Crescendo na graça e no conhecimento

25 de agosto de 2011


O Alvo das Orações

Paulo era um homem de oração desde o princípio de sua caminhada cristã (Atos 9.11; Gálatas (1.17-18). Saiu ao mundo gentio a pregar o evangelho sob a orientação do Espírito Santo, e fundando igrejas durante suas viagens missionárias.
Seu zelo pela Igreja do Senhor o levava a interceder ininterruptamente seja através de ações de graças por ver o crescimento da espiritual das igrejas (Leia Romanos 1.8; Efésios 1.16; Filipenses 1.3; Colossenses 1.9; I Tessalonicenses 1.2-6; 2.13; II Tessalonicenses 1.3), seja por sentir a dor de outros por não chegarem a crescer na graça e conhecimento de Cristo (Gálatas 4.19).
Paulo aconselhou a que se fizessem orações por todas as pessoas:

Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Pois isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,  o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade. I Timóteo 2.1-4.

Pelos santos:

Com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos,  e por mim, para que me seja dada a palavra, no abrir da minha boca, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou embaixador em cadeias, para que nele eu tenha coragem para falar como devo falar. Efésios 6.18-20.

A maneira de orar mais agradável a Deus ao analisarmos os textos paulinos é através das ações de graças. Mesmo em meio a necessidades que levem a súplicas, o final das orações precisam redundar em palavras de gratidão ao Senhor:

Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças. Filipenses 4.6; leia também Colossenses 4.2; I Timóteo 2.1.

O Motivo Maior das Orações

O motivo maior das orações de Paulo era a necessidade de conhecimento de Cristo para o crescimento espiritual dos servos de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador.
Esta era uma causa essencial pela qual Paulo se colocava de joelhos diante de Deus:

Por esta razão dobro os meus joelhos perante o Pai, do qual toda família nos céus e na terra toma o nome, para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior;  que Cristo habite pela fé nos vossos corações, a fim de que, estando arraigados e fundados em amor,  possais compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios até a inteira plenitude de Deus. Efésios 3.14-21.

Por esta razão, nós também, desde o dia em que ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;  para que possais andar de maneira digna do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus,  corroborados com toda a fortaleza, segundo o poder da sua glória, para toda a perseverança e longanimidade com gozo. Colossenses 1.9-11.

Leia também Romanos 12.1.

Orando à Espera do Cumprimento da Promessa

“No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus. no ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, que haviam de durar as desolações de Jerusalém, era de setenta anos. Eu, pois, dirigi o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, e saco e cinza. “ Daniel 9.1-3.

Jeremias anunciou profeticamente a destruição de Jerusalém. (Jeremias 6.1-26; cap. 21, etc.). Os ouvidos surdos do povo e seu rei porém não lhe deram ouvidos. (Jeremias 22.5; 25.7 e 8) Mas a destruição decretada por Deus aconteceu. (Jeremias cap. 52; 39.1-10; 2 Reis 24.20; 2 Crônicas 36.10-21.)

O historiador hebreu Flávio Josefo descreveu assim a rendição:

“Nabuconosor apertava cada vez mais o cerco. Mandou construir altas torres, com as quais sobrepassava as muralhas da cidade também grande quantidade de plataformas tão altas quanto os muros. Os habitantes. Por sua vez, defendiam-se com todo o empenho e com toda a coragem possível...
... Passaram-se dezoito meses desse modo. Por fim, os sitiados, consumidos pela fome, pela peste e pela quantidade de dardos que os inimigos lhes atiravam do alto das torres, cederam e a cidade foi tomada pela meia noite do décimo primeiro ano, no nono dia do quarto mês de do reinado de Zedequias.”

Miquéias anunciou profeticamente o exílio na Babilônia e o retorno para casa:

E agora, por que fazes tão grande pranto? Não há em ti rei? Pereceu o teu conselheiro, de modo que se apoderaram de ti dores, como da que está de parto, sofre dores e trabalha, ó filha de Sião, como a que está de parto; porque agora sairás da cidade, e morarás no campo, e virás até Babilônia. Ali, porém serás livrada; ali te remirá o Senhor da mão de teus inimigos. Miquéias 4. 9 e 10.

Mas a promessa do Senhor de restauração também foi graciosamente vislumbrada pelo profeta:

Porque assim diz o Senhor:
Certamente que passados setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a este lugar. Pois eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o Senhor; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança. Então me invocareis, e ireis e orareis a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração. E serei achado de vós, diz o Senhor, e farei voltar os vossos cativos, e congregar-vos-ei de todas as nações, e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o Senhor; e tornarei a trazer-vos ao lugar de onde vos transportei.  Jeremias 29.10-14.

Foram momentos de dor, tempo de provações.Mas o perdão e a restauração estava por vir. Ainda havia uma esperança, o povo tornaria para o seu lugar. Havendo lugar para humilhação e clamor. Glória a Deus!

II Crônicas 7.14 diz:

E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.

Aproximando-se os dias de cumprirem-se os setenta anos, Daniel, um jovem hebreu levado exilado para a Babilônia, resolveu abrir, consultar, meditar, consultar, estudar os textos das Escrituras. E concluiu que os dias estavam se findando e o cumprimento das promessas viriam.
Era necessário primeiramente orar.
Daniel encontrou a Palavra, interpretou a verdade e encarnou a verdade. Assumiu a postura de verdadeiro intercessor que a Palavra de Deus vaticinava. As intercessões anteriores de Jeremias não foram atendidas porque não era o tempo da restauração. Mas agora sim, o tempo e Deus estava chegando, era hora de orar e a esperança ressurgir. Aleluia.
Mas Daniel entendeu meditando na Palavra de Deus que precisava interceder diante e Deus, identificando-se com os pecados do povo, confessando, rasgando suas vestes, reconhecendo o mal que Judá cometera e clamando pela misericórdia de Deus, que o atendeu.
As promessas de restauração estão sempre de pé, conforme Miquéias 4.10:

Sofre dores e trabalha, ó filha de Sião, como a que está de parto; porque agora sairás da cidade, e morarás no campo, e virás até Babilônia. Ali, porém serás livrada; ali te remirá o Senhor da mão de teus inimigos.

O tempo de chorar durou sete décadas. Leia o Salmo 137.
As harpas voltam a tocar, os lábios a sorrir, o ermo a florescer, e as casas tornam a ser habitadas.
Ciro, rei dos caldeus governante dos povos de então toma conhecimento das profecias de Isaías e entende que fora levantado por Deus para reconstruir Israel e seu templo. Cumprindo-se as promessas de Isaías, anunciadas cerca de 200 anos antes. (Isaías 44.28; 45.32) edita o decreto de reconstrução de Jerusalém e do templo. (Esdras 1.1-11; 2 Crônicas 36.22)

No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, despertou o Senhor o espírito de Ciro, rei da Pérsia, de modo que ele fez proclamar por todo o seu reino, de viva voz e também por escrito, este decreto:
Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor Deus do céu me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá.
Quem há entre vós de todo o seu povo (seja seu Deus com ele) suba para Jerusalém, que é em Judá, e edifique a casa do Senhor, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém.” Esdras 1.1-3

Para isso fez-se necessário a ação da intercessão. Daniel foi um homem que soube ler o seu tempo sob o prisma da Palavra de Deus. Compreendeu os propósitos do Senhor para a sua geração e tomou uma atitude proativa, colocando-se diante do Senhor em defesa do povo, identificando-se com as suas transgressões e alcançando a mercê de Deus. Não colocou a Deus no canto de parede. Porém chegou com ousadia ao trono da graça a fim de achar misericórdia e encontrar graça para ocasião oportuna. (Hebreus 4.16.) Era o tempo de Deus chegando e Daniel ficou na brecha em busca do cumprimento da graciosa misericórdia de Deus que dura para sempre.

Concluo que preciso orar como Daniel, ler a Palavra não como um romance épico ou um livro de história ou ética. Preciso buscar a sabedoria para entender este tempo, contextualizar a Palavra de Deus, conhecer e alcançar os propósitos para minha geração. Amém.

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Lições 4.o Trimestre 2013

Lições 4.o Trimestre 2013
Conselhos para a vida

Lição 1 - O Valor dos Bons Conselhos
Lição 2 - Advertências Contra o Adultério
Lição 3 - Trabalho e Prosperidade
Lição 4 - Lidando de Forma Correta com o Dinheiro
Lição 5 - O Cuidado com Aquilo que Falamos
Lição 6 - O Exemplo Pessoal na Educação dos Filhos
Lição 7 - Contrapondo a Arrogância Com a Humildade
Lição 8 - A Mulher Virtuosa
Lição 9 - O Tempo para Todas as Coisas
Lição 10 - Cumprindo as Obrigações Diante de Deus
Lição 11 - A Ilusória Prosperidade dos Ímpios
Lição 12 - Lança o teu Pão Sobre as Águas
Lição 13 - Tema a Deus em todo o Tempo

Comentarista:

José Gonçalves - Pastor, Professor de Teologia, Escritor e Vice-presidente da Comissão deApologética da CGADB; Comentarista das revistas de Escola Dominical da CPAD.

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