Crescendo na graça e no conhecimento

22 de fevereiro de 2010

O Princípio Bíblico da Generosidade - Lição 09 - parte 01


Título da Lição: O Princípio Bíblico da Generosidade

Texto Áureo: Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria. II Coríntios 9.7

Verdade Prática: A generosidade é um princípio bíblico que deve preencher o coração alcançado pela graça de Deus.

Objetivos da Lição: Consciência da generosidade, fundamentada no doar e não no ter,assililação do princípio do dar ao invés do receber; e compreensão do atendimento ao pobre como princípio bíblico.

Texto Bíblico-base: II Coríntios caps. 8 e 9.

Introdução

Comprometimento é um dos termos mais em uso atualmente no cenário da gestão empresarial e agora no meio cristão; Generosidade, por sua vez, um termo pouco explorado em nosso meio.
Conforme o Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, citado na lição (p. 64), a caridade nasce do comprometimento. Assim, que tal o unir o comprometimento aos atos de generosidade, sacrificando os próprios interesses em benefício de outrem?
O comentarista desta lição, Pr. Elienai Cabral, ensina-nos que o ato de estendermos as mãos aos menos favorecidos é uma forma de expressão do amor de Deus, citando exemplos de ações generosas das igrejas da Macedônia, exortando ao despertamento de um espírito generoso para contribuir, e aponta os princípios de generosidade.

Contexto de escassez na época

O livro de Atos dos Apóstolos (11.27-30), registra a profecia do profeta Ágabo de que estava para vir uma grande fome por todo o mundo, notadamente o Império Romano, que ocorreu durante o Reinado de Cláudio, o germânico. (leia também Mateus 24.7)
Fato este comprovado por Flávio Josefo, historiador hebreu, que relata a benevolência de Deus para com os judeus quando da conversão ao judaísmo da Rainha Helena e de seu filho Izate, do Reino de Adiabene (região da Mesopotâmia).
Relata Josefo que esta Rainha foi adorar a Deus em Jerusalém, sendo acompanhada do seu filho e comitiva, sendo esta visita bastante vantajosa para o povo da cidade, “porque naquela época a carestia era tão grande que muitos morriam de fome” (Josefo, 2004).
Diante de tal situação, a rainha mandou comprar grande quantidade de trigo em Alexandria e figos secos na ilha de Chipre, e distribuiu ao povo. Continuando o período de escassez, seu filho, o rei Izate, “enviou grandes auxílios aos maiorais de Jerusalém, para que fossem entregue em favor dos pobres” (Josefo, 2004).
Os cristãos recém convertidos da Macedônia resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judéia (Atos 11.29), embora passando por dificuldades. Citando Lívio, Champlin (2002) informa que “os romanos haviam desnudado a macedônia de suas riquezas”, apossando-se das minas de ouro e prata, explorando o sal e a madeira e taxando a produção de cobre e ferro com altos impostos, tornando a nação “um animal lacerado e desconjuntado”.
Soma-se a esta situação de exploração, as necessidades advindas da perseguição religiosa, alcançando um estado de extrema pobreza idêntica à vivida pelos santos de Jerusalém. (Champlin,2002)
Veiga (2005), registra que o fardo dos impostos, tanto os nacionais quanto aqueles devidos aos romanos, a situação da população marginalizada tornou-se pungente. Os numerosos impostos eram sentidos como uma carga que oprimia a população de uma maneira particular. Ele cita Joachim Gnilka (2000) que “aponta que os impostos cobrados pelos publicanos referiam-se a impostos diretos não regulares, principalmente a taxas sobre mercadorias transportadas através das fronteiras do país, mas também taxas como o imposto do mercado ou o pedágio. Os mais pesados eram os impostos regulares, que consistiam basicamente num imposto sobre a terra e por cabeça (tributum agri et capitis).”

Atitude dos cristãos

Esta condição, no entanto, não impediu os crentes macedônios que insistiram em participar da graça de socorrer os irmãos de Jerusalém, o que causou a admiração e alegria ao apóstolo Paulo que usou esta atitude como exemplo aos coríntios que viviam em melhores condições a participarem do ministério da generosidade. (Leia 2 Cor. 8) Paulo também reconhece a presteza dos coríntios em contribuir. (2 Cor. 9.1-5).

Assim, os discípulos fizeram coletas nas igrejas da região e enviadas aos presbíteros (anciãos, líderes da igreja), em auxílio aos cristãos de Jerusalém, igreja-mãe, pelas mãos de Tito, Barnabé e até mesmo Paulo (Atos 11.30)

"Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia levantar uma oferta fraternal para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém. Isto pois lhes pareceu bem, como devedores que são para com eles. Porque, se os gentios foram participantes das bênçãos espirituais dos judeus, devem também servir a estes com as materiais. " Rom. 15.26-27.


Os cristãos de Jerusalém que agora recebiam os donativos dos irmãos gentios já praticavam a generosidade chegando inclusive a compartilharem suas posses entre si: Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos. Atos 2.45-47.

A intenção destacada por Paulo no ato de contribuir reside na preocupação de corrigir as distorções na comunidade cristã recém-formada para que haja uma uniformidade de recursos entre eles: “Porque, se há prontidão de vontade, é aceitável segundo o que alguém tem, e não segundo o que não tem. Pois digo isto não para que haja alívio para outros e aperto para vós, mas para que haja igualdade, suprindo, neste tempo presente, na vossa abundância a falta dos outros, para que também a abundância deles venha a suprir a vossa falta, e assim haja igualdade; como está escrito: Ao que muito colheu, não sobrou; e ao que pouco colheu, não faltou.” 2 Co. 2.12-15.

Conclusão

Em meio á dor e sofrimento alheio decorrentes da miséria surge a tentação de recorrer a autopiedade como justificação da avareza e a conseqüente prática da omissão; os cristãos da igreja Primitiva deram testemunho pelo exemplo de desprendimento como discípulos praticantes do ensino de Cristo: Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos deitarão no regaço. Lucas 6.38.

Bibliografia:

CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas, 1.o Trimestre 2010. 2 Coríntios, Lição 09, p.62-67. Rio de Janeiro: CPAD, 2010;

JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus, Parte I, Antiguidades Judaicas, Livro Vigésimo, Capítulo 2, p. 910. Rio de Janeiro: CPAD, 8.a ed., 2004;

CHAMPLIN, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Volume 4, p. 372. São Paulo: Editora Hagnos, 1.a ed., 2002;

VEIGA, Daniel S. O Messianismo de um Galileu Chamado Jesus e Sua Visão de um Novo Tempo e de um Novo Templo, p. 54. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro/Programa de Pós-Graduação em História Comparada, 2005. Dissertação de Mestrado em História Comparada. Disponível em http://teses.ufrj.br/IFCS_M/DanielSoaresVeiga.pdf, acesso em 20 fev 2010, ás 10 h.

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Comentarista:

José Gonçalves - Pastor, Professor de Teologia, Escritor e Vice-presidente da Comissão deApologética da CGADB; Comentarista das revistas de Escola Dominical da CPAD.

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