Portanto quem nos irá separar
do amor de Cristo? Quem impedirá o agir de DEUS em favor da Igreja? (Isaías
43:13) Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou
perigo, ou espada? Romanos 8:35.
Atualmente quais os inimigos da
obra de Deus que podemos apontar e quem intentam separar o cristão do Seu
Senhor? Seria o pós-modernismo
relativista e amoral que invadir nossas igrejas? O fanatismo religioso
suicida que pega nas armas, mata inocentes e persegue os cristãos? O DEUS
mercado que valoriza mais o ter em detrimento do ser? O posicionamento
politicamente correto que faz concessões a tudo, deixando brechas nos muros?
Não seriam as pelejas entre
nós em busca de quem manda mais, pode mais, sabe mais, movidos pela sede de
poder em uma igreja local ou em uma guerra interdenominacional dissimulada, um
mau combate?
Ou seria o antigo rigor
ascético das ordenanças, tais como: “não toques, não proves, não manuseies, as
quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos
homens?” Colossenses 2:21.
Ou então o ascetismo, o
isolamento do mundo como eremitas que fez com que a Igreja perdesse seu poder
de influência no meio da sociedade? Como,
se existe a necessidade primordial de se viver em um contexto social em
constante mudança, não diria evolução, quando os valores morais estão sendo
relegados ou pior “renovados” ?
Em face disto, precisamos de
discernimento para nos separar não do mundo mas sim de sua influência
pecaminosa, não simplesmente nos isolando e achando que tudo é pecado, mas
examinando tudo e retendo o que é bom (1 Tessalonicenses 5:21), sem concessões
para o pecado. Pecado é pecado, e ponto final.
Esta geração se encontra diante de um desafio maior.
Enquanto uns poucos militam contra as trevas tentando defender a fé em regimes
totalitários e anticristãos, a maior parte dos membros hoje sofre o perigo da
sedução do engano do pecado da acomodação às conveniências político-econômico-sócio-culturais.
O moderno, mas bem antigo
entendimento do não faz mal, do agora vale tudo, com suas argumentações piegas
de que Jesus só quer o coração ou, isso é coisa do passado, tenta nos
convencer.
René Padilla, escritor que
trata de assuntos ligados à missão integral da Igreja, aponta a verdadeira frente de batalhada Igreja:
A igreja de Jesus Cristo está
envolvida num conflito contra os poderes do mal entrincheirados nas estruturas
ideológicas que desumanizam o homem,
condicionando-o para que relativize o absoluto e absolutize o relativo.
(Padilla, 1992, p. 63).
A escritora e filósofa Nancy
Pearcey, por sua vez, trata desta mesma luta tendo como pano de fundo os
estudos da visão de mundo que temos, a cosmovisão e o ambiente cultural, em seu
livro Verdade Absoluta: libertando o cristianismo do seu cativeiro cultural, explicando
a esta necessidade, para se transformar o mundo.
O profeta Malaquias protestou
contra o relativismo moral da sua época, dizendo:
Porque, quando trazeis animal
cego para o sacrificardes, não faz mal! E, quando ofereceis o coxo ou o
enfermo, não faz mal! Ora, apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado em ti?
Ou aceitará ele a tua pessoa? — diz o
SENHOR dos Exércitos. Malaquias 1:8.
Por sua vez a real necessidade
de se fazer de judeus para ganhar os judeus e, assim por diante (1 Coríntios
9:20), não pode servir de cena para absorver a ideia de muitos estarem abrindo
igrejas para atenderem a todo tipo de gosto com um produto ou prestação de
serviço que busca alcançar um segmento de mercado.
No final da década de 80,
Warren W. Wiersbe denunciou que nos últimos anos, devido a crise de integridade
(Wiersbe, 1889, p. 42), “a igreja tem tido celebridades demais e servos de
menos, um número demasiado de pessoas com muitas medalhas e cicatrizes de
menos.”
A Igreja através da sua liderança não pode se esquivar de
ministrar todo o conselho de Deus:
Cuidai pois de vós mesmos e de
todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue. Eu sei
que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não
pouparão rebanho, e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas
perversas para atrair os discípulos após si.
Portanto vigiai, lembrando-vos
de que por três anos não cessei noite e dia de admoestar com lágrimas a cada um
de vós. Agora pois, vos encomendo a Deus e à palavra da sua graça, àquele que é
poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os que são santificados.
Atos 20:28-32.
Essa é nossa luta. Combater o
bom combate. 2 Timóteo 4:7.
Em todas estas coisas, porém,
somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou, parafraseando São
Paulo. Romanos 8:37. O segredo está em se fortalecer no Senhor e na força do
seu poder. Efésios 6:10. Tomando toda a armadura de DEUS para poder estar
firmes contra as astutas ciladas do diabo; e resistir no dia mau e, havendo
feito tudo, ficar firmes. Efésios 6.11,13.
Paulo cantou assim o brado de
vitória contra todo o mal:
"Porque eu estou bem certo de
que nem a morte, nem a vida, nem os anjos,
nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes,
nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá
separar-nos do amor de DEUS, que está em Cristo
Jesus, nosso Senhor." Romanos 8.38 e 39.
E, ao final da sua
jornada como apóstolo dos gentios, convicto de que cumpriu sua missão terrena,
não temeu declarar que combateu o bom combate, acabou a carreira e guardou a
fé. 2 Timóteo 4:7
Escrevendo à Igreja da
Galácia, Paulo expressou aos irmãos a grande luta que vinha mantendo por eles.
E deixou o ensino ratificado pelo exemplo: - O que também aprendestes, e
recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o DEUS da paz será
convosco. Filipenses 4:9. Aponto de se apresentar como exemplo a ser seguido: -
Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo. Coríntios 11:1
Contextualizando o evangelho
de Cristo para este tempo, esta geografia, este modus vivendi, sem corromper a verdade da doutrina, sem
concessões.
Pura ortodoxia, conforme o pensamento de G.K. Chesterton, filósofo cristão inglês da
primeira metade do séc. XX, que defendeu a posição ortodoxa da Igreja, e
declarou:
“A Igreja não poderia se dar
ao luxo de ceder um milímetro em alguns pontos, se quisesse continuar seu
grande e ousado experimento do equilíbrio irregular.” (Chesterton, 2008, p.166)
Para continuar firmes na
peleja, precisamos confiar em Cristo Jesus, lembrando sempre que “todo aquele
que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de
Deus, e o Maligno não lhe toca.” I João 5.18.
Referências Bibliográficas:
CHESTERTON, G.K. Ortodoxia. Tradução de Almiro Pizzeta. 1a edição, 4a reimpressão. São Paulo: Mundo Cristão, 2008.
PADILLA, René C. Missão
Integral: Ensaios sobre o reino e a igreja. 1ª edição, São Paulo: FTL-B
Temática, 1992.
WIERSBE, Warren W. A Crise de Integridade. 2ª impressão. São Paulo: Editora Vida, 1999.
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