"Como a cidade derrubada, sem muros, assim é o homem que não
pode conter o seu espírito.” Provérbios
25:28.
Este texto faz uma analogia entre uma cidade sem muros e a
pessoas sem domínio próprio. Como encontramos pessoas assim, destemperadas.
Falam demais, discutem demais, brigam, demais, comem demais, brincam demais,
pecam demais. Sem qualquer controle. Semelhantes à uma carreta carrregada sem
freios descendo ladeira em ponto morto, assim perderam o governo de si próprias, tornando-se desregradas, inconvenientes, jocosas, frívolas, levianas, desmedidas, imprudentes, deixando a própria alma sem qualquer segurança, exposta ao sofrimento em consequência da
falta de temperança. São muros derribabos que precisam ser reconstruídos.
É preciso retomar o controle da situação, tornar-se
comandante de si mesmo. O mesmo livro de Provérbios diz (Prov. 16.32):
“Melhor é o longânimo que o herói
da guerra, e o que domina o seu espírito
do que o que toma uma cidade.”
Este processo de autocontrole precisa ser prioridade em nossas vidas:
“Sobre tudo o que se deve
guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.”
Provérbios 4:23.
As cidades de antigamente usavam
muros como forma de se protegerem dos ataques e invasões dos seus inimigos.
Jerusalém fora invadida e dominada pelo império babilônico, e teve seus muros
destruídos. Uma desolação, um sinal de
opróbrio, dominação, vergonha. Neemias foi o homem levantado por
Deus para restaurar não apenas os muros, mas a dignidade perdida.
Da mesma forma precisamos
restaurar nossos muros. Não é tarefa fácil, que se faz em um passe de mágica,
usando palavras de ordem ou tomando uma pílula mágica. Significa um processo
contínuo, e muitas vezes doloroso. Começa-se por retirar os escombros.
Lançar fora tudo que não agrada a
Deus. Identificar, avaliar, tomar decisão e agir. Jesus alertou assim aos fariseus :
O que sai do homem isso contamina o homem. Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem. Marcos 7:20-23
Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo. Mateus 23:26
Este processo, vale lembrar, não pode ser levado a efeito sem a ajuda divina. Por mais que eu tente com
minhas próprias forças, não vou conseguir sozinho.
Simplesmente por conta da
ação da carne em minha vida que tende a produzir suas obras de maneira contínua,
parecendo mais pia de lavar louças que deixamos limpinha em dado momento e logo
depois volta tudo ao estado de sujeira inicial.
Situação semelhante aos poços de
Abraão entulhados pelos adversários filisteus e restaurados por Isaque:
“E tornou Isaque e cavou os poços
de água que cavaram nos dias de Abraão seu pai, e que os filisteus entulharam
depois da morte de Abraão, e chamou-os pelos nomes que os chamara seu pai. Cavaram,
pois, os servos de Isaque naquele vale, e acharam ali um poço de águas vivas.”
Gênesis 26:18-20
Para agirmos de forma semelhante,
precisamos sem sombra de dúvidas da ajuda do Espírito Santo a produzir seu
fruto em nossa vida. Gálatas 5.22.
Neste caso o fruto apropriado na
estação própria é o fruto da temperança ou domínio próprio.
Através do Espírito e seu fruto
manifesto em nossas vidas, podemos falar as palavras certas no tempo certo
(Prov. 25.11), controlar o apetite desordenado, (Prov 23.2), o agir
precipitadamente (Prov. 14.29; 19.2; 21.5)
Para manter o governo de nós
mesmos, algo nada fácil, precisamos igualmente de outro aspecto do fruto do
Espírito, a longanimidade, companheira inseparável da temperança, que nos ajuda
a manter o controle da vida e assim, atendendo ao conselho do Mestre Jesus, continuarmos perseverantes neste intento: “Na vossa paciência possuí as vossas
almas.” Lucas 21.19.
Desta forma reconstruimos os muros da alma, restaurando a comunhão plena com Deus e produzindo frutos dignos de arrependimento.
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