João em sua revelação constatou
que DEUS na Sua mão conserva as sete estrelas. Apocalipse 2.1. As estrelas são
os anjos da Igreja ou seja os pastores que conduzem o rebanho.
Os líderes da Igreja devem
estar sob o domínio do Senhor, sob a direção do Espírito de DEUS que os governa,
protege, dirige, cobra-lhes os descaminhos, corrige o rumo e não deixa de
enaltecer a fé, amor, as obras, o serviço e a perseverança.
Na verdade não é fácil ser pastor, seja em qualquer
época, como também não o é nos dias atuais. Mas Deus deu os pastores ás Igrejas para cuidar do rebanho. Efésios 4.11.
O pastor Severino Pedro (Silva,
2010, p. 216.), ressalta que “hoje, mais do que nunca, precisamos de
verdadeiros pastores que sejam, de fato, “anjos”; tanto no ser como nas
qualidades e que as Igrejas os vejam deste modo.
As demandas do povo trouxeram
desgaste e até prejuízo pessoal para o líder Moisés quando da caminhada no
deserto conduzindo o povo rumo à terra de Canaã. Deuteronômio 32:52. Ainda
temos de alcançar nossa Canaã celestial.
Hebreus 11:14,16. Precisamos de líderes sábios que guiem o rebanho para
águas tranquilas, pastos verdejantes, embora correndo riscos em meio às crises.
Os pastores de agora correm riscos ao administrarem verdadeiras empresas em forma de Igreja.
Sem esquecer a necessidade do
discernimento para interagir em meio a um modelo de sociedade pós-cristão com
uma características a serem avaliadas, medidas e muitas vezes confrontadas.
Em certa reunião de ministros
na Nova Inglaterra para tratarem das ameaças ao cristianismo na sociedade
americana, os pastores presentes levantaram dez sinais dos tempos pós-modernos
que afetam diretamente a marcha da Igreja (Fisher, 1999, p. 65-83):
1. Internacionalização;
2. Urbanização;
3. Secularização;
4. Avanço tecnológico;
5. Individualismo;
6. Materialismo/consumismo;
7. Falta de raízes;
8. Derrocada moral;
9. Conflitos/guerras culturais;
10. Qualidade de vida decrescente.
Em meio a estes embates, devem
administrar a Igreja local, projetos de
reforma e construção de templos, atendimento à legislação vigente cada dia mais
estreitando e limitando a ação da Igreja em meio à sociedade materialista e
laica, e, acima de tudo, e acima de tudo cuidar do rebanho a quem Deus os constituiu para
apascentarem. Daí o bom conselho de Jetro ao genro Moisés sugerindo a divisão do trabalho para evitar a sobrecarga estressante. Êxodo 118.19-26.
Mas pastores continuam sendo pastores. A influência da
Igreja, apesar de ignorada, ainda continua necessária. Ainda que em muitas
nações religião não passe de uma filosofia, e o cristianismo, puro status ou grupo social, as
pessoas precisam saber que Jesus está vivo, ressurreto (Apocalipse 1:18), e que
ainda quer operar em meio ao caos social, político e moral dos povos. A
aparente ordem perfeita das coisas mascara esta realidade de profunda pobreza e
aridez espiritual dos povos. E os pastores são convocados para conduzir o povo
de DEUS por este caminho perigoso, desértico, e também encontrar meios de
alcançar, ao máximo possível, outras pessoas que estão vivendo sem paz, sem DEUS
e sem salvação, como despenseiros fiéis dos mistérios de DEUS. Lucas 12:42; 1
Coríntios 4:2.
Charles Spurgeon, destacado pregador inglês do século XIX, enunciou
algumas características dos verdadeiros pastores, que tem como atividade
principal dar o alimento para as ovelhas; um trabalho humilde, despretensioso e
sem ostentação (Spurgeon, 2004, p. 30 e 31):
O verdadeiro pastor é um amálgama
de muitas graças preciosas. Ele é caloroso com zelo, mas não é inflamado com
paixão; é bondoso, contudo governa sua classe; ele é amoroso, mas não fecha os
olhos numa piscada ao pecado; tem poder sobre os cordeiros, mas não é imperioso
nem sarcástico; tem bom humor mas não frivolidade; liberdade, mas não
licenciosidade; seriedade, mas não cara fechada. (Spurgeon, 2004, p. 33)
A Igreja Vitoriosa reconhece os obreiros verdadeiros e
não fraudulentos. Vivemos dias perigosos quando infelizmente nem todos são
pastores fiéis. Alguns correm atrás das riquezas e glórias mais do que buscam a
Jesus. Seu DEUS é o dinheiro. A instituição que dirigem agora não pode mais dizer
que não tenho prata nem ouro, como disseram Pedro e João à entrada do templo
para o aleijado que mendigava; mas, como disse Tomás de Aquino, também não
podem dizer à sociedade levanta-te e anda, como fizeram os apóstolos, e o homem
foi curado – Atos 3. Suas Igrejas se tornaram verdadeiros conglomerados de
investimentos milionários, transitam com influência nos palácios dos governos,
são mais seculares que muita gente incrédula por aí afora. Estes não são
pastores, são impostores.
A visão empresarial faz muitos se esquecerem da ovelha
perdida. Na mega-igreja sai um, chegam cem, e a ovelhinha desgarrada corre o risco de ficar à
mercê da própria sorte. O que pode fazer um pastor por quinze mil ovelhas
?
A necessidade de manter uma estrutura organizacional
digna de uma multinacional faz alguns pastores sofrerem a tentação de deixarem a dependência
de DEUS e se apoiarem em programas, estratégias, campanhas de marketing, parcerias
com as autoridades políticas que cobram com juros em forma de votos à cada
campanha eleitoral.
Mas os pastores fiéis ainda
levantam a voz no deserto e endireitam os caminhos para a nova vinda do Senhor
(Marcos 1:3), e ainda buscam a ovelha desgarrada (Ezequiel 34.4,16), que foi
comprada pelo sangue de Jesus (1 Pedro 1:18 e19), e confiada às mãos de
vocacionados que atenderam ao chamado do mestre Jesus para apascentar o seu
povo. Atos 20:28.
O pastor tem como modelo maior
de pastor, o Senhor Jesus Cristo. Eu sou o bom Pastor. João 10:11-14.
E nada poderá confundi-lo
porque sabe a quem serve, para onde vai, e qual a recompensa final para justos
e ímpios.
Não tem seu nome escrito na
lista das celebridades, “nunca ganhará uma “insígnia imperial”, nem será
elevado a nobreza” (Spurgeon, 2004, p. 31); não recebem comendas, medalhas ou
títulos de cidadão da cidade pela qual desgastam suas vidas para livrar seus
habitantes do fogo.
Mas não desistem porque não
buscam um repouso seguro aqui na terra, mas sim a pátria futura. O título pode
até estar banalizado ou até desgastado pelo mau testemunho de alguns, mas
pastores são pastores, homens chamados, vocacionados, capacitados e dados por DEUS à Igreja para fazer a diferença no exercício
de seus ministérios à sociedade, anonimamente, publicamente, quer queiram quer não.
Não permitem que as ovelhas
que pertencem a DEUS sejam entregues à rapina, e venham a
servir de pasto a todas as feras do campo, mas procuram as ovelhas, não se apascentem a si
mesmos, mas apascentam com zelo as ovelhas do rebanho do Senhor.
Jesus quando reencontrou a
Pedro, não lhe fez qualquer censura ou cobrança (João 21.16 e 17):
Simplesmente procurava ainda a
chama de amor em um coração de pastor: - Pedro, tu me amas ? Aqui se encontra
todo o sentido e razão para o exercício do ministério pastoral: - Pedro, tu me
amas?
O amor a Deus constrange,
motiva, responsabiliza e se expressa na vida do pastor no cuidado com o
rebanho. – Tu me amas?. Então vai ao encontro do rebanho, deixa-o bem guardado
no aprisco e corre à procura de uma desgarrada, uma que seja, porque para isso
foi dado pastores para a Igreja, para cuidar de ovelhas, carregar ovelhas,
sarar ovelhas, enfrentar crises, viver e morrer pelas ovelhas.
Referências Bibliográficas:
FISHER, David. O Pastor do
Século 21. 1ª edição. São Paulo: Editora Vida, 1999;
SILVA, Severino Pedro da. A
igreja e As Sete Colunas da Sabedoria. 1ª edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2010;
SPURGEON, Charles. H. Pescadores
de Crianças: orientação prática para falar de Jesus ás crianças. Tradução de
Hope Gordon Silva, 1ª edição 2004, São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida
Nova, 2004.
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