A
Viúva de Sarepta
João
Ribeiro
INTRODUÇÃO
Um
dos nomes de Deus no Antigo Testamento é Jeová Jiré, o Deus da providência. O
cuidado de Deus se estende a toda a Sua criação:
-
Aos seus servos - Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o
justo, nem a sua semente a mendigar o pão (Salmos 37:25);
-
Alcança tanto aos justos quanto injustos - Porque faz que o seu sol se levante
sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos (Mateus 5:45-46);
-
E sustenta igualmente toda a sua criação - Considerai os corvos, que nem
semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto
mais valeis vós do que as aves? (Lucas 12:24)
O
Senhor nos provê de tudo quanto nos é necessário, à Sua soberana maneira, sem
ostentações e abusos do consumismo desenfreado. Assim operou na vida do profeta
Elias e igualmente na vida da anônima viúva de Sarepta, uma gentia que foi alvo
do amor e da provisão de Deus através do ministério de um homem de Deus
obediente à Sua voz. É desta ação de Deus
que vamos tratar neste estudo.
UM PROFETA EM TERRA
ESTRANGEIRA
Elias
foi forçado a sair de sua terra em virtude da perseguição determinada por Acabe
e Jezabel, sendo considerado perturbador de Israel. A sua fidelidade o levou a
buscar refúgio no ribeiro de Querite. Lá, o Senhor providenciou de maneira
sobrenatural a provisão de alimento através de um corvo. Esta primeira etapa do
refúgio de Elias nos faz atentar para os métodos que Deus em Sua soberania
escolhe para agir. Muitas vezes somos tentados em meio à lutas e dificuldades
tentar ao Senhor ao querer lhe ensinar a agir em meio às nossas dificuldades. Em
nossas orações, corremos o risco destas servirem pretensiosamente de orientação
ao Senhor de como agir: - Senhor, vê a minha causa, então, faz assim, assim e
assim ...
Mas
Deus faz como quer, Ele é quem controla todas as coisas. Desta forma, após um
breve tempo no ribeiro de Querite, o Senhor Jeová conduz a Elias até uma terra
estrangeira, um lugar chamado Sarepta, terra de gentios, localizada na costa do
Mediterrâneo, entre Tiro e Sidom, a terra de Jezabel.
Às
vezes procuramos arrazoar e reduzir os planos do Senhor à nossa lógica e
racionalidade humana. O ministério de Elias estava tomando outro rumo
diametralmente oposto às suas origens. E Deus provendo seu sustento da maneira
mais humanamente absurda possível, mas dentro de uma coerência divina
extraordinária.
Na
obra do Senhor o foco está na salvação das pessoas. Para isso o Senhor
comissionou a cada cristão a ir por todo o mundo e pregar o evangelho a toda
criatura. O evangelho é ma doutrina que promove a inclusão. Não podemos ser
sectários, isolados das pesoas. Jesus comia e bebia com publicanos e pecadores.
O médico dos médicos veio não para os sãos, mas os doentes, veio justificar não
que se acha justo mas sim buscar e salvar o que se havia perdido.
Grande e extensa também é a obra
evangelística nos centros urbanos e no campo; nos lares, nas escolas e nos
locais de trabalho. Urge fazer missões nas cidades, nos países, através da
evangelização em massa ou testemunho pessoal, oração, discipulado, construção
de templos, ação social, e missões transculturais e urbanas.
Enfim,
há muito a fazer. É preciso sair ao encontro das vidas que necessitam de uma
palavra de conforto e de salvação. O segredo para a vitória da Igreja está na
prontidão em atender ao chamado e na correspondente cooperação do Senhor Jesus
que peleja em favor da Igreja.
Unir
os esforços em um só propósito, em um só pensamento e em unidade fazer a obra
do Senhor. Ao final de cada batalha, louvar a DEUS reconhecendo que Ele é quem
faz a obra.
Cada
membro da Igreja do Senhor é instrumento importante para a realização desta
tarefa como membro do corpo de Cristo, cuidando uns dos outros, evangelizando e
trabalhando para o Senhor.
Conforme
disse Jesus:
O
Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas novas
aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração da
vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e para proclamar o ano
aceitável do Senhor. Lucas 4.18,19.
Assim
marcha a Igreja militante como arauto do Rei Jesus a proclamar a verdade da
Palavra da verdade que gera vida, liberta do pecado e abençoa as pessoas; e a
anunciar ao mundo que Jesus é o caminho, a verdade e a vida. João 14.6.
Igreja Missionária,
Igreja vitoriosa
A
Igreja Vitoriosa é em sua essência uma Igreja Missionária.
- Passa a Macedônia, e ajuda-nos. Foi a partir
desta revelação que o apóstolo Paulo vislumbrou outra dimensão da obra
missionária, partindo da Ásia Menor em busca da Europa. Teve a visão, e
obedeceu. Atos 16:9 e 10.
Os
missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren foram chamados por Deus nos
Estados Unidos para irem o campo missionário, isto no início do século XX.
Receberam a revelação profética que
deveriam ir para um lugar chamado PARÁ. Naquele tempo não tinha site de busca
nem sequer internet. Foram a uma biblioteca e procuraram em um mapa este lugar.
Localizaram uma região no norte do Brasil.
O
resultado final é que vieram até Belém do Pará, iniciaram o trabalho de
evangelismo que resultou nos dias de hoje na maior trabalho pentecostal do
mundo, a igreja evangélica Assembleia de Deus. O segredo foi simplesmente
obedecer ao chamado de Deus.
Tendo
estes exemplos precisamos fazer missões que atravessem as caçadas dos templos,
tomar barcos, navios, carros e aviões para ultrapassar as fronteiras do
comodismo e alcançar povos de todas as etnias. Seria bom gastar menos com
lanches nos shopping centers e mais em ajuda aos obreiros. Precisamos de Escolas de Profetas, seminários
teológicos que formem não intelectuais das letras, mas missionários preparados
reconhecedores do estado do mundo, suas necessidades e cheios do amor pelas
almas.
DEUS,
nestes últimos dias, quer levantar crianças, adolescentes, jovens, adultos e
anciãos que cumpram com amor e fidelidade a Grande Comissão: a Igreja a
anunciar as boas novas de salvação no meio de uma geração corrompida e perversa
(Filipenses 2:15.)
Lembrar
disto não apenas nos dias de Culto de Missões mas em todos os dias da vida
cristã. Lembrando que também somos todos frutos de missão e responsáveis por
fazer missões.
O
campo é o mundo, a seara é grande, está madura e são poucos os segadores.
Mateus 9:37. E cada vez maior e mais desafiador. A população mundial alcança mais
de sete bilhões de pessoas.
Fronteiras
precisam ser transpostas: a China, capitalista por fora e comunista por dentro,
tem um quinto das gentes do planeta; a América do Norte apóstata, legalista, em
crise, alvo do grande amor de DEUS; a Europa fria, materialista, humanista,
filosófica; a África pobre, avivada em alguns países, explorada, ameaçada pela
invasão muçulmana; oriente de contrastes, de ricos, emergentes e pobres, do
islamismo, hinduísmo, do petróleo, das guerras e rumores de guerras; a América
Latina avivada, religiosa, celeiro de missionários; e Israel, escolhido de
DEUS, desviado, cortado da videira, a menina dos olhos de DEUS, filhos da
promessa. Todos são alvos do infinito amor de DEUS.
O
segredo da expansão da Igreja nos primórdios estava na perseverança na doutrina
dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações. Atos 2:12. Os
irmãos se alegravam em colocar em prática os ensinos que recebiam dos apóstolos
de como viver a vida de maneira digna de um cristão e comunicar estes
princípios aos demais.
Assim
a Igreja se fortalecia e partia com força para fazer o trabalho de missões. Com
a perseguição à Igreja, o trabalho cresceu sobremaneira, pois os cristãos que
fugiam para outros lugares levavam a mensagem poderosa de Cristo, sujeitos a
perseguição e a morte. Atos 5:11 e 12.
O
fator fundamental é que os missionários eram guiados pelo Espírito Santo de
DEUS. Assim Paulo teve uma visão que citamos: - Passa a Macedônia e ajuda-nos.
Desta forma DEUS guiava os irmãos para onde, quando e como fazer a Sua obra.
Por isso o grande êxito na conquista de almas naquela época.
Ao longo da história, Deus
levantou verdadeiros baluartes da fé que atenderam ao chamado, ao exemplo de
Paulo, desbravando mundos desconhecidos, culturas diferentes, línguas diversas.
Hoje não pode ser diferente: o
nosso DEUS é o mesmo ontem hoje e eternamente (Hebreus 13:8), e também deseja
que a Igreja continue a fazer missões por toda parte. Com a unção e direção do
Espírito Santo. A continuar esta grande obra, pois estará o Senhor sempre
cooperando com a Igreja Vitoriosa.
Além disso, o cristianismo tem
outros grandes desafios a enfrentar: cuidar das ovelhas em meios ao modo de
vida contemporâneo: a dependência do desenvolvimento tecnológico, o
secularismo, o mundanismo, o relativismo moral, o reducionismo, o surgimento de
milhares de seitas, a globalização, o crescimento urbano.
Fatores que muitas vezes levam o
homem a esquecer, sublimar ou mesmo desconhecer a existência de DEUS.
Eis o desafio de lançar o pão
sobre as águas, pregando o Evangelho de Cristo ao maior número de pessoas
possível. Fazer missões em casa, no bairro, no trabalho, e além fronteiras. O
importante é semear a boa semente aos corações e DEUS dará o crescimento,
salvando almas para o seu Reino.
Grande e extensa é a obra, grande
é a seara. Americanos em Wall Street, aborígenes da Austrália, índios da
Amazônia, xeiques da Arábia, cidadãos da União Europeia, enfim, o apóstolo João
em sua revelação na ilha de Patmos viu uma grande multidão que ninguém podia
enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e
diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; esta
multidão clamava em grande voz, dizendo: Ao nosso DEUS, que se assenta no
trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação. Apocalipse 7:9 e 10.
UMA ESTRANGEIRA NO
PLANO DE DEUS
Estava nos planos do Senhor
alcançar aquela viúva, alcançar Sarepta, alcançar a todo o mundo gentio. A
vocação divina em buscar e salvar os perdidos não faz distinção de gênero,
origem, geografia, história, o plano de Deus é para a salvação de todos. Jesus
destaca a vocação da salvação dos gentios citando o exemplo do favor de Deus em
benefício desta viúva anônima (leia Lucas 4.25 e 26)
As viúvas foram alvo do cuidado
de Deus, O salmista exclama: Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus, no seu
lugar santo. Salmos 68:5. Quando da compilação da Lei em face da possibilidade
humana de serem discriminadas e, por conseguinte, desamparadas, o Senhor
estabelece:
A
nenhuma viúva nem órfão afligireis. Se de algum modo os afligires, e eles
clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor. E a minha ira se acenderá,
e vos matarei à espada; e vossas mulheres ficarão viúvas, e vossos filhos
órfãos. Êxodo 22:22-24
Tiago reafirma este cuidado
quando exorta em sua carta:
A
religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as
viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo. Tiago 1:27
O mesmo cuidado que o apóstolo
Paulo orientou ao jovem pastor Tiago a dispensar em honrar a verdadeira viúva,
a desamparada que espera tão somente em Deus, e persevera de noite e de dia em
rogos e orações. I Tim 5.3-6.
Deus fez a chamada missionária a
Elias para sair de seu mundo, e partir para terras estrangeiras em socorro de
uma pobre viúva estrangeira. Conhecedor dos corações, o Senhor se antecipa às
dúvidas de Elias e lhe sossega a alma. Está tudo pronto, pode ir, já
providenciei uma viúva em Sarepta para lhe ajudar e a ela ajudar. Aleluia! Deus
trabalha na vida de qualquer pessoa. Aqui precisamos notar que Deus preparou
aquela mulher estrangeira e fez dela um instrumento em sua obra, sendo ela a
maior beneficiada com a graça do Senhor.
O PODER DA PALAVRA
DE DEUS
A natureza humana perversa de uma
mulher rica, poderosa, idólatra, revanchista, contrasta-se agora com a figura
da pobre viúva de Sarepta, obediente a voz do Senhor, humilde, obediente,
acolhedora, sem nome, mas com o coração cheio da virtude de Deus. Movida pelo
poder da Palavra do Senhor.
E
veio espanto sobre todos, e falavam uns com os outros, dizendo: Que palavra é
esta, que até aos espíritos imundos manda com autoridade e poder, e eles saem?
Lucas 4:36
A
Palavra poderosa de Deus se.torna eficaz quando se ouve, se atenta, se obedece
e se crê nela ! A lógica humana, as circunstâncias difíceis ao nosso redor, as
impossibilidades, nada, absolutamente nada pode substituir a ação da Palavra de
Deus. (Hebreus 4.12)
É
preciso também conferir com a Palavra de DEUS aquilo que ouvimos assim como os
bereanos da igreja primitiva; é preciso buscar no livro do Senhor, a Bíblia
Sagrada, nossa regra de fé e prática, e ler o seu conteúdo Isaías 34:16. Sem
fazer aquela leitura seletiva tipo doce brigadeiro da caixinha de promessas.
É
preciso comer o livro todo:
Filho
do homem, dá de comer ao teu ventre e enche as tuas entranhas deste rolo que eu
te dou, vai e fala à casa de Israel. disse o Senhor ao profeta Ezequiel antes
de usá-lo como arauto. Assim também o fez a João, o apóstolo amado: Fui, pois,
ao anjo, dizendo-lhe que me desse o livrinho. Ele, Então, me falou: Toma-o e
devora-o; certamente, ele será amargo ao teu estômago, mas, na tua boca, doce
como mel. Tomei o livrinho da mão do anjo e o devorei, e, na minha boca,
era doce como mel; quando, porém, o comi, o meu estômago ficou amargo.
Apocalipse 10:9 e 10.
O
desafio maior estar em crer na Palavra de Deus. A viúva de Sarepta tinha tão
somente uma porção de farinha para prover uma refeição ao seu filho e depois a
incerteza do sobreviver. O homem de Deus chega até ela e lhe pede para que lhe
faça um bolo. Aqui o comentarista fala em priorizarmos as coisas de Deus. A
mulher cedeu ao pedido do profeta porque tinha em seu coração a chama da
esperança. Ela havia sido preparada por Deus para agir em favor do homem de
Deus.
Nestes
dias de muito antropocentrismo, ou seja, o homem no centro de tudo, é preciso
mudar o foco. Se primeiro fizermos para Deus as demais coisas nos serão
acrescentadas. É preciso viver com esperança.
Aqui
vale também o alerta.
Uma
das formas de sermos tentados é querer tentar a DEUS. Isto acontece quando se
procura usar a própria Palavra de DEUS como uma forma, digamos, de chantagem,
desafiando ao Senhor a cumprir a Palavra em meio a circunstâncias onde não se
analisa o contexto em que está empregada.
Querendo
distorcer a aplicação das Escrituras, o inimigo tentou a Cristo:
Então,
o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe
disse: Se és Filho de DEUS, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus
anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas
mãos, para não tropeçares nalguma pedra. Respondeu-lhe Jesus: Também está
escrito: Não tentarás o Senhor, teu DEUS. Mateus 4:5-7.
As
promessas de DEUS se cumprem em nossas vidas dentro do tempo e do plano
proposto para cada um particularmente. Vamos citar um exemplo.
Certo
pregador foi usado maravilhosamente na operação de milagres e maravilhas em uma
determinada ministração. Em outra oportunidade tenta repetir a mesma pregação,
as mesmas ações, e nada acontece, ficando envergonhado.
Porque
DEUS é soberano. Ele “é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo
quanto pedimos ou pensamos, conforme o Seu poder que opera em nós” (Efésios
3:20).
Alguns
mestres da autoajuda ensinam os incautos a decretarem a sua vitória, a sua
bênção, como se a vontade humana fosse maior, soberana. A ponto de algum mais
atrevido incitar a outros colocarem Jesus no canto de parede. Misericórdia.
Imagine quando DEUS resolver colocar alguém no canto de parede. DEUS é o
soberano. Ele é quem faz e acontece quando como, onde e com quem quer.
Como exemplificam os mestres dos
seminários de teologia, alguns tomam trechos isolados do contexto como
pretexto, como adverte os professores de teologia, para as mais estranhas
práticas e ensinos. Desta forma surgem as seitas e heresias.
Não
se pode tentar o Senhor (Deuteronômio 6:16). Nem tampouco tomar o Seu Santo
nome em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o Seu nome em
vão. Êxodo 20:7.
As
manifestações da operação de DEUS servem para benefício do homem a fim de
glorificação do Seu nome (João 9:3), devendo ser respaldadas na Palavra de Deus
e não servir de demonstração pirotécnica do sobrenatural de um exorcista, mago
ou ilusionista travestido de cristão, trazendo fogo estranho ao altar. DEUS não
precisa disso, não se presta a esse papel; nós é que precisamos Dele, da Sua
operação em nossas vidas, e através de nós, assim como pelas mãos de Paulo,
fazia maravilhas extraordinárias, pela Sua infinita bondade. Atos 19.11
A ESPERANÇA VENCEU
A ESPERANÇA!
“A
esperança venceu o medo”. Acredito que esta tenha sido a frase de maior impacto
após a eleição presidencial de 2002.
Uma
declaração de abrangência e significado muito maior foi expressa pelo Apóstolo
Paulo em sua carta aos Romanos 4.18 quando afirmou categoricamente que Abraão,
o Pai da fé, em esperança, creu contra a esperança, de que seria pai de uma
grande multidão. A esperança venceu a esperança. A esperança venceu a
esperança!
A
interpretação do texto nos faz entender que se trata da existência de dois
tipos de esperança.
Uma
é a esperança terrena, limitada e que se acaba. A esperança no dinheiro que
resolve todas as coisas, a esperança no político e suas eternas promessas; a
esperança no parente abastado que vai nos socorrer nos momentos de crise; a
esperança no cartão do plano de saúde; a esperança que o filho da escrava seria
a solução para a crise familiar.
Este
é tipo de esperança que se acaba como lamentou o profeta Jeremias em suas
lamentações (Lamentações 3.18): “Já pereceu a minha força, como também a minha
esperança no Senhor”. A esperança terrena acaba.
E
o que esperam os cristãos dos tempos pós-modernos?
Paulo
alertou para o perigo de termos esperanças na atuação de Cristo somente para as
coisas desta vida. Assim sendo, seríamos os homens mais infelizes desta vida (I
Coríntios 15.19).
Agostinho,
teólogo e filósofo, um dos pais da Igreja, em suas Confissões (Agostinho, 1990,
p. 258), declarou que “só na grandeza da Vossa misericórdia coloco toda a minha
esperança. Dai-me o que me ordenais e ordenai-me o que quiserdes,” (da quod
iubes et iube quod vis), uma das expressões mais significativas de seu
pensamento.
E
como se prega hoje em dia a respeito de triunfalismo, prosperidade, confissão
positiva. Entregam-se chaves de casa, carro, abrem-se portas de emprego,
decreta-se vitória sobre os problemas. E assim se configura um tipo vida
espiritual baseada na esperança que um dia vai perecer, esquecendo-se da
perspectiva do porvir. Não negamos que Deus é abençoador.
O
amigo de Deus, Abraão, também teve estes momentos de esperança no aqui e agora.
Movidos pela racionalidade, desce ao Egito em busca da sobrevivência e quase
perde a esposa (Gên.12.10-20); quando deita com a escrava e dela gera um filho
que depois seria motivo de conflitos familiares (Gên.16.1-16; 21.9-20).
Esperanças que se perderam diante das circunstâncias. Mas continuou sua marcha
de fé e de esperança.
Então,
o que fazer enquanto esperamos?
A VERDADEIRA
ESPERANÇA
Elias
foi a ter Sarepta incendiar o coração de uma viúva desolada, trazendo-lhe
esperança vinda de Deus.
O
apóstolo Paulo encorajou os demais irmãos da Tessalônica a respeito de se ter
uma nova perspectiva quanto ao futuro após esta vida. “Não sejais como os
demais que não tem esperança” (I Tess. 4.13-18).
Crer
que, após esta vida, existe a certeza da ressurreição em Cristo Jesus, uma viva
esperança para nós conquistada pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os
mortos (I Pedro 1.3) Abraão não enfraqueceu, creu na promessa e isto lhe foi
imputado como justiça (Rom. 4.19-22; Gên. 15.6).
Quando
lamentava diante da perspectiva de morrer e não deixar herdeiro, o Senhor se
lhe apresenta e promete-lhe um herdeiro, apesar da sua idade avançada conjugada
com a esterilidade de Sara, sua esposa (Gên. 15.1-6). Abraão creu. A esperança
viva nasceu. No tempo determinado pelo Senhor, Isaque nasceu! (Gên. 17.21;
18.11-14; 21.1-8)
Assim,
a exemplo de Abraão, é preciso manter acesa a chama da esperança que não
perece. Mesmo nos momentos mais difíceis. Quando Deus desafiou Abraão a
sacrificar o filho da promessa, ele não titubeou (Gên. 22.1 e 2); como não
vacilou quando convocado para deixar a terra da sua parentela e partir sem rumo
para uma terra longínqua (Gên. 12.1).
Ao
pé do monte do sacrifício, o patriarca se despediu dos seus servos, confessando
a sua viva esperança: “E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o
jumento, e eu e o mancebo iremos até lá; depois de adorarmos, voltaremos a
vós”. (Gên.22.5).
Mas
como seria isso se o menino seria a própria oferta a Deus? Onde está o cordeiro
para o holocausto, perguntou inocentemente Isaque ao pai, Abraão, que lhe
respondeu com a confiança que o colocou na galeria dos heróis da fé: O Senhor
proverá para si o cordeiro para o holocausto. (Gên.22.7-8) E o Deus da
Providência, Jeová Jiré, assim o fez
(Gên.22.12-14).
O
profeta Jeremias aguardou em silêncio, humilhou-se (Lamentações 3.26 e 29), e
bradou contra as circunstâncias trazendo à lembrança algo que poderia lhe
restituir a esperança: “as misericórdias do senhor são a causa de não sermos
consumidos, pois as suas misericórdias são eternas (Lamentações 3.21 e 22)
Aleluia!
Hoje
vivemos dias de inversão de perspectivas quando se pensa que a vida eterna não
passa de uma verdade fantasiosa quando não uma utopia, ou pior, quando se
afirma que a vida não passa desta vida.
Porque
muitos há que são inimigos da cruz de Cristo; cujo fim é a perdição; cujo deus
é o ventre; e cuja glória assenta no que é vergonhoso; os quais só cuidam das
coisas terrenas.” Fil. 3.18-19
Daí
a razão desta maneira de crer afetar profundamente o nosso modus vivendi a
ponto de se anularem os esforços de evangelizar, pregar, fazer missões. Para
estes a vida se resume a comer, beber, casar-se e dar-se em casamento: Mateus
34.27-39.
Outros,
porém, a exemplo de Paulo (mais uma vez), tem a esperança de alcançarem a
pátria futura, que está nos céus, donde também aguardam o Salvador, o Senhor
Jesus Cristo, que “transformará o corpo da nossa humilhação, para ser conforme
ao corpo da sua glória, segundo o seu eficaz poder de até sujeitar a si todas
as coisas.” Fil. 3.20 e 21.
Alimentando
a esperança que não traz confusão, Paulo cria que viver ou morrer não fazia
diferença visto que Cristo seria engrandecido no seu corpo, seja pela vida,
seja pela morte. Fil. 1.20.
Há
alguns anos atrás, víamos escrito na fachada de algumas Igrejas, ou na parede
interior do Templo, a seguinte expressão: Jesus breve vem!
O
tempo passou e não mais encontramos este brado de esperança para a Igreja do
Senhor. Os tempos foram se passando e as coisas continuaram se modificando.
Agora sentimos a ausência desta palavra não apenas nos letreiros, mas
infelizmente também nas mensagens pregadas nos púlpitos de nossas Igrejas.
Fala-se muito hoje de prosperidade, bênção, vitória, mas se prega muito pouco
que Cristo irá voltar para buscar um povo zeloso de boas obras.
Jesus
Cristo para alguns é o gênio da lâmpada sempre pronto a atender todos os nossos
desejos. É claro que o nosso DEUS está sempre atento às nossas orações e quer
ver seu povo abençoado. Mas Ele é soberano e acima de nossa vontade está a
vontade de DEUS. E seu desejo maior é que ninguém se perca, mas que todos se
arrependam e venham ao pleno conhecimento da verdade e alcancem a salvação em
Cristo.
Jesus
consolou os seus apóstolos dizendo que ia para o céu nos preparar um lugar e
depois voltaria para nos buscar para estar sempre com Ele. Esta é a razão de
nosso viver e nossa eterna esperança, morar com o Senhor. Um dia Cristo virá
buscar a sua Igreja. Num piscar de olhos a Igreja do Senhor será arrebatada da
terra para estar para sempre com DEUS!
-
Eis que venho sem demora, disse Jesus. Ele não está atrasado, faz apenas dois
dias que Ele subiu aos céus, pois um dia para o Senhor é como mil anos. Jesus
ainda não voltou porque Ele ainda tem muita gente nesta Terra para salvar. Ele
vai voltar. Os sinais que antecedem a sua vinda estão se cumprindo à cada dia.
O bom é falar e ter a esperança de que Jesus breve vem! Então, prepara-te!
Nossa oração a partir daí vai mudar o foco e pode até deixar de ser: Senhor,
dá-me isso ou aquilo, faz isso ou aquilo. E será sempre: Maranata! Ora vem,
Senhor Jesus!
Vem,
que a Igreja Vitoriosa espera tua vinda gloriosa.
Enquanto
aguardava a volta de Cristo, o apóstolo Paulo entoou o cântico da vitória da
esperança contra esperança:
“Porque
para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Mas, se o viver na carne
resultar para mim em fruto do meu trabalho, não sei então o que hei de
escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar
com Cristo, porque isto é ainda muito melhor”. Fil. 1.19-23.
O PODER DA ORAÇÃO
“A minha casa será
chamada Casa de oração para todos os povos.” Isaías 56:7.
Esta premissa de Deus foi
ministrada através do profeta Isaías, para o consolo de todos os estrangeiros que, ao abraçarem a
fé judaica, frequentavam o templo de
Jerusalém para oferecer adoração e sacrifícios a Jeová.
Jesus ratificou esta funcionalidade do
templo quando expulsou os mercadores da fé quando estes faziam da Sua
casa, a casa de oração, covil de
salteadores. Mateus 21:13; Marcos 11:17, Lucas 19:46.
A Igreja Primitiva perseverava na
doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações desde sua
inauguração no Pentecostes, em meio a uma reunião de oração. Atos 22:42. E
assim, de joelhos, a Igreja nasceu e cresceu caindo nas graças do povo.
Quando da revelação transcrita no
livro do Apocalipse, o apóstolo João teve a visão dos anciãos diante do trono
de DEUS trazendo nas mãos taças de ouro cheias de incenso, que são as orações
dos santos. Assim como na visão do anjo antes do tocar das sete trombetas:
E
vi os sete anjos que estavam em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete
trombetas. Veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de
ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para que o oferecesse com as orações de
todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono. E da mão do
anjo subiu diante de Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos.
Apocalipse 8:2-4.
Assim confiamos que oração dos
santos estão diante de Deus. Daí a razão do clamor: “- Suba a minha oração
perante ti como incenso”, exclamou o salmista (Salmos 141). Orar é mais do que
falar com Deus. A oração é o oxigênio que mantém acesa a chama do Espírito nos
corações. “Pouca
oração, pouco poder; muita oração, muito poder; nenhuma oração, nenhum poder.”
Alguém certa vez disse estas sábias palavras. Para estarmos cheios da unção e
do poder de DEUS precisamos buscar a DEUS sem cessar.
A igreja que não ora é
uma igreja morta, conforme sentenciou o pregador inglês Charles Spurgeon:
Creia-me,
se uma igreja não ora, ela está morta. Em vez de pôr a reunião de oração em
último lugar, ponha-a em primeiro. Tudo depende do poder de oração da igreja.
Conforme
John Stott, orar é buscar a Deus honestamente, obedientemente:
Deus
não decepciona aqueles que o buscam com sinceridade. Ao contrário, ele honra e
recompensa os que o buscam honestamente. O plano de Cristo é simples: “Busque,
e você encontrará”. (Stott, 2007, p. 22)
A
prática da oração é a prova da comunhão do cristão com Deus.
Aquele
que se encontra sem forças para a caminhada encontra na oração a saída para
recarregar suas baterias espirituais e prosseguir dando glória a DEUS. Por
causa da necessidade de ver Cristo entronizado nos corações, Paulo dobrava seus
joelhos perante o Pai (Efésios 3.14)
Precisamos
orar para enfrentar as tentações do inimigo que tenta nos tragar (I Pedro 5:8);
fazer súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens (I
Timóteo 2:1); por livramentos (Filipenses 1:19); orar em favor dos enfermos;
para que portas para pregação do evangelho sejam abertas (Colossenses 4:3),
orar em ações de graças a DEUS por tudo (Colossenses 4:3).
Cheguemos,
portanto com ousadia ao trono da graça a fim de alcançarmos misericórdia e acharmos
graça para socorro em ocasião oportuna (Hebreus 4.16).
Pois
o Senhor está sempre atento às orações que se fizer na santa congregação e dá a
resposta. A porta se abre para quem bate; acha aquele que procura e recebe
aquele que pede com confiança e certo de que o Senhor escuta o clamor e,
segundo a sua vontade, atende às petições. Mateus 7:8; 1 João 5:14.
“Está aflito alguém entre vós?
Ore.” Tiago 5.13
Este
apelo de Tiago fala a respeito do efeito da oração feita por um justo. A oração
restaura a saúde do enfermo e sana a dor do aflito.
Tiago
também ressalta que Elias, um homem sujeito às mesmas paixões que nós, orou
para que caísse chuva sobre a terra e assim se sucedeu. Tiago 5:17.
Elias
que não cedeu às paixões humanas, mas perseverou em seu testemunho como fiel
servo de DEUS fazendo a diferença no meio da sua geração. Uma mulher cujo filho
Elias ressuscitou, disse: “- Agora sei que tu és homem de DEUS, e que a palavra
do Senhor na tua boca é verdade.” 1 Reis 17:24
Ao
desafiar os 450 profetas de Baal no Monte Carmelo para fazer cair fogo sobre o
altar, Elias orou assim:
Ó
Senhor, DEUS de Abraão, de Isaque, e de Israel, seja manifestado hoje que tu és
DEUS em Israel, e que eu sou teu servo, e que, conforme a tua Palavra, tenho
feito todas estas coisas. Responde-me, ó Senhor, responde-me para que este povo
conheça que tu, ó Senhor, és DEUS, e que tu fizeste voltar o seu coração. I
Reis 18.17-39.
Então
caiu fogo do Senhor, e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e o pó, e
ainda lambeu a água que estava no altar. Quando o povo viu isto, prostraram-se
todos com o rosto em terra e disseram: “- O Senhor é DEUS! O Senhor é DEUS!” O
milagre da ação de DEUS através da sua oração serve para que o mundo reconheça
que só o Senhor é DEUS.
A
Igreja Vitoriosa ora com fé, para benefício de muitos, mesmo sendo
particularmente beneficiada, mas tão somente com o intuito de glorificar o
Santo nome do Senhor.
DEUS
faz uma pergunta ainda aplicável nos dias atuais para cada um de nós: acaso
para o Senhor há alguma coisa demasiadamente difícil?
Cada
um de nós tem de enfrentar suas próprias dificuldades na vida. E no centro
delas, DEUS pergunta: "- Você acha que o seu problema é muito difícil para
Eu resolver? Ou acredita que posso solucioná-lo, mesmo que você ache isto
impossível?" Basta orar e crer !
A
palavra de Deus que é fie e verdadeira declara: "...Os impossíveis dos
homens são possíveis para DEUS" (Lucas 18:27). Você crê nesta palavra do
Senhor? Você aceita que Ele pode fazer o impossível em seu casamento, em sua
família, em seu trabalho, visando seu futuro? Antes de tudo precisamos buscar a
DEUS através da oração.
O
perseverante servo de DEUS, Jó, também enfrentou uma difícil situação. Uma
enfermidade incurável estava consumindo o seu corpo que ficou magro e
debilitado. Ele pensava que não mais escaparia. Seus parentes e amigos dele se
afastaram. Desonrado, a ponto de morrer, Jó, porém, deu um brado de vitória: “-
Eu sei que o meu Redentor vive.” Jó 19:25.
Se
sua dificuldade, caro leitor, apresenta-se impossível de se resolver, saiba que
o Redentor vive e age na terra. Busque em DEUS a sua vitória, confie nele e
descanse nas santas promessas.
Jó não se intimidou com a circunstância, mas
olhou confiante para o DEUS do impossível e o quadro mudou. Enquanto orava
pelos seus amigos, mudou o cativeiro de Jó.
A
honra do Senhor fora afrontada pelo inimigo ao questionar a fidelidade do Seu
servo. Jó, porém, permaneceu fiel,
alcançando a vitória que serviu para glorificação o nome do Deus
Altíssimo.
Quantas
pessoas hoje não invocam mais o Senhor porque acham que não há mais esperança.
Há muitos que só confiam em DEUS até o ponto em que algo em sua vida morre. Não
me refiro à morte física; falo a respeito da morte de um casamento, de um
relacionamento, de um sonho, da esperança pela salvação de um ente amado. DEUS
pode restaurar seja o que for em nossa vida que pareça estar morto, com uma só
Palavra.
O
Senhor pode salvar, restaurar, curar, libertar de um vício, fazer qualquer
coisa e beneficiar qualquer pessoa. Se apenas orar e crer, todas as coisas lhe
serão possíveis através de Cristo. O segredo para a vitória se chama oração.
Orar
semelhante ao salmista no Salmo 102.1: “- Ouve, ó Senhor, a minha oração, e
chegue a ti o meu clamor.” E com certeza o DEUS que escuta as orações agirá em
e concederá vitória! Porque para DEUS nada é impossível! Lucas 1.37. E isto
servirá para outros de testemunho da grandeza de Deus.
Certa
vez o rei Josafá foi avisado que os inimigos vinham atacar Israel (II Reis 20).
Sem perca de tempo, Josafá convocou o povo para pedir socorro ao Senhor. E
todos juntos buscaram a DEUS na Casa do Senhor, em jejum e oração. Naquela
ocasião Josafá orou ao Senhor de maneira objetiva (II Reis 20.6-12).
Primeiro, reconhecendo a soberania do
DEUS criador do céu e da Terra. Depois, lembrou dos feitos maravilhosos de
Jeová pelo seu povo. Orar significa reconhecer a DEUS como o Senhor soberano do
universo!
Ele também Lhe contou tudo que estava se
passando, de maneira sincera. Em sua oração, disse: “- Senhor, grande é a
multidão que vem contra nós e não temos força perante eles.” Mostrou a sua
impotência para vencer por si só o inimigo. Disse também: “- Não sabemos o que
fazer”, reconhecendo que só DEUS tem a melhor solução. A despeito de toda a
adversidade, exclamou com confiança: - Porém os nossos olhos estão postos em
Ti.
E
o Senhor respondeu: esta peleja não é vossa, senão de DEUS. 2 Crônicas
20:15. A luta que passamos não é somente
nossa. O Senhor tem interesse em agir em nosso benefício!
Josafá
não desanimou. E hoje podemos agir da mesma forma, depositando sempre a nossa
confiança nas mãos de DEUS, de onde vem o nosso socorro. Olhando sempre para Jesus
o autor e consumador da nossa fé. Prosseguindo para o alvo, sem desanimar.
Perseverando em oração. Crendo sempre que a vitória que vence o mundo é a nossa
fé! 1 João 5:4.
Vale
salientar que a cada dia que passa nos aproximamos mais e mais do dia da vinda
gloriosa do Senhor Jesus para buscar Sua Igreja. 2 Pedro 3:12. Enquanto
aguardamos o cumprimento testa promessa, precisamos buscar ao Senhor. Buscai ao
Senhor enquanto se pode achar, disse o profeta Isaías; invocai-o enquanto está
perto! Isaías 55:6
Nestes
últimos tempos conforme Cristo profetizou, vemos que a iniquidade se
multiplica, o amor de muitos a esfriar e consequentemente as pessoas cada vez
mais distantes de DEUS, sem referencial de vida. Mateus 24:12.
Daí
a necessidade de buscarmos ao Senhor. Buscar a Deus para que envie obreiros
para Sua seara; buscar em intercessão a favor de todos; buscar poder do alto
para vencer as tentações e investidas do inimigo; buscar em DEUS respostas às
nossas inquietações, as nossas indagações; buscar em DEUS solução para nos
conservar firmes na fé; buscar ao Senhor para descobrir qual o plano que Ele
tem preparado para nós. Este é o tempo:
Semeai
para vós em justiça, colhei segundo a misericórdia; lavrai o campo alqueivado;
porque é tempo de buscar ao Senhor, até que venha e chova a justiça sobre vós.
Oseias 10.12.
Enquanto
praticamos a justiça, procurando viver uma vida cristã autêntica, agradável a
DEUS, é tempo de buscar ao Senhor. É tempo de lavrar o campo, tempo de
trabalhar para o Senhor enquanto é dia, enquanto as portas da graça estão
abertas. É tempo de buscar ao Senhor. E a bênção da parte de DEUS virá como
chuva sobre nós. Glória a DEUS ! Por isso precisamos orar.
Neste
mundo as pessoas se queixam da falta de tempo; a correria, a agitação do
dia-a-dia, tem nos deixado super atarefados; Mas alguém sabiamente falou certa
ocasião: se você está muito ocupado e não tem tempo para orar, você está
ocupado demais!
O
cristão precisa priorizar a prática da oração como uma tarefa primordial a ser
cumprida em nossa vida devocional. Orar
para que se cumpra o desígnio de DEUS na vida, “lançando sobre Ele toda a nossa
ansiedade porque Ele tem cuidado de nós”, na inteira certeza da fé que o Senhor
estará atento às orações que se fizer no santuário, e a resposta do céu virá.
O Alvo das Orações
Paulo
era um homem de oração desde o princípio de sua caminhada cristã (Atos 9.11;
Gálatas (1.17-18). Saiu ao mundo gentio a pregar o evangelho sob a orientação
do Espírito Santo, e fundando igrejas durante suas viagens missionárias.
Seu
zelo pela Igreja do Senhor o levava a interceder ininterruptamente seja através
de ações de graças por ver o crescimento da espiritual das igrejas (Leia
Romanos 1.8; Efésios 1.16; Filipenses 1.3; Colossenses 1.9; I Tessalonicenses
1.2-6; 2.13; II Tessalonicenses 1.3), seja por sentir a dor de outros por não
chegarem a crescer na graça e conhecimento de Cristo (Gálatas 4.19).
Paulo
aconselhou a que se fizessem orações por todas as pessoas:
Exorto,
pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de
graças por todos os homens, pelos
reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida
tranqüila e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Pois isto é bom e
agradável diante de Deus nosso Salvador,
o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade. I Timóteo 2.1-4.
Pelos
santos:
Com
toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim,
vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos, e por mim, para que me seja dada a palavra,
no abrir da minha boca, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do
evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que nele eu tenha coragem
para falar como devo falar. Efésios 6.18-20.
A
maneira de orar mais agradável a Deus ao analisarmos os textos paulinos é
através das ações de graças. Mesmo em meio a necessidades que levem a súplicas,
o final das orações precisam redundar em palavras de gratidão ao Senhor:
Não
andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos
conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças. Filipenses
4.6; leia também Colossenses 4.2; I Timóteo 2.1.
O Motivo Maior das
Orações
O
motivo maior das orações de Paulo era a necessidade de conhecimento de Cristo
para o crescimento espiritual dos servos de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor
e Salvador.
Esta
era uma causa essencial pela qual Paulo se colocava de joelhos diante de Deus:
Por
esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai, do qual toda família nos céus e
na terra toma o nome, para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda
que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior; que Cristo habite pela fé nos vossos corações,
a fim de que, estando arraigados e fundados em amor, possais compreender, com todos os santos,
qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer
o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios até a
inteira plenitude de Deus. Efésios 3.14-21.
Por
esta razão, nós também, desde o dia em que ouvimos, não cessamos de orar por
vós, e de pedir que sejais cheios do pleno conhecimento da sua vontade, em toda
a sabedoria e entendimento espiritual; para
que possais andar de maneira digna do Senhor, agradando-lhe em tudo,
frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus, corroborados com toda a fortaleza, segundo o
poder da sua glória, para toda a perseverança e longanimidade com gozo.
Colossenses 1.9-11. Leia também Romanos
12.1.
Orando à Espera do
Cumprimento da Promessa
“No
ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi
constituído rei sobre o reino dos caldeus. no ano primeiro do seu reinado, eu,
Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falara o Senhor ao
profeta Jeremias, que haviam de durar as desolações de Jerusalém, era de
setenta anos. Eu, pois, dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com
oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza. “ Daniel 9.1-3.
Jeremias
anunciou profeticamente a destruição de Jerusalém. (Jeremias 6.1-26; cap. 21,
etc.). Os ouvidos surdos do povo e seu rei porém não lhe deram ouvidos.
(Jeremias 22.5; 25.7 e 8) Mas a destruição decretada por Deus aconteceu.
(Jeremias cap. 52; 39.1-10; 2 Reis 24.20; 2 Crônicas 36.10-21.)
O
historiador hebreu Flávio Josefo descreveu assim a rendição:
“Nabuconosor
apertava cada vez mais o cerco. Mandou construir altas torres, com as quais
sobrepassava as muralhas da cidade também grande quantidade de plataformas tão
altas quanto os muros. Os habitantes. Por sua vez, defendiam-se com todo o
empenho e com toda a coragem possível...
...
Passaram-se dezoito meses desse modo. Por fim, os sitiados, consumidos pela
fome, pela peste e pela quantidade de dardos que os inimigos lhes atiravam do
alto das torres, cederam e a cidade foi tomada pela meia noite do décimo
primeiro ano, no nono dia do quarto mês de do reinado de Zedequias.”
Miquéias
anunciou profeticamente o exílio na Babilônia e o retorno para casa:
E
agora, por que fazes tão grande pranto? Não há em ti rei? Pereceu o teu
conselheiro, de modo que se apoderaram de ti dores, como da que está de parto,
sofre dores e trabalha, ó filha de Sião, como a que está de parto; porque agora
sairás da cidade, e morarás no campo, e virás até Babilônia. Ali, porém serás
livrada; ali te remirá o Senhor da mão de teus inimigos. Miquéias 4. 9 e 10.
Mas
a promessa do Senhor de restauração também foi graciosamente vislumbrada pelo
profeta:
Porque
assim diz o Senhor:
Certamente
que passados setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós
a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar. Pois eu bem sei os
planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de
mal, para vos dar um futuro e uma esperança. Então me invocareis, e ireis e
orareis a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quando me
buscardes de todo o vosso coração. E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei
voltar os vossos cativos, e congregar-vos-ei de todas as nações, e de todos os
lugares para onde vos lancei, diz o Senhor; e tornarei a trazer-vos ao lugar de
onde vos transportei. Jeremias 29.10-14.
Foram
momentos de dor, tempo de provações.Mas o perdão e a restauração estava por
vir. Ainda havia uma esperança, o povo tornaria para o seu lugar. Havendo lugar
para humilhação e clamor. Glória a Deus!
II
Crônicas 7.14 diz:
E
se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a
minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.
Aproximando-se
os dias de cumprirem-se os setenta anos, Daniel, um jovem hebreu levado exilado
para a Babilônia, resolveu abrir, consultar, meditar, consultar, estudar os
textos das Escrituras. E concluiu que os dias estavam se findando e o
cumprimento das promessas viriam.
Era necessário
primeiramente orar.
Daniel
encontrou a Palavra, interpretou a verdade e encarnou a verdade. Assumiu a
postura de verdadeiro intercessor que a Palavra de Deus vaticinava. As
intercessões anteriores de Jeremias não foram atendidas porque não era o tempo
da restauração. Mas agora sim, o tempo e Deus estava chegando, era hora de orar
e a esperança ressurgir. Aleluia.
Mas
Daniel entendeu meditando na Palavra de Deus que precisava interceder diante e
Deus, identificando-se com os pecados do povo, confessando, rasgando suas
vestes, reconhecendo o mal que Judá cometera e clamando pela misericórdia de
Deus, que o atendeu.
As
promessas de restauração estão sempre de pé, conforme Miquéias 4.10:
Sofre
dores e trabalha, ó filha de Sião, como a que está de parto; porque agora
sairás da cidade, e morarás no campo, e virás até Babilônia. Ali, porém serás
livrada; ali te remirá o Senhor da mão de teus inimigos.
O
tempo de chorar durou sete décadas. Leia o Salmo 137.
As
harpas voltam a tocar, os lábios a sorrir, o ermo a florescer, e as casas
tornam a ser habitadas.
Ciro,
rei dos caldeus governante dos povos de então toma conhecimento das profecias
de Isaías e entende que fora levantado por Deus para reconstruir Israel e seu
templo. Cumprindo-se as promessas de Isaías, anunciadas cerca de 200 anos
antes. (Isaías 44.28; 45.32) edita o decreto de reconstrução de Jerusalém e do
templo. (Esdras 1.1-11; 2 Crônicas 36.22)
No
primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor
proferida pela boca de Jeremias, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da
Pérsia, de modo que ele fez proclamar por todo o seu reino, de viva voz e
também por escrito, este decreto:
Assim
diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do céu me deu todos os reinos da terra,
e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá.
Quem
há entre vós de todo o seu povo (seja seu Deus com ele) suba para Jerusalém,
que é em Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de Israel; ele é o Deus que
habita em Jerusalém.” Esdras 1.1-3
Para
isso fez-se necessário a ação da intercessão. Daniel foi um homem que soube ler
o seu tempo sob o prisma da Palavra de Deus. Compreendeu os propósitos do
Senhor para a sua geração e tomou uma atitude proativa, colocando-se diante do
Senhor em defesa do povo, identificando-se com as suas transgressões e
alcançando a mercê de Deus. Não colocou a Deus no canto de parede. Porém chegou
com ousadia ao trono da graça a fim de achar misericórdia e encontrar graça
para ocasião oportuna. (Hebreus 4.16.) Era o tempo de Deus chegando e Daniel
ficou na brecha em busca do cumprimento da graciosa misericórdia de Deus que
dura para sempre.
Concluo
que preciso orar como Daniel, ler a Palavra não como um romance épico ou um
livro de história ou ética. Preciso buscar a sabedoria para entender este
tempo, contextualizar a Palavra de Deus, conhecer e alcançar os propósitos para
minha geração, assim como Elias.
Irmão João, um
Verdadeiro Intercessor
Durante
meus primeiros passos na fé conheci um ancião, João como eu, que me ajudou na
formação inicial no evangelho. Naquela época não existia um serviço específico
de discipulado na Igreja. Os novos convertidos eram mais ou menos adotados por
quem lhes evangelizava, os pais na fé, ou outras pessoas que tinham o zelo de
cuidar dos recém-nascidos da casa do Senhor.
Pois
bem. O saudoso irmão João era um velhinho bonachão, amigo dos jovens, sempre
preocupado com a saúde espiritual e atento para as lutas próprias desta fase.
Ele
também gostava muito de ganhar almas para Cristo.
No
seu trabalho ganhou dezenas de almas no evangelismo corpo-a-corpo. Não perdia
oportunidade. Muitos dos seus filhos na fé hoje são ministros da fé, obreiros
da casa do Senhor.
Também
gostava muito de cantar.
Trazia
consigo um caderninho com os “corinhos”, assim costumava dizer, com as letras
dos hinos antigos de muitas estrofes, verdadeiras pregações. Temperava a
garganta e abria o vozeirão em louvor a Deus, principalmente nos círculos de
oração, de cujos trabalhos era um frequentador assíduo.
Quando
eu era solteiro tinha mais tempo para participar deste trabalho, passava em sua
casa e lá íamos a mais um Círculo de oração. O fato é que ele não perdia nenhum
dia durante o ano todo, ininterruptamente. Era de um zelo admirável
principalmente para os nossos dias de negligência, dias de Marta, excessos de
ocupação. De segunda a sábado lá estava o irmão João em algum trabalho de
oração da cidade.
O
que mais me chamava a atenção eram as motivações dele em frequentar aquele
trabalho. Não vivia correndo atrás de uma bênção ou vaso espiritual. Ele também
não vivia contando aquele velho testemunho repetido por alguns tal qual um guia
mirim lá de Olinda ou uma operadora de telemarketing querendo vender os
serviços de um banco. Muito menos procurava sensibilizar as pessoas. Nada
disso. Irmão João era um verdadeiro intercessor.
Chegava
cedo ao círculo de oração, dobrava os joelhos e começava a interceder. Não
tinha como não se ouvir sua voz grave clamando em favor dos seus conhecidos e
desconhecidos também. E era uma relação extensa: – Senhor, abençoa fulano,
sicrano, beltrano, que está lá em tal lugar. Era uma relação infindável de
pessoas das quais defendia as causas diante do Pai celestial. Eu me sentia
grato e feliz por lembrar que tinha alguém orando por mim. Mesmo não citando
meu nome, pois ao final da oração ele costumava encerrar assim: - Senhor,
abençoa todos os habitantes do globo Terra. Desse jeito eu sabia que irmão João
estava sempre orando por todos nós.
Um
dia partiu para a glória, deixando seu hinário particular, o silêncio de sua
voz, e uma lacuna dura de ser preenchida; um obreiro completo, desprovido da
ambição por posições, títulos, consagrações. Um homem de Deus, que
evangelizava, discipulava, cantava, pregava, e fundamentalmente, orava e muito.
Para mim um exemplo incomparável.
Existem
muitos irmãos João por aí, que nem eu. No entanto não é nada fácil achar um
João como aquele de antigamente. Sem falar de outro João, o apóstolo amado, que
também gostava muito de orar, e falar do amor de Jesus.
CONCLUSÃO
A
mão poderosa do Senhor se move através da oração. Oração movida, estimulada e
inspirada pelo Espírito Santo. Oração que nos leva clamar ao |Senhor para que
envie obreiros para a sua seara a cruzar fronteiras, falar do amor de Deus a
povos não alcançados, dizer ao mundo que Jesus é o mesmo, não mudou e que ainda
deseja salvar.
Não
podemos ficar escolhendo a quem falar como um vendedor a selecionar clientes.
Isto é ser interesseiro. O interesse maior de Deus é salvar: o alto e o baixo,
a mulher e o homem, o certinho ou o todo errado, o solteiro, o casado ou a
viúva, não importa.
Para
isso Deus escolhe os seus métodos, para alguns loucura ou escândalo, mas para
nós que cremos o poder do Senhor de agir e realizar tudo além da nossa
imaginação e além dos nossos limites humanos.
Precisamos apenas atentar para
nossa vocação profética como um João Batista dos tempos atuais e levantar a voz
no Espírito e virtude de Elias. A fim de converter o coração dos pais aos
filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor
um povo bem disposto. (leia Malaquias 4.6; Lucas 1:17) Este é o princípio do
evangelho, esta é a missão e vocação da Igreja em qualquer época. Está e a
nossa vida.
João
Ribeiro – Casado, dois filhos, presbítero, membro da Igreja AD em Parque dos
Eucaliptos – Natal/RN, professor da EBD, mediador do blog
www.eclesianet.blogspot.com.br
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