Apocalipse 4:11; 5:12-13; 7:12 . O pastor Antonio Gilberto (Gilberto, 2006, p. 90), alerta para este tipo de prática no próprio ambiente do templo de adoração ao Senhor:

“Uma Igreja com avivamento do Espírito não precisa de artistas, de atores de da música secular e de animadores de auditório – como se a Casa do Senhor fosse um palco para comediantes, .... A Igreja carece sim, de verdadeiros adoradores que adorem o Pai em Espírito e em verdade, conforme Jesus disse em João 4.24. ... Evitemos brincar de crente, de culto e de Igreja.”

Aqui também podemos alertar para o perigo da idolatria a pessoas que tem um dom de Deus e o usam em proveito próprio. Vale lembrar:

Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura. Isaías 42:8

Os louvores provam o homem assim como o fogo prova a prata e o ouro. (Provérbios 27:21). Herodes morreu por se ensoberbecer quando vestindo as vestes reais, dirigiu da tribuna a palavra aos presentes. Ao ouvi-lo, o povo exclamou:

- Voz de DEUS, e não de homem! No mesmo instante, feriu-o o anjo do Senhor, porque não deu glória a DEUS; e, comido de bichos, expirou. Atos 12:21-23.

Não é de estranhar que algumas pessoas se comprometam com as entidades malignas para alcançarem fama, poder e riqueza, visto que o inimigo tem a autoridade e a glória do reino das trevas sob seu domínio, e assim lhes sucede. Porém o preço a ser pago custa muito alto. Para alguns, a própria alma.  
Satanás mesmo queria receber glórias e louvores nos céus. Mal sucedido em seu intento, de lá foi expulso e busca agora atender seus frustrados anseios de reconhecimento na Terra, junto aos homens que cedem às seduções, tornando-se prisioneiros seus. Daí as práticas mais sinistras. Matança de animais em pleno palco, oferendas aos demônios, o uso de vestimentas sempre de determinada cor, orgias cultuais, mantras, palavras de ordem, pactos velados com inimigo.
Mas o Senhor Jesus, sendo o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hebreus 13:8), veio para desfazer as obras do diabo (1 João 3:8) e dar conhecimento aos ignorantes da verdade que liberta. João 8:32.
Os louvores e a adoração pertencem unicamente a DEUS. Apocalipse 7:12. Nada mais tentador do que realizar algo na vida almejando agradar os homens a fim de receber seus elogios e louvores que lhes serve de prova. Provérbios 27:21. 
Agostinho reconhecia a força da tentação do louvor dos homens (Agostinho, 1990, p. 258):
Os louvores humanos são a fornalha onde quotidianamente somos postos à prova. Também nesta miséria nos ordenais a continência.
Paulo e Silas foram tentados por lisonjas quando uma jovem que tinha um espírito maligno de adivinhação, os exaltava, dizendo: “- Estes homens são servos do DEUS Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação”, clamava. Atos 16:17.
A jovem, sob o domínio de satanás, dava lucros aos seus senhores e, ignorando a ação do Espírito Santo, repetiu esta expressão por muitos dias. Mas Paulo não se deixou levar pela sedução do maligno. Indignado, disse ao espírito: - Em nome de Jesus Cristo, eu te mando: retira-te dela, e imediatamente saiu.
Eles foram parar na prisão, mas não ficaram cativos da conveniência da acomodação e tolerância com o pecado se deixando seduzir pelos elogios. Atos 16:18 a 23.
O alerta se faz necessário neste momento. Não podemos idolatrar pessoas por mais carismáticas, usadas por Deus, agradáveis ou vistas como espiritualmente o suprassumo da espiritualidade humana.  O exemplo pode ser imitado, mas jamais reverenciado em lugar do Deus que usa este ou aquele como quer, tão somente para Sua glória.

Adoração com reverência

A Igreja Vitoriosa adora o Pai em espírito e em verdade porque o Pai procura tais que assim o adorem. João 4.23,24. Quando interrogado acerca do local propício para a adoração, Jesus destacou a relevância da intenção de um coração que anela adorar ao seu Senhor acima da importância de cerimônias praticadas em uma edificação terrena visto que o Senhor não habita em templos feitos por mãos humanas.
Oferecer os nossos corpos, a nossa vida, em sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS, este é o nosso culto racional. Os verdadeiros adoradores se entregam sem reservas ao Senhor como supremo e soberano DEUS único e verdadeiro, aproximando–se Dele não com honras de lábios, com o coração longe, e o temor que consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu, isto não é adoração, é religiosidade, sem religação com DEUS. Isaías 29:13.
Na essência da alma humana está o anelo por DEUS. Nossa alma tem sede do DEUS vivo e verdadeiro.  Fomos feitos para adorar. Muitos sem saber adoram a artistas, atletas, pessoas, mitos e ídolos criados para satisfazer a necessidade de adoração que é canalizada para o alvo errado.  Adorar a DEUS com nossa vida.
Warren W. Wiersbe declara:

A adoração bíblica verdadeira satisfaz a nossa personalidade integral de modo que não precisamos procurar substitutos fabricados pelo homem (Wiersbe, 1989, p. 93.)

Adorar a DEUS com nossa atitude de reverência, submissão, dependência, serviço, louvor, contribuição, hospitalidade, ética, integridade, retidão, probidade, honestidade, humildade, amor, mansidão, domínio próprio, enfim, através do fruto do Espírito gerado em nosso viver diário e não apenas como uma manifestação natural ou sobrenatural de momento.

CONCLUSÂO

Oração, o segredo da vitória de Elias

A prática da oração é a prova da comunhão do cristão com Deus.
Precisamos orar para enfrentar as tentações do inimigo que tenta nos tragar (I Pedro 5:8); fazer súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens (I Timóteo 2:1); por livramentos (Filipenses 1:19); orar em favor dos enfermos; para que portas para pregação do evangelho sejam abertas (Colossenses 4:3), orar em ações de graças a DEUS por tudo (Colossenses 4:3).
Aquele que se encontra sem forças para a caminhada encontra na oração a saída para recarregar suas baterias espirituais e prosseguir dando glória a DEUS. Por causa da necessidade de ver Cristo entronizado nos corações, Paulo dobrava seus joelhos perante o Pai (Efésios 3.14)
Cheguemos, portanto com ousadia ao trono da graça a fim de alcançarmos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna (Hebreus 4.16).
Pois o Senhor está sempre atento às orações que se fizer na santa congregação e dá a resposta. A porta se abre para quem bate; acha aquele que procura e recebe aquele que pede com confiança e certo de que o Senhor escuta o clamor e, segundo a sua vontade, atende às petições. Mateus 7:8; 1 João 5:14.
“Está aflito alguém entre vós? Ore.”  Tiago 5.13
Este apelo de Tiago fala a respeito do efeito da oração feita por um justo. A oração restaura a saúde do enfermo e sana a dor do aflito.  
Tiago também ressalta que o profeta Elias era um homem sujeito às mesmas paixões que nós, e orou para que caísse chuva sobre a terra e assim se sucedeu. Tiago 5:17.
Elias não cedeu às paixões humanas, mas perseverou em seu testemunho como fiel servo de DEUS fazendo a diferença no meio da sua geração. Uma mulher cujo filho Elias ressuscitou, disse: “- Agora sei que tu és homem de DEUS, e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade.” 1 Reis 17:24
Ao desafiar os 450 profetas de Baal no Monte Carmelo para fazer cair fogo sobre o altar, Elias orou assim:

Ó Senhor, DEUS de Abraão, de Isaque, e de Israel, seja manifestado hoje que tu és DEUS em Israel, e que eu sou teu servo, e que, conforme a tua Palavra, tenho feito todas estas coisas. Responde-me, ó Senhor, responde-me para que este povo conheça que tu, ó Senhor, és DEUS, e que tu fizeste voltar o seu coração. I Reis 18.17-39.

Então caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no altar. Quando o povo viu isto, prostraram-se todos com o rosto em terra e disseram: “- O Senhor é DEUS! O Senhor é DEUS!” O milagre da ação de DEUS através da sua oração serve para que o mundo reconheça em adoração que só o Senhor é DEUS. Tão perigoso quanto adorar deuses falsos é adorar de maneira falsa ao Deus verdadeiro.
A Igreja Vitoriosa, assim como Elias, age em verdadeira adoração a Deus, ora com fé, para benefício de muitos, mesmo sendo particularmente beneficiada, mas tão somente com o intuito de glorificar o Santo nome do Senhor, para que todos reconheçam não a nossa performance mas sim, que o Senhor é Deus.

Referências Bibliográficas:

AMORESE, Rubem Martins. Louvor, adoração e liturgia. 1ª edição, Viçosa, MG : Ultimato, 2004.
GILBERTO, Antonio. Verdades Pentecostais: Como receber e manter o genuíno avivamento pentecostal nos dias de hoje. 1ª edição, Rio de Janeiro: CPAD, 2006. 
GONÇALVES, José. Elias e Eliseu: m Ministério de Poder para toda a Igreja. Série Lições Bíblicas. Lições Bíblicas do 1.o Trimestre de 2013. Rio de Janeiro: CPAD, 2012;
JOSEFO, Flavio. Historia dos Hebreus. 8ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004;
LIMA, Elinaldo Renovato de. Aprendendo Diariamente com Cristo. 1ª edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
PATE, Larry D. Missiologia: a missão transcultural da Igreja. 1ª edição, São Paulo: Editora Vida, 1987.
VINE, W.E e tal. Dicionário Vine: O Significado Exegético e Expositivo das Palavras do Antigo e do Novo Testamento. Tradução Luis Aron de Macedo. 8ª Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002;
WIERSBE, Warren W. A Crise de Integridade. 2ª impressão. São Paulo: Editora Vida, 1999.

Um comentário:

Professor Érick disse...

Irmão,
Se quiser publicar seus textos em uma página de EBD que tenha bastantes leitores entre em contato conosco pelo e-mail ebdbrasil@live.com

Somos do RN.
Att.
Prof. Érick Freire
EBD Brasil

Lições 4.o Trimestre 2013

Lições 4.o Trimestre 2013
Conselhos para a vida

Lição 1 - O Valor dos Bons Conselhos
Lição 2 - Advertências Contra o Adultério
Lição 3 - Trabalho e Prosperidade
Lição 4 - Lidando de Forma Correta com o Dinheiro
Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos
Lição 6 - O Exemplo Pessoal na Educação dos Filhos
Lição 7 - Contrapondo a Arrogância Com a Humildade
Lição 8 - A Mulher Virtuosa
Lição 9 - O Tempo para Todas as Coisas
Lição 10 - Cumprindo as Obrigações Diante de Deus
Lição 11 - A Ilusória Prosperidade dos Ímpios
Lição 12 - Lança o teu Pão Sobre as Águas
Lição 13 - Tema a Deus em todo o Tempo

Comentarista:

José Gonçalves - Pastor, Professor de Teologia, Escritor e Vice-presidente da Comissão deApologética da CGADB; Comentarista das revistas de Escola Dominical da CPAD.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Entre em contato conosco


Se copiar algum texto, favor citar a fonte com o nome do autor e o link deste blog.