Não é o discípulo mais do que o
seu mestre; mas todo o que for bem instruído será como o seu mestre. Por que
vês o argueiro no olho de teu irmão, e não reparas na trave que está no teu
próprio olho? Ou como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro
que está no teu olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita!
tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro que
está no olho de teu irmão. Lucas 6.40-42
Não é fácil ser líder. Em qualquer época, lugar ou circunstância. Principalmente
um líder espiritual. São milhares de ouvintes a esperar uma mensagem de
edificação, consolação, ajuda. Outros na expectativa para ver no que vai dar.
Para estar apto a ajudar a tirar o argueiro do olho de um irmão, o
líder precisa, antes de tudo, auto-examinar-se a fim de que nenhuma trave venha
a servir de empecilho para enxergar o real estado tanto pessoal quanto das
ovelhas.
Conforme o apóstolo Paulo
aconselhou a Timóteo, é preciso primeiramente ter cuidado de si mesmo e da
doutrina. Cautela nunca fez mal a ninguém.
O pastor socorre a muitos em crise.
Mas, quando ele mesmo passa por crises, quem o socorre?
Primeiramente Deus. Em meio à oração, jejum, em meditação na Palavra. Na auto-análise
onde busca sondar o coração e encontrar a causa raiz do problema: O que será que está acontecendo?
O estresse e a enfermidade de hoje não teriam sido causados pelo
excesso de atividades?
A minha preocupação com a concorrência desleal dos companheiros
que usam técnicas agressivas de marketing em suas igrejas vizinhas e oferecem
uma mensagem mais atraente para suas ovelhas que estão se evadindo?
Não seria por causa da minha falta de confiança na equipe
construindo um ministério fraco, sem auto-estima, sem voz e sem vez para
garantir a hegemonia da minha voz nas decisões?
Não seria por que nos meus dias de correria desenfreada não sobrou
tempo algum para minha esposa e filhos durante anos e agora não suportam minha
presença em casa?
Será porque me acho autosuficiente?
Não será por que deixei de orar e tomei todas as decisões baseado
na minha intuição ou na confiança nos recursos intelectuais, materiais ou no rol
das amizades na política?
Seria o apego ao cargo e suas benesses?
Não seria porque gosto de improvisar em tudo sem planejar nada e
ainda dizer que o Espírito santo é quem me orienta mesmo sem consultá-lo?
Será porque o meu povo gosta mais de ver TV do que olhar para as
coisas do céu?
Será porque adoro gravatas de seda italianas?
Ou será porque busco subir no ministério à qualquer custo?
Será porque faço distinção entre as ovelhas?
Será porque falo mais de futebol do que do evangelho?
Não seria porque dou liberdade demais nas brincadeiras com o sexo
oposto para alimentar minha auto-imagem masculina e agora sofro tentações?
Não será porque confundi o tesouro da Igreja com os meus recursos
pessoais e assim passo cheques da Igreja à torto e à direito em meu nome?
Será por que minha igreja
virou uma empresa?
Será porque tolero Jezabel?
Será que foi porque decidi construir um megatemplo para desbancar
o da coirmã?
Será que porque eu decidi fundar meu próprio ministério para ficar
livre da submissão à uma convenção?
Será que a minha vaidade cegou o meu entendimento a ponto de
querer subir montanhas sem medir o custo para mim, minha família e minha
Igreja?
Será porque deixei o primeiro amor?
Será por conta do meio desejo ufanista de ser um televangelista de
sucesso?
Será que foi por que deixei de ler a Bíblia para falar a mim e não
para os outros?
Ou será que entrei em crise porque não cedi a tentação de um grupo
que quer romper com a convenção em troca das vantagens de outro ministério ching
ling que gosta de pescar em aquário alheio?
Ou será porque desligo o celular quando estou em meus momentos de
comunhão com minha família?
Ou quando digo não quando a maioria diz sim ao pecado?
Será porque prefiro andar em um carro popular com dez anos de uso
quando os companheiros de ministério compram carrões importados ás custas do
tesouro da Igreja?
Será que é porque costumo sempre visitar as ovelhas acompanhado da
minha esposa?
Será que é porque acho que estou dirigindo na contramão quando
todos mandam que eu volte e os acompanhe?
Será que é porque eu disciplinei um membro daquele grupo influente?
Será porque preguei que o crente também sofre?
Será porque resisto ao relativismo moral?
Será porque sou submisso a minha liderança?
Será porque gosto de orar e chorar ?
Será porque combato a licenciosidade?
Será porque não tenho prata nem ouro?
Será porque não neguei a minha fé?
Será porque não suporto homens maus?
Será porque coloquei à prova os falsos obreiros?
Será porque guardei a palavra com perseverança?
Será porque não esqueço de lembrar que Jesus está voltando?
Ou será porque não abro mão do ensino sistemático da doutrina do
Senhor?
Será que está no tempo de me aposentar?
Deus sabe todas as coisas.
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