“O propósito desta sociedade cristã a que se chama igreja é, primeiro, glorificar a DEUS mediante a nossa adoração”, afirma o pastor Billy Graham (Graham, 1979, p. 199.). Destaca também que Deus deseja nossa adoração mais do que qualquer coisa e “absolutamente necessária se queremos ter uma vida cristã feliz.”
Rubem Amorese entende a adoração como expressões de amor, um mosaico de sentimentos. Não sendo dirigida a semelhantes, mas “só pode ser entendida em relação a uma divindade — no caso do cristianismo, a Deus.” (Amorese, 2007, p. 25,26)
Uma das formas de adoração ao Senhor acontece através do serviço dos cultos e suas práticas litúrgicas nos templos das Igrejas locais, normalmente os lugares estabelecidos pelos cristãos para prestarem o culto a Deus.
Davi se empenhou com desvelo na construção do templo de Jerusalém que ficou a cargo de Salomão e destruído em 70 d.C. pelos dominadores romanos.
O verdadeiro lugar de culto foi motivo de intermináveis desavenças entre os judeus e samaritanos. Seria Jerusalém ou o monte Jerizim o lugar de adoração aceitável a Deus? João 3:20.
O historiador Flávio Josefo narra a questão levantada na época do reinado de Ptolomeu e Cleópatra, sua esposa e também irmã, qual templo – de Jerusalém ou do monte Gerizim, construídos no reino de Alexandre – seria o verdadeiro local a ser reverenciado como lugar de prática cerimonial, a ponto de se estabelecer que os advogados que perdessem a disputa seriam mortos. (Josefo, 2004, p. 592,593)
Jesus por sua vez desconstruiu toda a argumentação de lado a lado apontando para o interior do ser o verdadeiro lugar de adoração. João 4.32. Pode portanto um cristão estar no em meio ao grupo de louvor cantando sem no entanto louvar ao senhor; outro pode estar em meio a uma cerimônia secular com o espírito ligado no céu em ato de adoração. O local do culto, o templo, serve de base para a realização deste serviço.
A herança da cultura judaica por sua vez levou os cristãos, que inicialmente adoravam a Deus nas sinagogas, nas casas, a construir seus próprios templos para a prática da adoração espiritual como incentiva o pastor Wiersbe (Wiersbe, 1989, p.90.). Cita Wiliam Temple, conceituando a adoração:
A adoração é a submissão total de nossa natureza a Deus. É o desertar da consciência ante a sua santidade, a nutrição da mente com a sua verdade, a purificação da imaginação com a sua beleza, a abertura do coração ao seu amor, a entrega da vontade aos seus propósitos – e tudo isso elevado em louvor, a emoção menos egoísta de que nossa natureza é capaz, e portanto, o principal remédio para o egocentrismo que o pecado original e a fonte de todo pecado real.
Adoração com reverência
A Igreja Vitoriosa adora o Pai em espírito e em verdade porque o Pai procura tais que assim o adorem. João 4.23,24. Quando interrogado acerca do local propício para a adoração, Jesus destacou a relevância da intenção de um coração que anela adorar ao seu Senhor acima da importância de cerimônias praticadas em uma edificação terrena visto que o Senhor não habita em templos feitos por mãos humanas.
Oferecer os nossos corpos, a nossa vida, em sacrifício vivo, santo e agradável a DEUS, este é o nosso culto racional. Os verdadeiros adoradores se entregam sem reservas ao Senhor como supremo e soberano DEUS único e verdadeiro, aproximando–se Dele não com honras de lábios, com o coração longe, e o temor que consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu, isto não é adoração, é religiosidade, sem religação com DEUS. Isaías 29:13.
Na essência da alma humana está o anelo por DEUS. Nossa alma tem sede do DEUS vivo e verdadeiro. Fomos feitos para adorar. Muitos sem saber adoram a artistas, atletas, pessoas, mitos e ídolos criados para satisfazer a necessidade de adoração que é canalizada para o alvo errado. Inclusive cantores e pregadores gospel que se tornam astros em nosso meio.
Wiersbe declara:
A adoração bíblica verdadeira satisfaz a nossa personalidade integral de modo que não precisamos procurar substitutos fabricados pelo homem (Wiersbe, 1989, p. 93.)
Adorar a DEUS com nossa atitude de reverência, submissão, dependência, serviço, louvor, contribuição, hospitalidade, ética, integridade, retidão, probidade, honestidade, humildade, amor, mansidão, domínio próprio, enfim, através do fruto do Espírito gerado em nosso viver diário e não apenas como uma manifestação sobrenatural de momento. Sempre, enquanto viver e em todo tempo. Louvai ao Senhor.
BIBLIOGRAFIA:
AMORESE, Rubem Martins. Louvor, adoração e liturgia. 1ª edição, Viçosa, MG : Ultimato, 2004;
GRAHAM, Billy. Paz com Deus. Tradução de Jorge Rosa. 3ª edição, Rio de Janeiro: JUERP, 1979;
JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Tradução de Vicente Pedrozo. 8ª edição, Rio de janeiro: CPAD, 2004;
WIERSBE, Warren W. A Crise de Integridade. 2ª impressão. São Paulo: Editora Vida, 1999.
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