
DAVI VENCE GOLIAS - I Samuel cap. 17
O jovem Davi, caçula de oito irmãos, foi enviado pelo seu pai Jessé aos seus três irmãos mais velhos que estavam acampados no vale do Carvalho para enfrentarem os inimigos filisteus do outro lado, levando-lhes mantimentos.
Davi sai logo cedo e chega no momento do toque de despertar quando os soldados de ambos os exércitos se perfilavam, prontos para a batalha.
A diferença é que os soldados israelitas já sabiam o que lhes esperava. Um guerreiro mercenário fora contratado para intimidá-los. O gigante Golias, de altura estimada entre três e quatro metros. Saía à frente do exército filisteu e lançava o desafio de um duelo. Quem vencesse levaria a vitória na guerra.
Intimidação, pressão psicológica, jogos de palavras aliado ao vulto grandioso do guerreiro todo aparelhado trazia terror e espanto a todo Israel a seu próprio rei Saul.
Nesse ínterim, enquanto Davi cumpria sua rotina de tarefas de assistir ao rei e depois ainda cuidar das ovelhas de seu pai, passaram-se quarenta dias de afrontas do Golias lançando seu desafio, ao raiar do dia e fim da tarde.
MOVIDOS PELA INDIGNAÇÃO
Quando o jovem Davi chega ao acampamento chega no momento de ouvir os desafios de Golias. Os seus irmãos e os demais soldados estavam aterrorizados. Quem sabe para estimular a própria coragem, diziam uns para os outros: - vai lá, quem enfrentar o gigante e vencer vai casar com a filha do rei, vai ficar rico e livre dos impostos! Eram estímulos e incentivos humanos que pouco valiam diante do temor.
O medo mina nossas forças, tira nosso ânimo, congela nossas ações, imobiliza nossas iniciativas. O primeiro inimigo a ser vencido em qualquer guerra é o medo. Mas a Bíblia nos afirma que o perfeito amor lança fora o medo.
Davi ao ouvir aquele desafio, movido pela revolta e indignação, pergunta: - Quem é, pois, este incircunciso, para afrontar os exércitos do Deus vivo? Davi via a cena com outros olhares.
Primeiro ponto de vista de Davi que diferia dos demais:
- Enquanto os seus companheiros respeitavam a Golias como um campeão de guerras, Davi enxergava nele um incircunciso, um incrédulo, alguém que não tinha as marcas de Deus em sua vida. Não se pode vencer sem as marcas de Cristo na vida, nem se pode nos afrontar, pois que nos separará do amor de Deus?
Segundo, Quem é ele, então? Não podemos subestimar o adversário de nossas almas, mas também não se pode lhe dar o crédito maior do que a conta, pois maior é o que está em nós que aquele que está no mundo.
Terceiro, Davi tinha a consciência e a visão de que seu exército tinha como comandante maior não Saul, mas Iavé, não um deus qualquer, mas o DEUS vivo ! Aleluia ! Seus irmãos e os demais não entendiam o lado espiritual do contexto da guerra. A afronta não era contra o povo nômade que chegara em terra estranha. Não era contra um povo que estava aprendendo ainda a passar de pastores a guerreiros, e daí ainda não tinham se acostumado com os desafios de guerra, como aquele lançado por Golias.
Aquela visão de Davi contrastava com os demais daí a indignação o mal estar causado dentro de seus irmãos e os demais. Davi tinha zelo de Deus em seu coração. Tinha razões, motivações, diferentes do demais e isto faria toda a diferença. E faz toda a diferença.
O que me indigna atualmente, o que me causa rubor e revolta ? Quando os professores ateus, admiradores de Saramago e Richard Dawkins vomitam seus escárnios, levanto em defesa da fé ou me escondo nas respostas vazias de significado mas que garante a média suficiente para passarmos nas matérias ?
Quando alguns políticos comprovadamente corruptos dão tapinhas nas minhas costas e ensaiam uns aleluias meio amarelados, levanto a voz profética como João Batista, ou me contento com o cala-boa daquela promessa de cargo comissionado que ele sempre promete assim que for eleito, claro !
Prefiro ficar zapeando a anestésica TV por assinatura a visitar um irmão ferido no campo de batalha espiritual?
Gosto mais de navegar nas águas profundas e traiçoeiras da internet ou navegar no oceano do Espírito de Deus ?
Fico mais tristes com a morte de milhares de jovens tragados pelo império das drogas ou com a derrota de um time de pernas de pau todas as tardes de domingo enquanto muitos se perdem ? O que nos indigna pode ser nossa razão para viver ou morrer. E Davi aceitou o desafio.
ASSUMINDO OS CONFRONTOS
Aquela ousadia no entanto chegou aos ouvidos do inseguro rei Saul. Em meio ao coro de vozes que diziam não tem jeito, Davi se levanta como contraponto à iminente derrota e se dispõe a pelejar contra o filisteu. Davi, no entanto, não era bobo. Ele tinha experiências com o deus vivo. Ele em seu currículo trazia as marcas de vitórias contra animais ferozes como um urso e um leão que enfrentou e venceu quando cuidava de ovelhas. Se em defesa de simples ovelhas, Davi se encheu de forças para enfrentar os desafios, que dirá em se tratando de defender a causa mais digna de todas as lutas, a causa do Deus vivo, a quem aprendeu a confiar e amar.
Saul se curva aos argumentos do jovem pastor e procura aparelhá-lo para a peleja. Já que era tão covarde a ponto de mandar o adolescente enfrentar um guerreiro em seu lugar pelo menos lhe aliviaria o peso na consciência o fato de não mandá-lo desarmando.
Ofereceu Saul a Davi suas armas de guerra. Armas que Davi já bem conheciam com pajem do rei. Mas que não lhe serviriam. Davi ainda tentou colocar todo aquele aparato, porém ficou mais parecido um Robocop medieval.
Nossas armas não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição de fortalezas
Davi decidiu não enfrentar o inimigo com as armas dele mas com as suas próprias que costumava usar. A funda e as pedras. Simples como uma oração sincera. Diretas como uma flecha, eficazes com a ação sobrenatural de Deus.
VENCENDO O INIMIGO
O pequeno Davi se apresenta como o guerreiro israelita escolhido para o duelo. Golias se sentiu humilhado por ter como adversário um jovem distinto de qualquer figura esperada de um guerreiro. Mas a soberba precede a queda. Golias começou a cair antes mesmo de a funda girar. Afrontou o senhor dos exércitos. Também subestimou a Davi como adversário e este foi o segundo passo para queda.
Davi se levanta como profeta e declara que o Senhor lhe entregaria na sua mão. Com uma única pedra certeira atingiu mortalmente o até então temido Golias, que cai por terra !
Basta ter zelo por Deus, sairmos com coragem e fé ao encontro do adversário que nos intimida, desafia e quer nos fazer calar ou intimidar e, finalmente, usar o que ele nos dispôs para batalharmos. Nossa ação em Deus nos leva a vitória e contagia a outros estimulando-os a também lutarem e vencerem os inimigos comuns, estimulando a fé e garantindo a vitória não apenas individual mas de todo o povo de Deus. Aleluia !